

O Ibovespa hoje perdeu a linha dos 124 mil pontos, pressionado ainda pelas preocupações fiscais do investidores. A principal referência da B3 finalizou esta segunda-feira (16) em baixa de 0,84%, aos 123.560,06 pontos, oscilando entre máxima a 124.955,95 pontos e mínima a 123.495,17 pontos, com volume negociado de R$ 22,8 bilhões. Essa foi a marca mais baixa de encerramento desde 26 de junho, então aos 122.641,30 pontos.
O mercado teme que as propostas do pacote fiscal sejam votadas apenas no próximo ano, já que o tempo é curto antes do recesso parlamentar. Esse período começa no dia 23 de dezembro e vai até 1º de fevereiro de 2025. “Mais que do observar as medidas, os investidores ficarão atentos em como esse plano sairá do Congresso. Há grande potencial de desidratação e a necessidade de o governo abrir ainda mais os cofres em emendas. A depender dos impasses, a definição ficará para 2025. O fiscal tem impactado diretamente o dólar e o único cenário que o Brasil tem para ver a moeda americana fechando abaixo dos R$ 6 em 2024 é se um milagre ocorrer em Brasília até a próxima sexta-feira”, diz Alexandre Rebelatto, head de operações no Grupo Laatus.
Com as desconfianças fiscais do mercado, o dólar hoje fechou em alta de 1,03% a R$ 6,0934, renovando o seu recorde histórico de encerramento. O Banco Central chegou a realizar novos leilões para tentar conter o ímpeto da moeda, mas eles não foram suficientes para evitar uma nova aceleração da divisa. Nesta reportagem, mostramos como bancos e corretoras já estão alterando suas projeções para o câmbio em 2025, diante da forte valorização do dólar.
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Ainda foi monitorada nesta segunda-feira a última edição do Boletim Focus. No primeiro relatório divulgado após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira (11), a mediana para a Selic ao fim de 2025 subiu de 13,50% para 14%. Já a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 aumentou pela nona semana consecutiva, de 4,59% para 4,60% – acima do teto da meta, de 4,50%.
Na Bolsa brasileira, até a piora na reta final, a principal ação do Ibovespa, Vale (VALE3), conseguia garantir a estabilidade do índice na sessão. As ações da empresa, no entanto, perderam força em direção ao fim da tarde e exibiram leve queda de 0,05% no fechamento, alinhando-se os demais pesos-pesados do índice. Os ativos ordinários da Petrobras (PETR3) cederam 0,97%, enquanto os preferenciais (PETR4) recuaram 0,42%. Os grandes bancos também sofreram, com destaque para o Bradesco (BBDC3), que finalizou a sessão em baixa de 1,90%.
Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,38% e 1,24%, respectivamente, enquanto Dow Jones caiu 0,25%. O destaque da semana será a decisão do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira (18), com expectativa de corte de 25 pontos-base nos juros, para o intervalo de 4,25% a 4,5%.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Automob (AMOB3), GPA (PCAR3) e Minerva (BEEF3).
Automob (AMOB3): 176,47%, R$ 0,47
As ações da Automob (AMOB3) terminaram o dia em alta de 176,47% a R$ 0,47. Os papéis estrearam na Bolsa de Valores nesta segunda-feira. Com isso, a companhia se tornou a quarta empresa operacional listada da Simpar (SIMH3), juntando-se à JSL (JSLG3), Movida (MOVI3) e Vamos (VAMO3).
A AMOB3 está em alta de 176,47% no mês. No ano, acumula uma valorização de 176,47%.
GPA (PCAR3): 15,61%, R$ 2,74
Quem também se saiu bem foram os papéis do GPA (PCAR3), que avançaram 15,61% a R$ 2,74. Pela manhã, a companhia informou que a fatia administrada pela Reag Trust Administradora de Recursos atingiu 9,56% na empresa. O avanço sobre o capital acontece em meio a rumores de que o megainvestidor Nelson Tanure estaria montando posições no GPA por meio de fundos administrados pela Reag, com objetivo de promover uma fusão com a rede espanhola de supermercados Dia, grupo em que ele também estaria em processo de compra.
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A PCAR3 está em alta de 3,79% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 32,51%.
Minerva (BEEF3): 5,58%, R$ 6,05
Outro destaque positivo foi a Minerva (BEEF3), que avançou 5,58% a R$ 6,05. Os papéis da empresa foram beneficiados pela alta do dólar, que renovou seu recorde histórico de fechamento na sessão.
A BEEF3 está em alta de 3,42% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 19,01%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Vamos (VAMO3), Assaí (ASAI3) e Magazine Luiza (MGLU3).
Vamos (VAMO3): -8,5%, R$ 4,95
Os papéis da Vamos (VAMO3) registraram a maior perda do Ibovespa hoje, depois de cederem 8,5% a R$ 4,95. O movimento refletiu a nova onda de estresse dos juros futuros, que contamina majoritariamente os ativos mais sensíveis ao ciclo da economia.
A VAMO3 está em baixa de 10,97% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 48,81%.
Assaí (ASAI3): -6,09%, R$ 5,4
Quem também se saiu mal foram os ativos do Assaí (ASAI3), que finalizaram a sessão em baixa de 6,09% a R$ 5,4. Os papéis sofreram com o avanço dos juros futuros.
A ASAI3 está em baixa de 18,18% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 60,09%.
Magazine Luiza (MGLU3): -5,37%, R$ 7,76
Entre os destaques negativos do Ibovespa hoje, estiveram ainda as ações do Magazine Luiza (MGLU3), que recuaram 5,37% a R$ 7,76. Investidores aguardam a divulgação, na terça-feira (17), da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que pode trazer novas sinalizações sobre os juros no Brasil.
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A MGLU3 está em baixa de 14,06% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 63,86%.
*Com Estadão Conteúdo