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Após o bom humor observado observado na quarta-feira (15), o Ibovespa hoje teve um dia de realização e terminou a sessão em baixa. Nesta quinta-feira (16), o principal índice da B3 fechou em queda de 1,15% aos 121.234,14 pontos, depois de oscilar entre máxima a 122.659,70 pontos e mínima a 120.796,40 pontos. O volume negociado foi de R$ 30,3 bilhões.
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Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital, explica que, em meio à atual crise de credibilidade do governo, nenhum movimento de alta ou baixa deve ser interpretado como uma mudança fundamentada nos aspectos intrínsecos das empresas. “É importante termos em mente que o movimento do nosso mercado permanece baixista e qualquer alta isolada não altera essa tendência”, diz. “Ainda enfrentamos questões internas que precisam ser resolvidas. É necessário ‘fazer o dever de casa’ para voltarmos a atrair recursos do investidor estrangeiro, que é o principal motor de movimentação do mercado”.
Entre as ações de maior peso para o Ibovespa, a Vale (VALE3) subiu 0,13%, em linha com o desempenho do minério de ferro no exterior. Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) também se saíram bem: os ordinários (PETR3) recuaram 0,07%, enquanto os preferenciais (PETR4) registraram baixa de 0,64%. Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira, em meio ao alívio das tensões no Oriente Médio.
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Na agenda doméstica, investidores acompanharam a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O indicador cresceu 0,10% em novembro, na comparação com outubro. O resultado contrariou a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava queda de 0,10% para o IBC-Br.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq recuaram 0,21%, 0,16% e 0,89%, respectivamente. As incertezas políticas com o novo governo de Donald Trump, que assume o posto de presidente na próxima segunda-feira (20), incentivaram a busca por ativos de segurança, prejudicando o mercado de renda variável. Nem mesmo as falas do diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, conseguiram acalmar os ânimos dos investidores. Em entrevista à CNBC, ele disse que três ou quatro cortes de juros neste ano são possíveis, se os dados cooperarem. Waller também não descartou a possibilidade de redução de juros em março.
O dólar hoje fechou em alta de 0,47% a R$ 6,0533, depois de oscilar entre máxima a R$ 6,0706 e mínima a R$ 5,9960. A moeda americana ganhou força após a sabatina de Scott Bessent, indicado por Trump para liderar o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Na contramão das sinalizações emitidas pela equipe do republicano no começo da semana, Bessent reforçou o discurso de adoção de uma política tarifária mais agressiva no país e enfatizou o compromisso de manter o dólar como a principal moeda de reserva mundial.
As companhias aéreas informaram na noite de quarta-feira (15) que a Azul (AZUL4) assinou com a Abra, controladora da Gol (GOLL4), um Memorando de Entendimentos (MoU) não vinculante com o objetivo de explorar uma combinação de negócios das duas empresas no Brasil.
Segundo o MoU, a transação entre a Gol e Azul estaria sujeita à consumação do plano de reorganização da primeira empresa, além de outras condições e aprovações. Caso a transação seja consumada, é esperado que as duas companhias mantenham suas marcas e seus certificados operacionais de forma independente.
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O anúncio da possível fusão foi encarado de forma positiva por analistas ouvidos pelo E-Investidor. O entendimento é de que o anúncio tirou o temor do mercado de que a união entre as empresas não fosse acontecer. No entanto, o momento ainda exige cautela, pois o acordo é não vinculante, depende de várias aprovações e não é definitivo. Ou seja, o investidor deve entender que existe um grande caminho pela frente.
Outro destaque do noticiário corporativo foi a notícia de que a Cosan (CSAN3) alienou 173.073.795 ações de emissão da Vale, representativas de uma participação no capital social votante da companhia de aproximadamente 4,05%. Com isso, a holding zerou a sua posição na mineradora. Como justificativa para a decisão, disse que ela se baseou exclusivamente no objetivo de otimizar sua estrutura de capital.
Em nota, Rubens Ometto Silveira de Melo, presidente do Conselho de Administração da Cosan, reforçou o apreço pelo ativo da Vale, mas ponderou que o atual cenário desafiador exigiu a venda das ações da empresa. “Sempre acreditei no Brasil e por isso invisto aqui. A Vale é um ativo extraordinário e confio muito na nova gestão. Entretanto, o patamar atual da taxa de juros nos obriga a reduzir a alavancagem da Cosan”, disse.
Analistas ouvidos nesta reportagem avaliam que a decisão deve trazer mais pontos positivos à holding do que à Vale. Isso porque a Cosan pode reduzir o seu endividamento e simplificar sua estrutura, observando um ingresso de caixa superior a R$ 9 bilhões. Os papéis CSAN3 fecharam o dia em alta de 0,58%.
As três ações que mais valorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Embraer (EMBR3) e Bradespar (BRAP4).
As ações da Azul (AZUL4) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, terminando o pregão em valorização de 3,63% a R$ 4,57. O movimento ocorreu após a notícia de que a empresa assinou um Memorando de Entendimentos (MoU) não vinculante com a Abra.
A AZUL4 está em alta de 29,1% no mês. No ano, acumula uma valorização de 29,1%.
Outro destaque positivo da sessão foi a Embraer (EMBR3), que avançou 3,57% a R$ 60,13. A empresa anunciou nesta semana que a Força Aérea Uruguaia (FAU) e o Ministério da Defesa Nacional do Uruguai (MDN) converteram opções de compra de cinco aeronaves A-29 Super Tucano em pedidos firmes. Veja aqui o que o Santander achou dessa notícia.
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A EMBR3 está em alta de 7,01% no mês. No ano, acumula uma valorização de 7,01%.
Entre as maiores altas do dia, também figuraram as ações da Bradespar (BRAP4), que subiram 1,37% a R$ 16,24. Nenhuma notícia específica sobre a empresa foi monitorada pelos investidores no dia.
A BRAP4 está em baixa de 2,05% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 2,05%.
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram BRF (BRFS3), LWSA (LWSA3) e Magazine Luiza (MGLU3).
As ações da BRF (BRFS3) registraram a maior queda do Ibovespa hoje, encerrando o pregão em baixa de 6,96% a R$ 22,47. Mesmo com a alta do dólar frente ao real, a aversão a tomada de risco contaminou o setor de frigoríficos no dia.
A BRFS3 está em baixa de 11,4% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 11,4%.
Quem também se saiu mal hoje foi a LWSA (LWSA3), antiga Locaweb, que cedeu 6,87% a R$ 3,12. Os papéis da empresa sofreram com a alta dos juros futuros.
A LWSA3 está em baixa de 6,02% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 6,02%.
Completando a lista de principais baixas do Ibovespa hoje, estiveram as ações do Magazine Luiza (MBLU3), que fecharam em queda de 6,75% cotadas a R$ 5,94, também pressionadas pelo avanço dos juros futuros.
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A MGLU3 está em baixa de 8,62% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 8,62%.
*Com Estadão Conteúdo
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