O principal indicador da Bolsa brasileira avançou 0,05% aos 135.133,88 pontos. O Dow Jones ganhou 1,39%, S&P 500 teve alta de 1,47% e o Nasdaq cresceu 1,51%. A economia dos Estados Unidos criou 177 mil empregos em abril, em termos líquidos, segundo relatório publicado hoje pelo Departamento do Trabalho do país. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam criação de 95 mil a 175 mil vagas, com mediana de 138 mil.
O relatório, também conhecido como payroll, é a principal métrica do mercado de trabalho dos EUA. Ainda que acima do esperado, o número representa uma desaceleração depois da criação de 228 mil postos no mês anterior. A taxa de desemprego dos EUA permaneceu em 4,2% em abril, repetindo o nível de março, o dado ficou dentro do esperado pelos cálculos do Broadcast.
Já o salário médio por hora aumentou 0,17%, ou US$ 0,06, a US$ 36,06, na comparação mensal de abril. A variação ficou abaixo da projeção do mercado, de alta de 0,30%. Na comparação anual, houve aumento salarial de 3,77% em abril, também aquém do consenso, de ganho de 3,90%.
Após os dados, o mercado mudou as estimativas para o início do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Segundo dados do CME Group, ferramenta que monitora as expectativas do mercado, a previsão para o corte de juros foi de junho para julho. Antes dos dados do payroll, 57,7% do mercado esperava um corte já em junho. Após os dados recentes, cerca de 46,2% dos analistas passaram a estimar um corte já no próximo mês. A possibilidade de manutenção dos juros em junho foi de 42,2% para 53,8% do mercado.
A manutenção dos juros nos EUA é prejudicial para os mercados emergentes, como o Brasil. Isso porque o patamar elevado do prêmio de risco em um mercado desenvolvido causa fuga de capital dos países em desenvolvimento. Essa questão pressionou o Ibovepa hoje e impediu uma alta mais acentuada do índice.
O dólar fechou em queda de 0,38%, a R$ 5,6549. A moeda americana teve uma sessão de alta global na quinta-feira (1º). Sinais de que a China quer abrir negociações de tarifas com os Estados Unidos ajudam, enquanto investidores também repercutem a divulgação do payroll de abril nesta manhã.
China faz aceno aos Estados Unidos sobre tarifas
Mais cedo, o Ministério do Comércio da China informou, em comunicado, a possibilidade de abrir negociações sobre tarifas com os Estados Unidos. No entanto, para o diálogo ser aberto, Washington tem de “mostrar sinceridade”, estar preparado para corrigir “práticas equivocadas” e cancelar as tarifas unilaterais, segundo a pasta.
O comunicado diz ainda que sinais confusos emitidos pelos Estados Unidos podem minar a “confiança mútua” entre os dois países. O Ministério do Comércio chinês afirmou também ter observado que a Casa Branca flexibilizou a taxação sobre outros países e mostrou disposição em negociar com o país asiático.
O presidente americano, Donald Trump, impôs tarifas de 145% sobre os produtos importados da China. Em retaliação, os chineses aplicaram uma taxa de 125% sobre os itens americanos. Para ver quais ações brasileiras podem ser imunes às tarifas de Trump, leia esta reportagem.
Mercado europeu sobe com guerra comercial e temporada de balanços
As Bolsas europeias avançaram nesta sexta-feira com o otimismo da guerra comercial. Além da sinalização da China, a União Europeia considera aumentar as compras de produtos dos EUA em 50 bilhões de euros para resolver o “problema” na relação comercial com Washington, segundo o comissário de comércio da UE, Maros Sefcovic, que falou em entrevista ao jornal Financial Times.
Da temporada de balanços corporativos, a petrolífera Shell e o banco NatWest, ambos britânicos, agradaram com seus últimos resultados trimestrais. Na bolsa de Londres, a ação da Shell avançou 2% e a do NatWest teve alta de 1,3%, após chegar a subir mais de 2%.
Investidores também digeriram uma série de dados econômicos europeus. A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro permaneceu em 2,2% em abril, contrariando previsão de que desaceleraria para 2,1% e ficaria mais próxima da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE). Já os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) industriais do bloco e da Alemanha referentes a abril foram revisados para cima, mas continuaram abaixo da marca de 50 que indica contração da atividade manufatureira.
Em Londres, o FTSE 100 avançou 1,17%, aos 8.596,35 pontos, encerrando a semana com alta de 2,30%. Em Milão, o FTSE MIB subiu 1,92%, a 38.327,94 pontos, acumulando avanço de 5%. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 0,38%, aos 6.965,57 pontos, mas ainda assim fechou a semana com alta de 1,88%.O DAX, em Frankfurt, teve valorização de 2,49%, aos 23.057,34 pontos, com salto semanal de 5%. Já o CAC 40, de Paris, subiu 2,33%, para 7.770,48 pontos, somando alta de 3,8% na semana. Em Madri, o Ibex 35 avançou 1,20%, aos 13.447,51 pontos, com ganho semanal mais modesto, de 0,60%
Ásia fecha no azul também puxada por guerra comercial
O mercado asiático foi o primeiro a sentir esse efeito positivo de um início de acordo na guerra tarifária. O índice japonês Nikkei subiu 1,04% em Tóquio, a 36.830,69 pontos, impulsionado por ações dos setores farmacêutico e químico, enquanto o Hang Seng avançou 1,74% em Hong Kong, a 22.504,68 pontos.
O sul-coreano Kospi registrou modesta alta de 0,12% em Seul, a 2.559,79 pontos, e o Taiex exibiu o melhor desempenho na região, com ganho de 2,73%, a 20.787,64 pontos.
Em função do feriado do Dia do Trabalho, as bolsas da China estão fechadas desde ontem (1º) e só voltarão a operar na terça-feira (06). Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul pelo sétimo pregão consecutivo hoje, com alta de 1,13% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 8.238,00 pontos. Acompanhe mais notícias sobre o Ibovespa hoje aqui.
Ouro fecha em alta diante do alívio do dólar
A cotação do ouro subiu nesta sexta-feira, após três sessões consecutivas de perdas, impulsionada pela fraqueza do dólar. Apesar do movimento positivo do dia, o metal precioso ainda encerrou a semana em queda, pressionado por perspectivas de alívio nas tensões comerciais conforme investidores monitoram avanço nas negociações dos EUA.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para entrega em junho fechou com alta de 0,65%, cotado a US$ 3.243,3 por onça-troy, mas na semana, o metal acumulou uma desvalorização de 1,94%.
Petróleo fecha em queda com temores sobre oferta
Os contratos futuros de petróleo fecharam a sexta-feira em queda, em meio a notícias de que os principais países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) estão discutindo outro aumento de produção em junho. Além disso, os preços seguem pressionados pelo avanço da produção nos Estados Unidos e a demanda mais fraca na China.
Na Nymex, o contrato de petróleo WTI para junho caiu 1,60%, fechando a US$ 58,29 o barril. O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 1,35%, para US$ 61,29 o barril. Na semana, o WTI e o Brent acumularam quedas de próximas de 8% e 7%, respectivamente.
*Com informações do Broadcast