No domingo (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que autoriza o Departamento de Comércio e o Representante Comercial dos EUA a “iniciar imediatamente” o processo de instituição de uma tarifa de 100% sobre todos os filmes que chegam ao território americano e são produzidos em outros países. “Queremos filmes feitos na América, novamente!”, ressaltou Trump em letras garrafais em sua rede social.
Ainda no domingo, durante entrevista ao programa “Meet the Press” da NBC News, Trump afirmou que não vai remover Jerome Powell da presidência do Federal Reserve (Fed) antes do fim de seu mandato em maio de 2026. O republicano manteve o pedido por redução nas taxas de juros, mas descartou uma substituição antecipada do presidente do banco central americano. “Não, não, não. Por que eu faria isso? Eu terei a oportunidade de substituir essa pessoa em um curto período de tempo”, disse Trump quando questionado diretamente sobre uma possível demissão de Powell.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 0,64%, 0,24% e 0,74%, respectivamente. O mercado aguarda a decisão de política monetária do Fed na quarta-feira (7), mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) também decide os rumos da Selic no Brasil. “A expectativa nos Estados Unidos é de que a taxa de juros seja mantida. Por lá, na minha visão, a expectativa deve ficar em torno mesmo do que o Powell vai falar”, afirma Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos.
O dólar hoje encerrou em valorização de 0,62% a R$ 5,6899, após iniciar o dia em queda. “A moeda reverteu para alta, impulsionada pela forte queda no preço do petróleo e por novas ameaças tarifárias feitas por Trump, especialmente a taxa de 100% sobre filmes importados”, destaca Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, que também enxerga que a ausência de novidades sobre um acordo entre EUA e China coloca mais pressão sobre o câmbio.
Na Bolsa brasileira, o dia foi negativo para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4), de grande peso para o índice Ibovespa, que recuaram com a queda do petróleo, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmar, no fim de semana, que acelerará o ritmo de produção em junho, adicionando 411 mil barris por dia aos níveis observados em maio. Enquanto os papéis preferenciais da petroleira (PETR4) cederam 3,73%, os ordinários (PETR3) caíram 2,81%.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Cogna (COGN3), Azzas 2154 (AZZA3) e Yduqs (YDUQ3).
Cogna (COGN3): 8,81%, R$ 2,84
As ações da Cogna (COGN3) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje, subindo 8,81% a R$ 2,84, com rumores de que executivos da empresa voltaram a se reunir com a Yduqs (YDUQ3) na semana passada para tratar de uma potencial fusão entre os grupos do setor de educação.
A COGN3 está em alta de 10,08% no mês. No ano, acumula uma valorização de 167,92%.
Azzas 2154 (AZZA3): 3,08%, R$ 32,76
Outro destaque positivo foi a Azzas 2154 (AZZA3), que avançou 3,08% a R$ 32,76, sem gatilhos específicos.
A AZZA3 está em alta de 2,89% no mês. No ano, acumula uma valorização de 10,75%.
Yduqs (YDUQ3): 2,13%, R$ 15,31
As ações da Yduqs (YDUQ3) também se saíram bem e subiram 2,13% a R$ 15,31, com potencial fusão com a Cogna no radar.
A YDUQ3 está em alta de 7,14% no mês. No ano, acumula uma valorização de 86,25%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Magazine Luiza (MGLU3), BRF (BRFS3) e Raízen (RAIZ4).
Magazine Luiza (MGLU3): -5,04%, R$ 8,86
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em forte queda e lideraram as perdas do Ibovespa hoje, recuando 5,04% a R$ 8,86. A varejista divulga o seu balanço do primeiro trimestre de 2025 na quinta-feira (8), após o fechamento do mercado.
A MGLU3 está em baixa de 4,94% no mês. No ano, acumula uma valorização de 40,41%.
BRF (BRFS3): -4,54%, R$ 21,44
Os papéis da BRF (BRFS3) também se saíram mal e cederam 4,54% a R$ 21,44. Ao Broadcast, Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos, explicou que os ativos sofrem com o resultados da Tyson Foods nos Estados Unidos. “Ciclo de gado pesou e atrapalhou resultado do par, e o setor sofre com isso”, ponderou. “Sempre que sai o resultado da Tyson, o setor movimenta devido à correlação do peso que essas empresas têm no resultado, com vendas nos EUA”, concluiu.
A BRFS3 está em baixa de 5,55% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 15,46%.
Raízen (RAIZ4): -4,32%, R$ 1,77
Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi a Raízen (RAIZ4), que recuou 4,32% a R$ 1,77, pressionada pela queda dos preços do petróleo.
A RAIZ4 está em baixa de 2,21% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 18,06%.
*Com Estadão Conteúdo