Ibovespa é o principal indicador de ações da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Veja mais sobre no mercado financeiro hoje (Foto: Adobe Stock)
As alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciadas pelo Ministério da Fazenda na noite de quinta-feira (22), devem colocar um ponto final nos dias de paz da bolsa de valores. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do País negociado nos EUA, cedeu 3,71% no pós-mercado.
Hoje, por volta das 8h10 (de Brasília), o fundo permanece no campo negativo e recua 1,53% no pré-mercado. O mesmo acontece com os ADRs do Itaú e do Bradesco. No mesmo horário, os papéis dos bancos negociados em Nova York caíam 1,5% e 1,09%, respectivamente. As ações do Nubank (NU) também sofriam uma depreciação de 1,06%.
A reação dos mercados nas primeiras horas do dia indica que o Ibovespa, principal índice da B3, terá uma sessão volátil. Na sessão de quinta-feira (22), o índice encerrou em queda de 0,44%, aos 137.272,59 pontos, com investidores acompanhando a notícia sobre o contingenciamento pelo governo de R$ 31,3 bilhões e as alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O impacto também deve recair sobre o câmbio. Um levantamento feito pela XP com 60 investidores institucionais indica que o real deve ter uma forte desvalorizção na abertura de mercado nesta sexta-feira (23), segundo fontes ouvidas pelo Broadcast.
A expectativa dos investidores institucionais ouvidos pela equipe de estratégia da corretora é de que o dólar chegue a R$ 5,85 na abertura do mercado, após as explicações dadas pela equipe econômica sobre a alta do IOF. Contudo, a exclusão do IOF sobre operações de comércio exterior e fluxos de investimento estrangeiro pode moderar a reação no câmbio e juros.
Entenda as mudanças
Na noite desta quinta-feira (22), o Ministério da Fazenda anunciou o aumento do IOF sobre planos de previdência privada (VGBL), sobre o crédito de empresas e também sobre operações de câmbio que atingem empresas e pessoas físicas. A expectativa do governo com a medida é arrecadar R$ 20,5 bilhões neste ano e R$ 41 bilhões em 2026, segundo informações do Estadão.
Após a repercussão negativa entre agentes do mercado financeiro, a equipe econômica voltou atrás sobre o aumento do IOF que incide sobre transferências de recursos destinadas à aplicação em fundos de investimento no exterior. Com a decisão, permanece em vigor a alíquota zero do IOF sobre esse tipo de operação. No caso das remessas destinadas a investimentos por pessoas físicas, será mantida a alíquota atual de 1,1%.
As informações foram divulgadas no fim da noite da quinta-feira (22), em nota publicada pela Fazenda na rede social X. “O Ministério da Fazenda informa que, após diálogo e avaliação técnica, será restaurada a redação do inciso III do art. 15-B do Decreto nº 6.306, de 14 de dezembro de 2007, que previa a alíquota zero de IOF sobre aplicação de investimentos de fundos nacionais no exterior“, informou a pasta.