O Federal Reserve (Fed) manteve os juros nos Estados Unidos na faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano, conforme previsto pelo mercado. “O pronunciamento do Fed foi exatamente como o esperado: preservaram o juro estável. Os dirigentes do banco central americano enfrentam uma realidade complicada. A guerra comercial e o tarifaço de Trump podem elevar a inflação nos EUA e, ao mesmo tempo, o desemprego”, destaca Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
Em coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que ainda não vê sinais claros de desaceleração econômica e que o comitê continuará monitorando os dados antes de tomar novas decisões. Ele também afirmou que as críticas de Trump “não afetam o trabalho do Fed”. “Não precisamos ter pressa. Nossa política é modestamente restritiva”, declarou.
O dólar hoje fechou em alta de 0,61% a R$ 5,7454. A moeda americana ampliou ganhos após as declarações de Powell. No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho da divisa frente a uma cesta de seis moedas fortes, encerrou o pregão em valorização de 0,38%, para 99,614 pontos.
Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, explica que as falas do presidente do Fed sugeriram um cenário de juros mais elevados por um período mais longo do que o inicialmente esperado. “Isso provocou um ajuste nos títulos americanos de curto prazo e, paralelamente, resultou em ganhos adicionais do dólar contra moedas desenvolvidas e emergentes, pela maior atratividade do ativo livre de risco”, explica.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,43%, 0,7% e 0,27%, respectivamente. O mercado acompanhou o desenrolar da disputa tarifária entre Estados Unidos e China, após a notícia de que o vice-primeiro-ministro do conselho de Estado da China, He Lifeng, se reunirá com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na Suíça, conforme informou o Ministério das Relações Exteriores da China. A viagem será realizada de 9 a 12 de maio a convite do governo suíço.
Agora os investidores aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é que o órgão eleve a Selic em 0,5 ponto percentual, o que levaria a taxa básica de juros a 14,75% ao ano – veja aqui quais devem ser os impactos nos investimentos.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Eneva (ENEV3), Klabin (KLBN11) e Minerva (BEEF3).
Eneva (ENEV3): 4,15%, R$ 13,8
As ações da Eneva (ENEV3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e subiram 4,15% a R$ 13,8. Ao Broadcast, Rodrigo Brolo, da AAX Investimentos, explicou que o movimento, contudo, pode ter sido técnico, considerando o forte volume de compras no papel.
A ENEV3 está em alta de 2,15% no mês. No ano, acumula uma valorização de 31,05%.
Klabin (KLBN11): 2,68%, R$ 19,18
Quem também se saiu bem foi a Klabin (KLBN11), que avançou 2,68% a R$ 19,18. A empresa divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2025. No período, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 446 milhões, uma queda de 3% sobre o mesmo intervalo de 2024.
A KLBN11 está em alta de 3,51% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 17,15%.
Minerva (BEEF3): 2,57%, R$ 5,59
Outro destaque positivo foi a Minerva (BEEF3), que subiu 2,57% a R$ 5,59, corrigindo parte das perdas da véspera, quando havia recuado 6,36%.
A BEEF3 está em baixa de 5,41% no mês. No ano, acumula uma valorização de 35,68%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram RD Saúde (RADL3), Vamos (VAMO3) e Ultrapar (UGPA3).
RD Saúde (RADL3): -14,76%, R$ 16,58
As ações da RD Saúde (RADL3) sofreram a maior queda do Ibovespa hoje, recuando 14,76% a R$ 16,58. Pesaram sobre os papéis os resultados do primeiro trimestre de 2025. Veja mais detalhes aqui.
A RADL3 está em baixa de 16,43% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 24,19%.
Vamos (VAMO3): -7,05%, R$ 4,48
Os papéis da Vamos (VAMO3) também se saíram mal e recuaram 7,05% a R$ 4,48. A companhia reportou um lucro líquido de R$ 107,8 milhões nos três primeiros meses do ano, queda de 45,6% em relação ao mesmo intervalo de 2024
A VAMO3 está em baixa de 8,94% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,68%.
Ultrapar (UGPA3): -4%, R$ 16,82
Outro destaque negativo do Ibovespa hoje foi a Ultrapar (UGPA3), que cedeu 4% a R$ 16,82. A empresa abriu nesta noite de quarta-feira os resultados do primeiro trimestre de 2025 e, segundo estimado pelo Prévias Broadcast, deve apresentar queda de 14% no lucro líquido na comparação com igual intervalo de 2024.
A UGPA3 está em baixa de 5,66% no mês. No ano, acumula uma valorização de 9,01%.
*Com Estadão Conteúdo