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Ibovespa hoje: índice fecha em alta apesar do dólar forte e falas de Lula

A principal referência da B3 terminou em alta de 0,25%, aos 122.641,30 pontos, próxima da máxima do dia

Ibovespa hoje: índice fecha em alta apesar do dólar forte e falas de Lula
Imagem: Adobe Stock
  • O Ibovespa hoje terminou o dia em avanço de 0,25%, aos 122.641,30 pontos, com ações ligadas a commodities em destaque
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram Usiminas (USIM5), Prio (PRIO3) e IRB (IRBR3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Pão de Açúcar (PCAR3), Azul (AZUL4) e Petz (PETZ3)

O Ibovespa hoje conseguiu se recuperar ao longo do dia e encerrar a sessão em alta, apesar da forte valorização do dólar e de novas declarações de Luiz Inácio Lula da Silva contrárias à “Faria Lima”. A principal referência da B3 terminou o dia em avanço de 0,25%, aos 122.641,30 pontos, próxima da máxima de 122.701,20 pontos alcançada ao final do pregão.

O dólar, por sua vez, subiu com força e superou a barreira de R$ 5,50, encerrando em alta de 1,2% a R$ 5,5194 – o maior valor de fechamento desde janeiro de 2022. A moeda americana avançou em meio ao aumento da percepção de risco fiscal doméstico, com investidores reagindo a falas de Lula sobre a revisão dos gastos públicos. Em entrevista ao UOL, o presidente afirmou que esse planejamento será realizado “sem levar em conta o nervosismo do mercado”, ressaltando que há necessidade de manter investimentos em saúde e educação.

“As pessoas da Faria Lima pensam no lucro, e o Brasil precisa ter alguém que pensa no povo”, afirmou Lula, em referência à avenida de São Paulo que abriga a elite do mercado financeiro. Ao ser questionado sobre quais cortes o governo deverá fazer, o presidente pontuou que ainda analisa se eles serão necessários. “Nós estamos fazendo uma análise de onde é que tem gasto exagerado, onde é que tem gasto que não deveria ter, onde é que tem pessoas que não deveriam receber e que estão recebendo”, disse.

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Também no radar dos investidores, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial brasileira, ficou em 0,39% em junho, 0,05 ponto percentual abaixo da taxa de maio (0,44%). “Alimentos vieram para cima, algo que nós já esperávamos devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul, mas ainda assim o dado veio um pouco melhor do que o mercado esperava”, destaca Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

Na Bolsa brasileira, o dia foi positivo para ações ligadas a commodities. Entre os papéis de grande peso para o Ibovespa, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) avançaram 0,51% cotadas a R$ 39,10, enquanto as preferenciais (PETR4) registraram valorização de 0,16% a R$ 37,09. Já os ativos da Vale (VALE3) subiram 1,24% a R$ 61,40, após o minério de ferro encerrar em alta de 3,38% na Bolsa de Dalian, na China.

Faltando a quinta e a sexta-feira para o fim de junho, o Ibovespa sobe 0,44% no mês. Caso os ganhos se confirmem nos próximos pregões, será o primeiro desempenho positivo para o índice desde fevereiro – quando registrou alta de 0,99%. Até aqui foi o único mês de valorização do Ibovespa em 2024. No ano, o índice ainda cai 8,60%.

Já em Nova York, a sessão desta quarta-feira contou com movimentos de alta dos principais índices acionários. Dow Jones teve ganhos de 0,04%, enquanto S&P 500 e Nasdaq subiram 0,16% e 0,49%, respectivamente. Em um dia vazio de indicadores, as atenções se voltaram para os resultados das companhias. O destaque ficou com a gigante de entrega de encomendas FedEx, que saltou 15,53% no pregão, após agradar com balanço e projeções.

Maiores altas

As três ações que mais valorizaram no dia foram Usiminas (USIM5), Prio (PRIO3) e IRB (IRBR3).

Usiminas (USIM5): +3,32%, R$ 7,79

As ações da Usiminas (USIM5) lideraram os ganhos do Ibovespa e encerraram em alta de 3,32% a R$ 7,79. Os papéis foram impulsionados pela valorização do minério de ferro no exterior, o que também ajudou outros ativos do setor de mineração e siderurgia.

A USIM5 está em alta de 2,91% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 13,25%.

Prio (PRIO3): +2,38%, R$ 43,02

Quem também se destacou positivamente foi a Prio (PRIO3), que registrou valorização de 2,38% a R$ 43,02. Os papéis acompanharam a valorização dos contratos futuros de petróleo, após o Departamento de Energia dos Estados Unidos registrar um aumento considerável nos estoques do óleo na última semana, enquanto era esperado recuo.

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A PRIO3 está em alta de 3,39% no mês. No ano, acumula uma desvalorização 6,58%.

IRB (IRBR3): +2,36%, R$ 32,49

Entre os destaques positivos do pregão, também estiveram as ações do IRB (IRBR3), que fecharam em alta de 2,36% cotados a R$ 32,49. No entanto, nenhuma notícia específica sobre o ressegurador esteve no radar dos investidores.

A IRBR3 está em de 2,95% no mês. No ano, acumula uma desvalorização 26,66%.

Maiores quedas

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Pão de Açúcar (PCAR3), Azul (AZUL4) e Petz (PETZ3).

Pão de Açúcar (PCAR3): -7,77%, R$ 2,61

Liderando a ponta negativa do Ibovespa, estiveram as ações do Pão de Açúcar (PCAR3), que fecharam em queda de 7,77% a R$ 2,61, pressionadas pelo avanço dos juros futuros.

A PCAR3 está em baixa de 9,06% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 35,71%.

Azul (AZUL4): -5,56%, R$ 7,31

Quem também se destacou no campo vermelho do Ibovespa foram os papéis da Azul (AZUL4), após as passagens aéreas terem dado maior contribuição negativa ao IPCA-15 em junho. “Porém, devido à volatilidade de passagem aérea, apostamos que a surpresa baixista do item deverá ser revertida em breve, o que nos fez manter a perspectiva para o IPCA do ano, relegando os ajustes apenas às projeções de curtíssimo prazo”, afirmou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, ao Broadcast.

A AZUL4 está em baixa de 22,81% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 54,34%.

Petz (PETZ3): -4,08%, R$ 3,29

Para completar a lista de maiores perdas do dia, os papéis da Petz (PETZ3) terminaram o pregão em desvalorização de 4,08% sendo negociados a R$ 3,29. As ações da varejista, mais sensíveis aos ciclos econômicos, também foram afetadas pelo avanço dos juros futuros.

A PETZ3 está em baixa de 12,27% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 16,71%.

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*Com Estadão Conteúdo

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