- Em dia de agenda esvaziada, o Ibovespa terminou a sessão em baixa de 0,01%, aos 120.759,51 pontos
- As três ações que mais valorizaram no dia foram São Martinho (SMTO3), Vibra (VBBR3) e Prio (PRIO3)
- As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Grupo Soma (SOMA3), Arezzo (ARZZ3) e Vivara (VIVA3)
O Ibovespa passou boa parte do pregão no campo positivo nesta segunda-feira (10), mas perdeu força ao final da sessão e encerrou em queda mais uma vez, renovando a cotação mínima de fechamento do ano. Em dia de agenda esvaziada, a principal referência da B3 terminou a sessão em baixa de 0,01%, aos 120.759,51 pontos, e com volume negociado de R$ 16,5 bilhões.
Leia também
A última edição do Boletim Focus trouxe uma revisão para cima das projeções para a inflação ao final de 2024, passando de 3,88% para 3,90%. Um mês antes, a mediana era de 3,76%. Já a estimativa para a Selic continuou em 10,25% para este ano. Agora, a atenção dos investidores se volta para a divulgação na terça-feira (11) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio.
Com a maior cautela pelo futuro dos juros no Brasil, os papéis de varejistas e construtoras foram penalizados ao longo da sessão e dominaram o campo vermelho do Ibovespa. As ações de grandes bancos também sofreram, com o Índice Financeiro (IFNC) terminando o dia em baixa de 1,06%, aos 12.100,94 pontos. A execeção ficou por conta dos ativos do Banco do Brasil (BBAS3), que conseguiram encerrar em leve alta de 0,11%.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“A possibilidade de juros mais altos pressionou os papéis de diversos setores. Isso porque os juros elevados podem aumentar a inadimplência, impactando diretamente os bancos, enquanto o custo mais alto do crédito tende a desestimular o consumo, penalizando as varejistas e construtoras”, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Nem o desempenho positivo de ações de grande peso para o Ibovespa conseguiu ajudar o índice no dia. Os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4) subiram mais de 1,5%, corrigindo as perdas observadas na sexta-feira (7). Os papéis também foram impulsionados pelo movimento dos contratos futuros de petróleo, que fecharam em alta superior a 2,5% na sessão, com o barril do tipo Brent recuperando o patamar dos US$ 80.
Já as ações da Vale (VALE3) encerraram em valorização de 1,09%, sendo negociadas a R$ 61,07. Os papéis operaram sem a referência do minério de ferro na Bolsa de Dalian, devido a um feriado na China. Já em Cingapura, a commodity fechou em queda de 3,06%, a US$ 105,40 por tonelada.
Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq registraram recordes de encerramento, com ganhos de 0,26% e 0,35%, respectivamente. Já o índice Dow Jones terminou a sessão em alta de 0,18%. Em destaque, os papéis da Nvidia subiram 0,74% no dia em que um desdobramento de ações entrou em vigor. Na outra ponta, Apple recuou 1,91%, com a decepção dos investidores em relação ao novo produto de inteligência artificial lançado pela gigante de tecnologia.
Publicidade
Nesta segunda-feira, o dólar avançou 0,61% frente ao real na sessão, atingindo R$ 5,3569, o maior patamar desde o dia 4 janeiro de 2023, quando o câmbio estava a R$ 5,45. O euro, por sua vez, subiu 0,26%, sendo negociado a R$ 5,766 ao final do pregão.
Maiores Altas
As três ações que mais valorizaram no dia foram São Martinho (SMTO3), Vibra (VBBR3) e Prio (PRIO3).
São Martinho (SMTO3): +6,19%, R$ 30
As ações da São Martinho (SMTO3) registraram o principal ganho do Ibovespa nesta segunda-feira e terminaram a sessão em alta de 6,19% a R$ 30. Durante o pregão, os papéis da empresa voltaram a ser negociadas acima de R$ 29, em um movimento de recuperação técnica, após ficarem por duas semanas na faixa de R$ 27. “Entrou muito comprador, então está corrigindo para patamares mais altos”, explica o analista Rodrigo Brolo, da Criteria Investimentos.
A SMTO3 está em alta de 10,54% no mês. No ano, acumula uma valorização de 2,35%.
Vibra (VBBR3): 2,4%, R$ 21,3
Entre as maiores altas do dia, também estiveram os papéis da Vibra (VBBR3), que registraram valorização de 2,4% no dia cotadas a R$ 21,3. “As ações das distribuidoras de combustível avançaram com a expectativa de que o preço dos combustíveis possa subir a partir de amanhã, após medida provisória que limita os créditos do PIS/Cofins para compensar o pagamento de outros tributos”, pontua Nishimura, da Nomos.
A VBBR3 está em baixa de 1,11% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,01%.
Prio (PRIO3): +2,2%, R$ 40,8
Para completar a lista de destaques positivos, os papéis da Prio (PRIO3) terminaram a sessão em alta de 2,2%, sendo negociados a R$ 40,8. Os ativos fora impulsionados pela valorização dos contratos futuros de petróleo no exterior. O WTI para julho fechou em alta de 2,93%, a US$ 77,74 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto subiu 2,52%, a US$ 81,63 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A PRIO3 está em baixa de 1,95% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 11,4%.
Maiores Quedas
As três ações que mais se desvalorizaram no dia foram Grupo Soma (SOMA3), Arezzo (ARZZ3) e Vivara (VIVA3).
Grupo Soma (SOMA3): -4,67%, R$ 5,72
Os papéis do Grupo Soma (SOMA3) lideraram as perdas do Ibovespa e encerraram o pregão em queda de 4,67% a R$ 5,72. O movimento refletiu o receio do mercado com os dados do IPCA que serão divulgados na terça-feira (11), já que uma aceleração na inflação pode penalizar empresas do varejo.
Publicidade
A SOMA3 está em baixa de 3,05% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 23,22%.
Arezzo (ARZZ3): -4,14%, R$ 48,4
Quem também se saiu mal foram as ações da Arezzo (ARZZ3), que fecharam a sessão em baixa de 4,14%, cotadas a R$ 48,4. “Caso a inflação venha acima do esperado, ficará mais difícil termos uma queda maior de juros por aqui, o que prejudica os papeis ligados ao consumo”, afirma Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me Banco, que capacita e forma profissionais para atuação na área de investimentos.
A ARZZ3 está em baixa de 2,02% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 25%.
Vivara (VIVA3): -3,59%, R$ 20,95
Entre os principais destaques negativos do dia, estiveram ainda as ações da Vivara (VIVA3), que terminaram o pregão em queda de 3,59%, sendo negociadas a R$ 20,95. Nenhuma notícia específica sobre os papéis, no entanto, foi monitorada pelos investidores na sessão.
A VIVA3 está em baixa de 3,9% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 37,82%.
*Com Estadão Conteúdo
Publicidade