O principal índice da Bolsa brasileira encerrou em queda de 1,22% aos 133.491,23 pontos. O Dow Jones teve baixa de 0,24%, o S&P 500 perdeu 0,64% e o Nasdaq caiu 0,74%. O mercado voltou o foco para as ameaças de Trump de aplicar uma tarifa de 100% sobre todos os filmes estrangeiros. O presidente americano também descartou a demissão de Jerome Powell, presidente do Fed, e cobrou corte de juros pelo banco central americano.
O movimento em Wall Street contrastou com o alívio na sexta-feira, quando a China sinalizou disposição para negociar tarifas e as bolsas retomaram níveis pré-tarifaço americano. Os analistas também aguardam a divulgação dos juros, tanto no Brasil quanto lá fora.
O que deve chamar a atenção do mercado e mexer com o Ibovespa é o banco central americano: investidores monitoram se o Fed dará pistas do que fará na próxima reunião de junho. Havia estimativa por corte de juros já em junho, mas após dados do payroll elas mudaram. A economia dos Estados Unidos criou 177 mil empregos em abril, em termos líquidos, segundo relatório publicado hoje pelo Departamento do Trabalho do país. Analistas consultados pelo Projeções Broadcast esperavam criação de 95 mil a 175 mil vagas, com mediana de 138 mil.
Após os dados de emprego, o investidor mudou as projeções para o início do afrouxamento monetário pelo Fed, o banco central dos Estados Unidos. Segundo o CME Group, ferramenta que monitora as expectativas dos especialistas, a previsão para a redução da taxa foi de junho para julho. Uma semana antes do indicador, 60,5% dos analistas consultados pela ferramenta apontavam que o Fed cortaria os juros em 0,25 ponto porcentual. Já na manhã desta segunda-feira (5), 68,2% do mercado estima que em junho o Fed também manterá os juros no intervalo atual. O início do afrouxamento monetário é precificado para a reunião de 30 de julho, com 56,3% dos analistas estimando um corte de 0,25 ponto porcentual.
No Brasil, os investidores esperam pela divulgação da decisão do Copom, que sairá na quarta-feira. Não há consenso sobre a magnitude do aperto, o que pode deixar o Ibovespa volátil, mas a maioria espera 0,50 ponto porcentual, a 14,75%, nem se o Copom sinalizará, ou não, o encerramento do ciclo de aumento do juro básico. Em meio a esse cenário monetário, o dólar hoje abriu a sessão desta segunda-feira (5) com queda de 0,10%, a R$ 5,6495. No fechamento, a moeda americana encerrou o dia em alta de 0,62% a R$ 5,6899.
Na agenda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de sessão pública à tarde, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com ministros e presidentes do Banco do Brasil (BBAS3) e Caixa. No setor corporativo, divulgam resultados GPA (PCAR3), TIM Brasil (TIMS3), BB Seguridade (BBSE3) e Motiva (MOTV3) nesta segunda; Caixa Seguridade (CXSE3) e Embraer (EMBR3) na terça; Bradesco (BBDC3; BBDC4) na quarta; e Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4), B3 (B3SA3) e Ambev (ABEV3) na quinta-feira.
Mercado europeu fecha misto com a agenda esvaziada
As bolsas da Europa fecharam sem direção única na manhã desta segunda-feira devido à agenda vazia. O mercado acionário de Londres está fechado hoje em função de um feriado bancário no Reino Unido.
O DAX, em Frankfurt, subiu 1,12%, aos 23.344,54 pontos. Em Milão, o FTSE MIB avançou 0,39%, para 38.475,55 pontos. O PSI 20, da bolsa de Lisboa, teve alta de 0,49%, aos 6.999,68 pontos. O Ibex 35, de Madri avançou 0,53%, aos 13.518,00 pontos. Em Paris, o CAC 40 destoou do tom positivo e recuou 0,55%, aos 7.727,93 pontos, pressionado pelo desempenho fraco da ação da Kering, que cedeu 2,5%.
Além do Fed, investidores aguardam a divulgação dos juros pelo Banco da Inglaterra (BoE) e os bancos centrais da Suécia e da Noruega. Também estão previstos balanços trimestrais de gigantes europeus como Anheuser-Busch InBev (AB InBev), Telecom Italia e Commerzbank.
Bolsa de Taiwan e Austrália fecham em queda com feriado na China continental e no Japão
As bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram os negócios desta segunda-feira em baixa, em um dia marcado por feriados em algumas das maiores economias da região asiática, incluindo China e Japão.
O índice Taiex caiu 1,23% em Taiwan, a 20.532,99 pontos, após avançar nas cinco sessões anteriores. Na Oceania, a bolsa de Sydney também ficou no vermelho, interrompendo uma sequência de sete pregões de ganhos, após a reeleição do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, no fim de semana. O S&P/ASX 200 recuou 0,97%, a 8.157,80.
Feriados na China continental, no Japão, na Coreia do Sul e em Hong Kong mantiveram as bolsas locais fechadas. Para mais informações sobre o Ibovespa hoje, clique aqui.
Ouro fecha em alta com decisões de juros no radar
A cotação do ouro subiu mais de 2% nesta segunda-feira, à medida que a incerteza sobre a economia global elevou a demanda por ativos de proteção antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na semana.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para junho avançou 2,44%, cotado a US$ 3.322,30 por onça-troy. A queda do índice do dólar americano, que chegou a operar abaixo do patamar de 100, também contribuiu para fortalecer a atratividade do metal como porto seguro.
Petróleo cai após Opep+ confirmar aumento de produção
Os contratos futuros de petróleo fecharam esta segunda-feira em queda, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmar, no fim de semana, que acelerará o ritmo de produção em junho, adicionando 411 mil barris por dia aos níveis observados em maio.
Na Nymex, o contrato de petróleo WTI para junho caiu 1,99%, fechando a US$ 57,13 o barril. O Brent para julho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 1,73%, para US$ 60,23 o barril.
* Com informações do Broadcast