Os índices futuros de Wall Street operam em queda na manhã desta segunda-feira (3) e o pessimismo deve refletir no Ibovespa hoje. A baixa ocorre em meio aos temores de uma guerra comercial após o presidente dos EUA, Donald Trump, oficializar tarifas contra produtos do México, do Canadá e da China no fim de semana. Na sexta-feira, o principal índice da Bolsa brasileira já havia fechado em queda após as ameaças do presidente norte-americano.
Por volta das 8h, o índice futuro de Dow Jones recuava 1,3%, a 44.118,00 pontos. No mesmo horário, o S&P 500 caia 1,46% e o Nasdaq 100 recuava 1,66%.
Segundo informações do Broadcast, as bolsas de valores na Ásia fecharam em forte queda após os anúncios vindos dos EUA. O índice japonês Nikkei caiu 2,66% em Tóquio, a 38.520,09 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 2,52% em Seul, a 2.453,95 pontos, e o Taiex amargou queda ainda mais expressiva em Taiwan, de 3,53%, a 22.694,71 pontos, ao voltar de mais de uma semana de feriados.
Por que Trump impôs tarifas comerciais contra México, Canadá e China?
Neste último sábado (1º), Donald Trump assinou uma ordem com a imposição de tarifas sobre produtos importados de México, Canadá e da China, informou a Casa Branca em uma série de publicações na rede social X, antigo Twitter. Conforme o comunicado, sobre produtos do México serão aplicadas tarifas de 25%.
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Sobre produtos importados do Canadá, os Estados Unidos vão aplicar uma tarifa de 25%, com exceção de petróleo e gás, que serão alvo de uma tarifa de 10%. Em relação aos produtos importados da China, os Estados Unidos irão sobretaxar em 10%. Isso tem preocupado investidores no mundo inteiro sobre uma possível guerra comercial, o que pode levantar questionamentos de como o Ibovespa pode abrir hoje.
A aplicação de tarifas sobre importações era uma promessa de campanha de Trump, assim como fez no seu primeiro mandato. Desta vez, a medida inclui seus principais parceiros comerciais – México e Canadá.
No comunicado feito no X, a Casa Branca justificou a política de Trump como “medida decisiva para proteger os americanos da crise do fentanil”. Segundo a Casa Branca, o fentanil é a principal causa de morte para americanos de 18 a 45 anos. “O anúncio de tarifas de hoje é necessário para responsabilizar a China, o México e o Canadá por suas promessas de interromper a enxurrada de drogas venenosas nos Estados Unidos”, afirmou a Casa Branca.
O governo norte-americano informou que a ordem de Trump também inclui um mecanismo para aumentar as tarifas em caso de retaliação dos países, como ameaçaram. O presidente diz que as tarifas também vão na linha de medidas protecionistas para impulsionar a fabricação doméstica e como uma fonte potencial de receita para o governo federal.
Como a guerra comercial pode afetar o Ibovespa?
A informação de que os Estados Unidos iriam taxar as importações chinesas e de seus maiores parceiros comerciais fizeram o mercado fechar em queda de 0,61%, aos 126.135 pontos na última sexta-feira. Assim, o investidor pode esperar um mercado turbulento nesta segunda-feira.
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Segundo os analistas do Itaú BBA, o Ibovespa operava em tendência de alta até a última sexta-feira. Os analistas afirmam que essa direção pode ser revertida para queda se o indicador perder a faixa dos 123.100 pontos, um recuo de 2,4% na comparação com o fechamento de sexta-feira. Caso a Bolsa perca esse patamar no pregão, o Ibovespa pode recuar para a casa dos 120.400 pontos, tombo de 4,54%.
Ainda assim, os analistas lembram que as ações do Ibovespa estão descontadas e atrativas. No entanto, eles dizem que o investidor precisa compreender que o momento é de equilibrar apetite ao risco. “Em outras palavras, corra riscos calculados”, argumentam os analistas do Itaú BBA.
Eles comentam que se algo fora da curva acontecer e o Ibovespa hoje subir e encerrar o dia acima dos 127.400 pontos, a tendência de alta seria retomada e o indicador buscaria a casa dos 130.900, alta de 3,77% ante o pregão da última sexta-feira.
*Com informações do Broadcast
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