Para o mercado, o comunicado da autoridade monetária veio duro e sem grandes novidades em relação aos textos anteriores. A principal mudança foi a revisão na projeção para a inflação acumulada em 12 meses até o fim do segundo trimestre de 2027, que passou de 3,3% para 3,2%. Esse se tornou o horizonte relevante da política monetária na reunião do colegiado de novembro.
O Copom destacou que o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na política monetária. “O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirmou.
“De um modo geral, tivemos um comunicado com poucas mudanças, que tende a esvaziar um pouco das apostas que existiam no mercado para uma queda de juros iniciando em janeiro”, afirma Robson Pereira, economista-chefe da Brasilprev.
Entre as ações de maior peso no Ibovespa, os papéis da Vale (VALE3) terminaram em alta de 1,32%. Os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4), por outro lado, encerraram no campo negativo, com a queda do petróleo: os ordinários (PETR3) recuaram 2,03% e os preferenciais (PETR4) cederam 2,13%. Já as ações do Itaú (ITUB4) encerraram em leve baixa de 0,08%.
Em Nova York, S&P 500 e Dow Jones subiram 0,21% e 1,34%, respectivamente, enquanto Nasdaq caiu 0,25%. Os resultados trimestrais da Oracle (ORCL) pesaram no mercado. A empresa elevou as estimativas de gastos com data centers, o que fez suas ações perderem 10,83%.
O dólar hoje fechou em queda de 1,17% a R$ 5,4044, depois de oscilar entre máxima a R$ 5,4749 e mínima a R$ 5,396. Segundo Marcos Praça, diretor de análise da Zero Markets Brasil, as sinalizações do Fed e do Copom ajudam a explicar o movimento do câmbio. “As decisões favorecem operações de carry trade (estratégia que lucra com diferença nas taxas de juros entre países) e pressionam a desvalorização do dólar frente ao real”, afirma.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Hapvida (HAPV3), RD Saúde (RADL3) e Vivara (VIVA3).
Hapvida (HAPV3): 3,41%, R$ 13,94
As ações da Hapvida (HAPV3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e saltaram 3,41% a R$ 13,94. No acumulado de 2025, porém, os papéis têm o segundo pior desempenho do índice. Apenas a Raízen (RAIZ4) caiu mais do que a Hapvida no período.
A HAPV3 está em baixa de 1,13% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 58,33%.
RD Saúde (RADL3): 3,22%, R$ 24,67
Outro destaque positivo foi a RD Saúde (RADL3), que avançou 3,22% a R$ 24,67.
A RADL3 está em alta de 3,74% no mês. No ano, acumula uma valorização de 14,8%.
Vivara (VIVA3): 2,67%, R$ 34,2
Ainda na lista de maiores altas, esteve a Vivara (VIVA3), que subiu 2,67% a R$ 34,2. O alívio nos juros futuros na sessão ajudou ações cíclicas, mais sensíveis aos ciclos econômicos.
A VIVA3 está em baixa de 2,62% no mês. No ano, acumula uma valorização de 83,67%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Suzano (SUZB3), Magazine Luiza (MGLU3) e Usiminas (USIM5).
Suzano (SUZB3): -4,26%, R$ 49,47
Os papéis da Suzano (SUZB3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje e derreteram 4,26% a R$ 49,47. A empresa revisou as suas estimativas de investimentos operacionais para o negócio de celulose em 2027. Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a perspectiva de desembolso total operacional no período será de R$ 1.983 por tonelada.
A SUZB3 está em alta de 3,97% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 19,93%.
Magazine Luiza (MGLU3): -4,1%, R$ 9,58
Entre os destaques de baixa, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em queda de 4,1% a R$ 9,58.
A MGLU3 está em baixa de 6,81% no mês. No ano, acumula uma valorização de 51,82%.
Usiminas (USIM5): -2,76%, R$ 5,98
Quem também se saiu mal no Ibovespa hoje foi a Usiminas (USIM5), que recuou 2,76% a R$ 5,98, corrigindo parte dos ganhos da última sessão, quando disparou 4,06%.
A USIM5 está em alta de 10,54% no mês. No ano, acumula uma valorização de 12,41%.
*Com Estadão Conteúdo