Mercado acompanha a segunda prévia do IGP-M, indicador de inflação no Brasil, além de falas de dirigentes do Fed e do presidente dos EUA, Donald Trump, que podem impactar o Ibovespa hoje. (Imagem: nimito em Adobe Stock)
O Ibovespa hoje tenta se recuperar do tombo que levou no pregão de ontem, quando encerrou em queda acentuada de 2,4%, aos 158.557,88 pontos, após perder quase 4 mil pontos desde a abertura. Investidores ficam ligados às declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), tendo em vista a agenda doméstica esvaziada e os efeitos do payroll, o relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, no pregão da terça-feira (16).
O pregão de ontem – veja os detalhes aqui – foi dominado pela leitura combinada da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), comitê do Banco Central (BC) responsável por definir a taxa Selic, e do payroll.
Além do noticiário monetário, o índice sofreu com a queda superior a 2% do petróleo no mercado internacional, o que pressionou ações ligadas a commodities. Parte das perdas foi amortecida pela alta do minério de ferro na China e pelo desempenho positivo da Vale (VALE3), que avançou 0,38%. Em Nova York, os índices fecharam sem direção única, enquanto o dólar se fortaleceu frente ao real, subindo 0,76%, a R$ 5,4630, em um dia de menor apetite por risco.
Agenda doméstica influencia nos juros e no câmbio
Nesta quarta-feira (17), a agenda doméstica está enxuta, mas concentra indicadores capazes de mexer com juros e câmbio. O destaque fica com a segunda prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e amplamente utilizado como referência para reajustes de contratos.
Também entram no radar o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-FIPE) e o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), ambos acompanhados de perto para avaliar a trajetória da inflação no curto prazo.
Ao longo do dia, o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal e realiza operações de troca de rentabilidade de dois indexadores diferentes (swap) e de liquidez, instrumentos usados para suavizar movimentos do dólar e das taxas de juros.
O que esperar dos mercados no exterior
No exterior, o noticiário ganha peso político e monetário. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, faz um discurso à nação, enquanto dirigentes doFederal Reserve participam de eventos públicos, o que pode gerar ruído adicional nas expectativas sobre juros.
A agenda internacional ainda traz dados de inflação no Reino Unido e na zona do euro, além de indicadores de sentimento empresarial na Alemanhae dos estoques semanais de petróleo nos Estados Unidos. Mesmo sem grandes balanços corporativos, o conjunto de falas e indicadores tende a manter a volatilidade elevada nos mercados globais e, por consequência, no Ibovespa.
A seguir, confira a agenda do dia:
Agenda do dia (16/12)
Horário
Indicador
Anterior
05h00
Fipe: IPC (2ª quadri-dez)
0,21%
08h00
FGV: IGP-M (2º decêndio-dez)
0,32%
08h00
FGV: IPC-S Capitais (2ª quadri-dez)
Desaceleração em 4 das 7 capitais
14h30
BC: Fluxo cambial semanal
+ US$ 4,710 bi (01/12 a 05/12)
Eventos
Horário
Evento
11h30
BC oferta até 50 mil contratos de swap cambial (US$ 2,5 bi), em rolagem
12h00
BC oferta até R$ 5 bi em operações compromissadas de 3 meses
Exterior
Horário
País / Evento ou Indicador
04h00
Reino Unido – ONS: CPI (nov) / Núcleo do CPI (nov)
06h00
Alemanha – Ifo: índice de sentimento das empresas (dez)
07h00
Zona do euro – Eurostat: CPI (nov, final) / Núcleo do CPI (nov, final)
10h15
EUA – Diretor do Fed, Christopher Waller, fala sobre perspectivas econômicas na Universidade de Yale
11h05
EUA – Presidente do Fed de NY, John Williams, participa de evento institucional
12h30
EUA – DoE: estoques de petróleo, gasolina e destilados (semana até 12/dez); taxa de utilização das refinarias
13h00
EUA – Presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, fala na Câmara do Comércio de Gwinnett