O Ibovespa hoje acelerou o ritmo de perdas ao final do pregão e terminou o dia em forte queda. Nesta quarta-feira (26), a principal referência da B3 encerrou em baixa de 0,96% aos 124.768,71 pontos, depois de oscilar entre máxima a 126.562,53 pontos e mínima a 124.732,20 pontos. O volume negociado foi de R$ 22,15 bilhões.
Na agenda interna, investidores acompanharam a divulgação dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 137.303 carteiras assinadas em janeiro de 2025. O resultado, que decorreu de 2.271.611 admissões e 2.134.308 demissões, veio acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que estimava a criação líquida de 50,5 mil vagas com carteira assinada.
“Caged de janeiro reduz os temores do início de ano com a magnitude da perda de ímpeto da atividade, retornando à trajetória anterior ao fim de 2024. Acho que o fato relevante do número é exatamente esse: reduzir os temores de uma desaceleração brusca da economia”, afirma Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
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O resultado, no entanto, pressionou os ativos brasileiros e o câmbio, dada a percepção de que o quadro de inflação no Brasil continuará elevado, requerendo uma política monetária apertada por mais tempo. O dólar hoje fechou em alta de 0,86%, a R$ 5,8035.
Falas do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também movimentaram o mercado. Ele chegou a afirmar que é uma “imbecilidade” inibir o crescimento da economia como forma de controlar a inflação. “O ministro emitiu ainda uma opinião forte a respeito da condução da política monetária, dizendo que tem a esperança de que o Comitê de Política Monetária (Copom) não sancione a alta na taxa de juros prevista para março. A declaração impactou a cotação do dólar, que passava por uma sessão relativamente tranquila na parte da manhã”, destaca Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
A temporada de balanços foi outro fator que movimentou o mercado brasileiro nesta quarta-feira (26). As ações do IRB (IRBR3) tombaram 18,26%, mesmo após a empresa reportar um lucro líquido de R$ 112,4 milhões no quarto trimestre de 2024, resultado 196,9% maior que o apresentado no mesmo intervalo de 2023. Weg (WEGE3) e Telefônica Brasil (VIVT3), que também soltaram os seus números, foram outras a sofrer na sessão, caindo 8,68% e 7,05%, respectivamente.
Agora o mercado aguarda os resultados trimestrais da Petrobras (PETR3;PETR4), que devem ser divulgados após o fechamento do mercado. Segundo analistas ouvidos pelo E-Investidor nesta reportagem, a estimativa é que a petroleira reporte um lucro líquido entre US$ 1,41 bilhão e US$ 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2024, queda respectiva de 77% e 61% em relação ao lucro do mesmo período de 2023.
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Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,01% e 0,26%, respectivamente, enquanto Dow Jones caiu 0,43%. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pretende aplicar tarifas sobre produtos importados da União Europeia e que os detalhes virão em breve. Taxas de 25% visam automóveis e outros produtos, indicou o republicano durante a primeira reunião de membros do gabinete de seu segundo mandato nesta quarta-feira.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Ambev (ABEV3), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Gerdau (GGBR4).
Ambev (ABEV3): 5,5%, R$ 11,7
As ações da Ambev (ABEV3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, encerrando o pregão em valorização de 5,5% a R$ 11,7, após a empresa divulgar um lucro líquido de R$ 5 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 11% na comparação com o mesmo período de 2023. Analistas comentam nesta matéria os principais pontos positivos do balanço.
A ABEV3 está em alta de 5,41% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 0,34%.
Metalúrgica Gerdau (GOAU4): 2,13%, R$ 9,12
Quem também se saiu bem foi a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que subiu 2,13% a R$ 9,12. O movimento destoou do desempenho do minério de ferro no pregão, que recuou tanto em Cingapura quanto na Bolsa chinesa de Dalian.
A GOAU4 está em baixa de 5,2% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 11,02%.
Gerdau (GGBR4): 2,02%, R$ 16,65
Outro destaque positivo foi a Gerdau (GGBR4), que avançou 2,02% a R$ 16,65, acompanhando a alta da Metalúrgica Gerdau.
A GGBR4 está em baixa de 3,31% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 8,21%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram IRB (IRBR3), Weg (WEGE3) e MRV (MRVE3).
IRB (IRBR3): -18,26%, R$ 44,9
As ações do IRB (IRBR3) lideraram, com folga, as perdas do Ibovespa hoje, tombando 18,26% a R$ 44,9. Do lado negativo do balanço da empresa, as despesas administrativas registraram um forte aumento de 91,6% na base trimestral e de 58,1% na base anual.
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A IRBR3 está em baixa de 15,12% no mês. No ano, acumula uma valorização de 5,77%.
Weg (WEGE3): -8,68%, R$ 47,85
Outro destaque negativo foi a Weg (WEGE3), que afundou 8,68% na sessão a R$ 47,85, depois de divulgar o seu resultado do quarto trimestre de 2024, quando apresentou um lucro líquido de R$ 1,69 bilhão, redução de 2,9% ante o apurado no mesmo período de 2023. Para analistas ouvidos pelo E-Investidor nesta matéria, a companhia reportou um balanço irregular.
A WEGE3 está em baixa de 13,06% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 9,32%.
MRV (MRVE3): -7,84%, R$ 4,7
As ações da MRV (MRVE3) também figuraram entre as principais baixas do Ibovespa hoje e registraram queda de 7,84% a R$ 4,7. Na véspera, os papéis já haviam tombado 4,67% e liderado as perdas do índice da B3.
A MRVE3 está em baixa de 16,67% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 11,49%.
*Com Estadão Conteúdo
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