“Uma Bolsa valorizada traz efeitos positivos: facilita o financiamento das empresas por meio de novas emissões e aumenta a riqueza dos investidores, o que tende a estimular o consumo e o investimento. Ainda assim, mesmo com a alta recente, a Bolsa segue barata em relação aos resultados das companhias, o que limita o volume de novas captações no curto prazo”, afirma Gustavo Jesus, sócio da Victrix Capital.
O mercado acompanhou uma nova edição do Boletim Focus. A mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 caiu de 4,56% para 4,55%. A taxa está 0,05 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Já a projeção para a Selic no fim deste ano permaneceu em 15% pela 19ª semana consecutiva.
        
A agenda desta semana é agitada, com balanços de gigantes como Petrobras (PETR3;PETR4) e Itaú (ITUB4) – veja o calendário completo. Na quarta-feira (5), o Comitê de Política Monetária (Copom) também define os rumos dos juros no País.
“A princípio, o que a gente está observando, não só hoje, mas nos últimos dias, são máximas atrás de máximas sendo batidas no Ibovespa. Acredito que o que pode explicar o movimento é o mercado tentando acertar quando eventualmente vai ser esse primeiro corte de juros. Se vai ser em janeiro ou se vai ser em março de 2026”, avalia Nicolas Gass, head de alocação de investimentos e sócio da GT Capital.
Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,17%, e 0,46%, respectivamente, enquanto Dow Jones caiu 0,48%. O presidente do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou nesta segunda-feira que ainda não tomou uma decisão sobre o que fará na próxima reunião de política monetária da instituição. “O limite para cortar os juros é mais alto do que nas duas reuniões anteriores”, disse o dirigente, em entrevista ao Yahoo! Finance.
Por outro lado, o diretor do Fed, Stephen Miran, opinou nesta segunda que o banco central americano mantém uma postura excessivamente restritiva e alertou para os riscos de uma recessão caso essa orientação se prolongue. “Acho que o Fed é muito restritivo. Quanto mais tempo permanecermos restritivos, maior o risco de recessão”, sinalizou em entrevista à Bloomberg TV.
        
O dólar hoje fechou em queda de 0,43% cotado a R$ 5,3574. Já o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, subiu 0,07%, a 99,873 pontos.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Minerva (BEEF3), Bradespar (BRAP4) e CPFL (CPFE3).
Minerva (BEEF3): 2,79%, R$ 7,38
Os papéis da Minerva (BEEF3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e avançaram 2,79% a R$ 7,38. Ao Broadcast, o analista Rodrigo Brolo, sócio da AAX Investimentos, explicou que o movimento foi estimulado por uma rotação intrassetorial.
A BEEF3 está em alta de 2,79% no mês. No ano, acumula uma valorização de 79,13%.
Bradespar (BRAP4): 2,7%, R$ 19,04
Quem também se saiu bem foi a Bradespar (BRAP4), que subiu 2,7% a R$ 19,04. A empresa informou na última sexta-feira (31) que submeteu ao seu conselho de administração a deliberação da proposta para pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) no montante de R$ 310 milhões. Se aprovada a proposta, serão beneficiados os acionistas que estiverem posicionados no papel em 12 de novembro deste ano, com o pagamento ocorrendo no dia 24 de novembro.
A BRAP4 está em alta de 2,7% no mês. No ano, acumula uma valorização de 21,2%.
CPFL (CPFE3): 2,64%, R$ 42,7
Outro destaque positivo foi a CPFL (CPFE3), com alta de 2,64% a R$ 42,7.
A CPFE3 está em alta de 2,64% no mês. No ano, acumula uma valorização de 45,58%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Marcopolo (POMO4), GPA (PCAR3) e Hapvida (HAPV3).
Marcopolo (POMO4): -8,11%, R$ 7,25
As ações da Marcopolo (POMO4) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje e afundaram 8,11% a R$ 7,25, após o BTG Pactual rebaixar a recomendação para os papéis de compra para neutra. Veja os detalhes aqui.
        
A POMO4 está em baixa de 8,11% no mês. No ano, acumula uma valorização de 4,02%.
GPA (PCAR3): -5,05%, R$ 3,57
Na lista de principais baixas, os ativos do GPA (PCAR3) caíram 5,05% a R$ 3,57. Segundo Gass, da GT Capital, o movimento acompanhou um relatório do JPMorgan, que reforçou a recomendação de venda para a ação sem estabelecer nenhum preço-alvo. “Isso acaba sendo um pouco preocupante”, diz o analista.
A PCAR3 está em baixa de 5,05% no mês. No ano, acumula uma valorização de 40%.
Hapvida (HAPV3): -2,81%, R$ 30,4
Entre os destaques negativos do Ibovespa hoje, a Hapvida (HAPV3) cedeu 2,81% a R$ 30,4.
A HAPV3 está em baixa de 2,81% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 9,12%.
*Com Estadão Conteúdo