

O Ibovespa hoje encerrou em alta, contrariando o pessimismo observado pelas Bolsas de Nova York, enquanto as políticas tarifárias de Donald Trump seguem no radar dos investidores. Nesta quinta-feira (6), a principal referência da B3 finalizou o dia em valorização de 0,25% aos 123.357,55 pontos, depois de oscilar entre máxima a 124.111,92 pontos e mínima a 122.680,93 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,7 bilhões.
Ações ligadas ao setor de metais se destacaram na Bolsa brasileira, em meio à promessa de estímulos da segunda maior economia do mundo. O presidente do Banco do Povo da China (PBoC), Pan Gongsheng, afirmou nesta quinta-feira que o banco central chinês cortará as taxas de juros e a taxa de compulsórios em momento apropriado, ainda neste ano.
Papéis da Vale (VALE3), de maior peso para a carteira do Ibovespa, foram beneficiados com a notícia e subiram 1,10%. O destaque do setor, no entanto, foi a CSN Mineração (CMIN3), que disparou 3,59%. Na China, o contrato mais negociado do minério de ferro no mercado futuro da Bolsa chinesa de Dalian, para maio de 2025, fechou em queda de 0,45%. Já em Cingapura, o minério para entrega em abril subiu 0,69%.
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Ações de petroleiras, por outro lado, voltaram a sofrer no pregão. Os papéis ordinários da Petrobras (PETR3) recuaram 0,75%, enquanto os preferenciais (PETR4) cederam 1,04%, na oitava sessão de queda seguida, segundo informações do Broadcast. Já os ativos da Brava Energia (BRAV3) tiveram perdas de 2,66%, ampliando a desvalorização da véspera, quando já haviam tombado 8,27%. Os contratos futuros de petróleo, por sua vez, subiram nesta quinta-feira – veja mais detalhes sobre o desempenho da commodity nesta matéria.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 1,78%, 0,99% e 2,61%, respectivamente. O mercado aguarda a divulgação do relatório oficial de emprego dos EUA (payroll) na sexta-feira (7), ao mesmo tempo em que mantém as preocupações relacionadas aos impactos da imposição de tarifas por Trump. O presidente americano anunciou hoje a decisão de adiar a aplicação de taxas ao México e ao Canadá até 2 de abril, dentro do Acordo Estados Unidos, México, Canadá (USMCA).
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em alta de 0,06% a R$ 5,7597, ainda longe de se recuperar da queda da quarta-feira (5), quando terminou o dia em baixa de 2,71% a R$ 5,7560. “O real entra em ‘modo de espera’ para a divulgação do relatório de empregos dos EUA amanhã, o payroll, que poderá ser mais um acontecimento na semana turbulenta para definir o direcional dos mercados”, afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Natura (NTCO3), CPFL (CPFE3) e Automob (AMOB3).
Natura (NTCO3): 5,83%, R$ 13,44
As ações da Natura (NTCO3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, finalizando a sessão com ganhos de 5,83% a R$ 13,44. Em relatório, o JPMorgan disse que a empresa deve ser uma das principais vencedoras em 2025 dentro do setor de varejo. “Diferente de outras varejistas e empresas de consumo, acreditamos que as melhorias operacionais da companhia dependem mais de iniciativas internas do que de fatores macroeconômicos”, afirmam os analistas do banco.
A NTCO3 está em alta de 3,94% no mês. No ano, acumula uma valorização de 5,33%.
CPFL (CPFE3): 5,03%, R$ 37,18
Quem também se saiu bem foram as ações da CPFL (CPFE3), que subiram 5,03% a R$ 37,18. Ao Broadcast, Artur Horta, da GTF Capital, disse acreditar que investidores começaram a se posicionar na empresa para ter direito aos dividendos de R$ 2,79 por ação, de um montante de R$ 3,2 bilhões. A proposta passará por Assembleia Geral Ordinária em 29 de abril. “Os preços de energia de longo prazo melhoraram muito no ano”, acrescentou Horta.
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A CPFE3 está em alta de 5,99% no mês. No ano, acumula uma valorização de 17,7%.
Automob (AMOB3): 4,17%, R$ 0,25
Outro destaque positivo foi a Automob (AMOB3), que avançou 4,17% a R$ 0,25, recuperando-se de parte das perdas observadas na véspera, quando tombou 4,58%.
A AMOB3 está estável no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 26,47%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Marcopolo (POMO4), GPA (PCAR3) e Marfrig (MRFG3).
Marcopolo (POMO4): -8,6%, R$ 6,8
As ações da Marcopolo (POMO4) registraram a maior baixa do Ibovespa hoje, cedendo 8,6% a R$ 6,8. Analistas do Safra, no entanto, acreditam que a ação é uma boa alternativa de investimento, como mostramos nesta matéria. Os especialistas do banco dizem que, para 2025, a empresa espera melhora nos volumes dos mercados externos, com boas perspectivas para América Latina e África.
A POMO4 está em baixa de 7,48% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,03%.
GPA (PCAR3): -2,8%, R$ 2,43
Na lista de principais baixas do dia, estiveram ainda as ações do GPA (PCAR3), que recuaram 2,8% a R$ 2,43. O JPMorgan, em relatório, destacou preferência pelas ações do Grupo Mateus (GMAT3) no setor de varejo alimentício. “A ação do Grupo Mateus é negociada a 9 vezes a relação entre preço e lucro (P/L) para 2025, descontada em relação a pares. Com isso, a negociação relativa é de compra na empresa, dado seu balanço patrimonial superior e perspectivas de crescimento sobre Assaí (ASAI3) ou GPA (PCAR3)”, destacam os analistas do banco.
A PCAR3 está em baixa de 3,95% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,71%.
Marfrig (MRFG3): -2,74%, R$ 14,19
Completando os principais destaques negativos do Ibovespa hoje, estiveram as ações da Marfrig (MRFG3), que cederam 2,74% a R$ 14,19, corrigindo parte dos ganhos acumulados na véspera, quando saltaram 7,04%.
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A MRFG3 está em alta de 4,11% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 16,68%.
*Com Estadão Conteúdo