De acordo com a mídia estatal, o ataque israelense resultou na morte dos dois mais altos líderes militares do Irã: o comandante das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami. O general Gholamali Rashid, vice-comandante das Forças Armadas, também foi morto. Ainda segundo a imprensa iraniana, pelo menos seis cientistas nucleares morreram no ataque.
As autoridades israelenses classificaram a ofensiva ao Irã como uma “primeira etapa” de ações contra o país, e disseram que a operação seguirá “tanto dias quanto for necessário”. Já nesta sexta-feira, o Irã iniciou sua primeira onda de retaliação, lançando mais de 100 drones em direção a Israel, de acordo com o Brigadeiro-General Effie Defrin, principal porta-voz do exército israelense.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte alta, depois de saltarem mais de 10% durante a madrugada, em reação aos ataques aéreos de Israel contra o Irã. Embora os bombardeios não tenham atingido a infraestrutura petrolífera do país, investidores seguem apreensivos quanto a retaliações, especialmente devido à presença militar iraniana perto do Estreito de Ormuz, ponto de passagem crucial para o transporte global de petróleo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para julho fechou em alta de 7,26%, enquanto o Brent para agosto, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 7,02%. No acumulado da semana, o WTI disparou 13% e o Brent, 12%.
O avanço da commodity fez petroleiras subirem na Bolsa brasileira, ajudando a aliviar a queda do Ibovespa. O grande destaque foi a Petrorecôncavo (RECV3), que avançou 2,71%. Brava Energia (BRAV3) e Prio (PRIO3) tiveram ganhos de 1,51% e 1,76%, respectivamente. Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) também subiram: enquanto os ordinários (PETR3) registraram valorização de 2,13%, os preferenciais (PETR4) observaram alta de 2,46%.
Por outro lado, Matheus Amaral, especialista de renda variável do Inter, avalia que o petróleo em alta traz efeitos negativos para empresas com custos atrelados ao combustível como aéreas, por exemplo, além de custos logísticos para a cadeia produtiva como um todo. “Consequentemente, podemos esperar uma pressão inflacionária maior caso o petróleo continue a subir”, diz.
O dia não foi negativo apenas no mercado local. Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 1,13%, 1,79% e 1,3%, respectivamente, enquanto o índice de volatilidade VIX — espécie de “termômetro do medo” — disparou 15,54%, a 20,82 pontos. Na Europa, os índices acionários também fecharam no campo negativo. A Bolsa de Londres caiu 0,39%, a de Paris recuou 1,04% e a de Frankfurt perdeu 1,14%. As de Milão e Lisboa, por sua vez, tiveram respectivas quedas de 1,28% e 0,69%. Em Madri, o Ibex35 cedeu 1,27%.
“Hoje foi um dia bastante difícil para os mercados globais. As Bolsas da Europa fecharam em queda e os índices norte-americanos também operaram no vermelho. O principal motivo é a escalada das tensões no Oriente Médio, com novos ataques entre Israel e Irã ao longo do dia, o que aumentou a aversão ao risco no mercado”, explica Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
O dólar hoje fechou em leve queda de 0,02% a R$ 5,5417, após operar com volatilidade na sessão, entre perdas e ganhos. A moeda americana chegou a superar R$ 5,5938 diante do aumento das posições defensivas, embora tenha perdido força ao longo do dia. “Depois de uma semana marcada por dados favoráveis de inflação nos EUA, que levaram o mercado a antecipar o início do ciclo de flexibilização monetária pelo Federal Reserve (Fed), o foco dos investidores agora retorna ao cenário externo, caracterizado pelo aumento da aversão ao risco e pelo temor de uma escalada militar mais ampla”, avalia Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Petrorecôncavo (RECV3), Petrobras (PETR4) e Suzano (SUZB3).
Petrorecôncavo (RECV3): 2,71%, R$ 15,56
As ações da Petrorecôncavo (RECV3) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje, subindo 2,71% a R$ 15,56, impulsionadas pela valorização do petróleo no exterior.
A RECV3 está em alta de 7,53% no mês. No ano, acumula uma valorização de 1,1%.
Petrobras (PETR4): 2,46%, R$ 32,53
Quem também se saiu bem foi a Petrobras (PETR4), que registrou alta de 2,46% a R$ 32,53. Ao longo da semana, avançou 9,79%, ajudando o Ibovespa a subir 0,82% no período.
A PETR4 está em alta de 8,11% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -5,46%.
Suzano (SUZB3): 2,19%, R$ 54,11
Outro destaque positivo foi a Suzano (SUZB3). As ações da empresa encerraram o pregão com ganhos de 2,19% a R$ 54,11, após o Goldman Sachs elevar a recomendação da empresa para compra e aumentar o preço-alvo da ação para R$ 65. Veja os detalhes nesta matéria.
A SUZB3 está em alta de 8,98% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -12,42%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram CVC (CVCB3), Magazine Luiza (MGLU3) e Usiminas (USIM5).
CVC (CVCB3): -8,33%, R$ 2,31
As ações da CVC (CVCB3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje, amargando perdas de 8,33% a R$ 2,31. Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital, destaca que, em geral, empresas ligadas ao consumo e à curva de juros se saíram mal no dia.
A CVCB3 está em baixa de 2,53% no mês. No ano, acumula uma valorização de 67,39%.
Magazine Luiza (MGLU3): -7,07%, R$ 8,94
Os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) também sofreram no pregão, recuando 7,07% a R$ 8,94.
A MGLU3 está em baixa de 3,04% no mês. No ano, acumula uma valorização de 41,68%.
Usiminas (USIM5): -5,92%, R$ 4,77
Na lista de principais baixas do Ibovespa hoje, estiveram ainda as ações da Usiminas (USIM5), que caíram 5,92% a R$ 4,77, acompanhando a sessão negativa para o minério de ferro no exterior.
A USIM5 está em baixa de 8,27% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 10,34%.
*Com Estadão Conteúdo