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Ibovespa hoje: índice renova mínima do ano e só 7 ações fecham em alta

Índice foi penalizado pelo payroll, que fez o dólar e os juros futuros subirem na sessão desta sexta-feira (7)

Ibovespa hoje: índice renova mínima do ano e só 7 ações fecham em alta
A B3 é a empresa que opera a Bolsa de Valores no Brasil (Foto: Adobe Stock)
  • O Ibovespa hoje terminou o pregão em queda de 1,73%, aos 120.767,19 pontos
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), São Martinho (SMTO3) e Marfrig (MRFG3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram LWSA (LWSA3), Magazine Luiza (MGLU3) e MRV (MRVE3)

O Ibovespa hoje contrariou o bom humor visto na véspera e voltou a cair, renovando a sua cotação mínima de encerramento do ano. Nesta sexta-feira (7), o índice terminou o pregão em queda de 1,73%, aos 120.767,19 pontos, com apenas sete papéis da sua carteira no campo positivo. O volume negociado na sessão foi de R$ 21,7 bilhões.

O grande fator que pesou para o desempenho negativo da Bolsa brasileira no dia foi a publicação do payroll (relatório oficial de emprego dos Estados Unidos). O documento mostrou que a economia do país criou 272 mil empregos em maio, em termos líquidos, acima do topo das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 120 mil a 220 mil postos de trabalho, com mediana de 185 mil.

Na quinta-feira (6), os investidores até chegaram a se animar com a notícia de que o Banco Central Europeu (BCE) cortou suas principais taxas de juros em 25 pontos-base, à medida que a condução da política monetária na Europa pode influenciar o ciclo de queda de juros dos Estados Unidos. “No entanto, com os dados atuais do payroll, as chances de corte em setembro diminuíram bem e isso impacta principalmente os países emergentes, que veem uma saída do fluxo do investidor estrangeiro, mantendo o pessimismo visto nos últimos dias”, afirma Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

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Diante da maior cautela despertada pelo payroll, os principais índices acionários americanos fecharam em queda, com Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 registrando perdas de 0,23%, 0,22% e 0,11%, respectivamente. Ainda assim, as Bolsas de Nova York avançaram na semana, em um período que marcou renovações de recordes históricos de encerramento para o S&P 500 e o Nasdaq.

Na B3, grande parte das ações foi penalizada pela alta dos juros futuros e do dólar. A moeda americana avançou 1,42% e encerrou a sessão cotada a R$ 5,324, no maior patamar do câmbio desde 5 janeiro de 2023, quando a divisa valia R$ 5,35. Nesta reportagem, mostramos o que está por trás da forte valorização do dólar nas últimas semanas.

Entre as maiores quedas do Ibovespa, o destaque ficou para as ações sensíveis a juros mais altos, como varejistas e construtoras. Enquanto do lado positivo, apenas os papéis que se beneficiam da alta do dólar conseguiram se sair bem nesta sexta-feira.

Maiores Altas

As três ações que mais valorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), São Martinho (SMTO3) e Marfrig (MRFG3).

Embraer (EMBR3): 4,04%, R$ 38,4

As ações da Embraer (EMBR3) lideraram os ganhos do Ibovespa nesta sexta-feira e encerraram em valorização de 4,04% a R$ 38,4. Ao Broadcast, a analista da MyCap, Julia Monteiro, explicou que a exportadora conta com receitas dolarizadas e encontra suporte no avanço da divisa americana. “A expectativa é que o dólar continue forte, por conta do fortalecimento dos juros dos Treasuries (títulos públicos americanos) e da evasão de investidor estrangeiro”, disse.

A EMBR3 está em alta de 5,99% no mês. No ano, acumula uma valorização de 71,51%.

São Martinho (SMTO3): 2,76%, R$ 28,25

Quem também se saiu bem no dia foram os papéis da São Martinho (SMTO3), que fecharam em valorização de 2,76% cotadas a R$ 28,25. Nenhuma notícia específica sobre a empresa, no entanto, foi monitorada pelos investidores durante o pregão.

A SMTO3 está em alta de 4,09% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 3,62%.

Marfrig (MRFG3): 1,09%, R$ 11,12

Na lista de maiores altas do dia, estiveram ainda as ações da Marfrig (MRFG3), que encerraram o dia em valorização de 1,09% cotadas a R$ 11,12. O movimento ocorreu após o Itaú BBA elevar o preço-alvo para os papéis de R$ 10 para R$ 14, reiterando recomendação market perform (equivalente à neutra) para a empresa.

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A MRFG3 está em baixa de 1,42% no mês. No ano, acumula uma valorização de 14,64%.

Maiores Quedas

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram LWSA (LWSA3), Magazine Luiza (MGLU3) e MRV (MRVE3).

LWSA (LWSA3): -8,46%, R$ 4,22

Os papéis da LWSA (LWSA3), ex-Locaweb, registraram a principal queda do Ibovespa e terminaram a sessão em baixa de 8,46% a R$ 4,22. As ações da empresa devolveram os ganhos observados na quinta-feira (6), quando subiram 6,22% e registraram a principal alta do índice, após a notícia de que a companhia avança em conta digital e de crédito.

A LWSA3 está em baixa de 2,54% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 29,78%.

Magazine Luiza (MGLU3): -7,56%, R$ 11,74

Quem também sofreu no pregão foram os papéis do Magazine Luiza (MGLU3). Mais sensíveis aos juros altos, os ativos acabaram sendo penalizados pela expectativa de apenas um corte de juros nos Estados Unidos em 2024 ou até mesmo nenhum, o que dificulta o trabalho do Banco Central em reduzir a Selic por aqui.

A MGLU3 está em baixa de 5,25% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 45,32%.

MRV (MRVE3): -6,02%, R$ 6,87

Na lista de maiores baixas, figuraram também as ações da MRV (MRVE3), que encerraram em queda de 6,02% sendo negociadas a R$ 6,87. Os papéis foram pressionados pelo avanço dos futuros após a surpresa com o payroll americano.

A MRVE3 está em baixa de 0,72% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 38,82%.

*Com Estadão Conteúdo

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