O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 214/25, que suspende as medidas recentes do governo relacionadas ao IOF, foi inicialmente aprovado na Câmara dos Deputados, onde passou por 383 votos a 98. Depois, seguiu para o Senado e foi aprovado em votação simbólica. Com o aval das duas Casas, o texto vai para a promulgação, sem precisar de sanção presidencial. Veja tudo o que muda para o investidor aqui.
Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, encara que a decisão do Congresso tem dois lados. “No curto prazo, a medida traz uma reação positiva ao anular parte da carga tributária sobre operações financeiras, mas sublinha a questão estrutural que pode continuar pressionando o câmbio daqui para frente, que é uma situação fiscal ainda delicada e que carece de resolução, seja pelo lado da arrecadação ou do corte de gastos”, afirma.
Na agenda doméstica, o mercado também acompanhou a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que apresentou alta de 0,26% em junho, 0,10 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em maio (0,36%). O resultado ficou 0,05 ponto porcentual abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava desaceleração a 0,31%, ante alta de 0,36% em maio. O intervalo das expectativas, todas de alta, ia de 0,20% a 0,37%.
Dentro do Ibovespa, as ações de maior peso para a carteira do índice da B3 encerraram o pregão no campo positivo. Os papéis ordinários da Petrobras (PETR3) subiram 0,74%, enquanto os preferenciais (PETR4) registraram valorização de 0,8%. Os ativos da Vale (VALE3), por sua vez, dispararam 3,01%, em dia positivo para o minério de ferro no exterior.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,8%, 0,94% e 0,97%, respectivamente. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos sofreu queda anualizada de 0,5% no primeiro trimestre de 2025, de acordo com a terceira e última estimativa do Departamento de Comércio do país. “O dado, abaixo das expectativas, contribuiu para uma visão de menor pressão inflacionária e, consequentemente, reforçou a possibilidade de o ciclo de cortes de juros pelo Fed estar mais próximo”, diz Zogbi, da Nomad.
O dólar hoje fechou em queda de 1,02% cotado a R$ 5,4986. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, encerrou em baixa de 0,54%, a 97,147 pontos. “Esse movimento no cenário internacional foi amplificado por fatores domésticos, o que fez com que o real registrasse um dos melhores desempenhos do dia”, avalia André Valério, economista sênior do Inter.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Azzas 2154 (AZZA3), Natura (NTCO3) e Vivara (VIVA3).
Azzas 2154 (AZZA3): 5,97%, R$ 40,82
As ações da Azzas 2154 (AZZA3) lideraram os ganhos do Ibovespa hoje, disparando 5,97% a R$ 40,82. Empresas cíclicas, mais sensíveis aos ciclos econômicos, tiveram um dia positivo, com o alívio nos juros futuros.
A AZZA3 está em baixa de 7,54% no mês. No ano, acumula uma valorização de 38%.
Natura (NTCO3): 4,97%, R$ 10,99
Quem também se saiu bem foi a Natura (NTCO3), que avançou 4,97% a R$ 10,99.
A NTCO3 está em alta de 4,97% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 13,87%.
Vivara (VIVA3): 4,26%, R$ 25,92
Outro destaque positivo foi a Vivara (VIVA3), que saltou 4,26%, encerrando o pregão cotada a R$ 25,92.
A VIVA3 está em baixa de 0,27% no mês. No ano, acumula uma valorização de 39,21%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Localiza (RENT3), Vamos (VAMO3) e Vibra (VBBR3).
Localiza (RENT3): -7,28%, R$ 40,01
As ações da Localiza (RENT3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje e derreteram 7,28% a R$ 40,01. Os papéis reagiram aos possíveis cortes no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros com motor 1.0, em estudo pelo governo. Para o Itaú BBA, uma queda no preço dos veículos novos também pressionará o valor dos seminovos, o que levará a revisões negativas nos lucros de 2025 e 2026 da empresa, devido a maiores despesas de depreciação no curto prazo.
A RENT3 está em baixa de 6,87% no mês. No ano, acumula uma valorização de 25,9%.
Vamos (VAMO3): -7,14%, R$ 4,42
Os papéis da Vamos (VAMO3) também estiveram entre as principais baixas, recuando 7,14% a R$ 4,42, depois de subirem 3,48% na quarta-feira (25) e 7,23% na terça-feira (24).
A VAMO3 está em baixa de 11,07% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 6,95%.
Vibra (VBBR3): -2,26%, R$ 21,21
Entre os principais destaques negativos do Ibovespa hoje, as ações da Vibra (VBBR3) fecharam em baixa de 2,26% a R$ 21,21. Ao Broadcast, o analista Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, explicou que o aumento da mistura de biocombustíveis aos combustíveis fósseis, anunciado na quarta-feira (25) pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), penaliza a distribuidora, na medida em que os custos mais baixos com a maior porcentagem de etanol deverá ser neutralizada pela redução nos preços.
A VBBR3 está em alta de 5,1% no mês. No ano, acumula uma valorização de 24,11%.
*Com Estadão Conteúdo