Banco do Brasil (BBAS3) divulgou balanço nesta quinta (14). Foto: Adobe Stock
O Ibovespa na semana subiu 0,31%, passando de 135.913,25 pontos para 136.340,77 pontos. O período foi marcado pela divulgação de balanços do 2º trimestre de 2025 por empresas no foco do mercado. Foi o caso dos números do Banco do Brasil (BBAS3) que, conforme era temido, vieram bastante pressionados pela inadimplência do agronegócio – o lucro líquido caiu 60% em 12 meses, para R$ 3,8 bilhões, enquanto a rentabilidade foi a 8,4%, ante 21,6% há 12 meses. Ainda assim, as ações da instituição financeira foram resilientes e terminaram a semana entre as maiores altas do índice.
Fora a temporada de balanços no mercado local, os investidores também acompanharam divulgação de dados macroeconômicos no exterior, como as vendas no varejo nos EUA. De acordo com a Ágora Investimentos, o indicador veio acima do esperado, reforçando a cautela dos investidores quanto à condução da política monetária norte-americana. O encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, também mexeram com as expectativas nesta sexta-feira (15).
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,94%, 1,74% e 0,81% no acumulado da semana, respectivamente. Já o dólar caiu 0,7% frente ao real na semana, atingindo os R$ 5,40.
“A recente desvalorização do dólar se insere em uma estratégia mais ampla dos Estados Unidos para fortalecer sua competitividade industrial e comercial no cenário global. Ao reduzir o valor relativo da moeda, os produtos americanos se tornam mais baratos no mercado internacional, favorecendo exportações e incentivando a produção doméstica”, afirma Harrison Gonçalves, CFA Charterholder e membro do CFA Society Brazil.
Maiores altas da semana
As três ações que mais valorizaram na semana foram BTG (BPAC11), MRV (MRVE3) e Banco Do Brasil (BBAS3).
BTG (BPAC11): 10,43%, R$ 44,45
Os papéis do BTG Pactual registraram a maior alta do Ibovespa na semana, com um salto de 10,43%, para R$ 44,45. A performance reflete um balanço do 2º trimestre acima das expectativas. No período, o banco apresentou um lucro líquido ajustado recorde, de R$ 4,2 bilhões, que representa um crescimento de 42% em relação ao mesmo intervalo em 2024 (leia mais aqui).
A BPAC11 está em alta de 15,04% no mês. No ano, acumula uma valorização de 66,29%.
MRV (MRVE3): 10,32%, R$ 7,16
A repercussão positiva do balanço do 2º trimestre da MRV também é o responsável pela alta de 10,32% das ações no acumulado da semana. O papel rompeu os R$ 7 pela primeira vez com os investidores repercutindo a melhora operacional, apesar do impacto negativo da subsidiária Resia nos números.
A MRVE3 está em alta de 20,34% no mês. No ano, acumula uma valorização de 34,84%.
Banco Do Brasil (BBAS3): 9,09%, R$ 20,65
Apesar de ter divulgado um balanço bastante pior do que o esperado, as ações do Banco do Brasil foram resilientes. Na semana, acumularam uma valorização de 9%, aos R$ 20,65, com investidores aproveitando as baixas recentes para comprar.
A BBAS3 está em alta de 4,82% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -11,14%.
Maiores baixas da semana
As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Raízen (RAIZ4), Braskem (BRKM5) e CVC (CVCB3).
Raízen (RAIZ4): -16,13%, R$ 1,04
Os papéis da Raízen foram os mais penalizados na semana após o balanço do 2º trimestre trazer um prejuízo líquido bilionário. As ações cederam 16,13% na semana e terminaram o período cotadas a R$ 1,04.
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A RAIZ4 está em baixa de -26,76% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -51,85%.
Braskem (BRKM5): -12,79%, R$ 7,64
As ações da Braskem desabaram 12,79% na semana, aos R$ 7,64, com rebaixamento de rating pela Moody’s e com notícias negativas sobre as tratativas para a venda do controle da empresa.
A BRKM5 está em baixa de -12,39% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -34,02%.
CVC (CVCB3): -11,74%, R$ 2,03
Por último, as ações da CVC apresentaram queda de 11,74% na semana, aos R$ 2,03, com balanço mais fraco e temores sobre impactos do cenário macroeconômico na operação.
A CVCB3 está em baixa de -13,98% no mês. No ano, acumula uma valorização de 47,1%.