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Mercado

Ibovespa na semana: Brava (BRAV3) tomba mais de 17%, Magalu (MGLU3) derrete e Azul (AZUL4) decola

Últimos dias foram marcados por decisões de política monetária que adicionaram maior volatilidade aos mercados

Ibovespa na semana: Brava (BRAV3) tomba mais de 17%, Magalu (MGLU3) derrete e Azul (AZUL4) decola
Painel da Bolsa de Valores. (Imagem: Adobe Stock)
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  • O Ibovespa sofreu a pior queda semanal desde a baixa de 3% no intervalo entre 20 e 24 de maio
  • As três ações que mais valorizaram na semana foram Azul (AZUL4), São Martinho (SMTO3) e Prio (PRIO3)
  • As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Brava Energia (BRAV3), Assaí (ASAI3) e Magazine Luiza (MGLU3)

O Ibovespa na semana acumulou perdas de 2,83%, passando de 134.881,95 pontos para 131.065,44 pontos – a pior retração para o índice desde a queda de 3% no intervalo entre 20 e 24 de maio. Os últimos dias foram marcados por decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, eventos que acrescentaram maior volatilidade ao mercado acionário.

Na quarta-feira (18), o Federal Reserve (Fed) decidiu cortar as taxas de juros americanas em 50 pontos-base, para a faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano, em decisão tomada por 11 votos a 1. Esse foi o primeiro alívio monetário no país desde a pandemia. Em entrevista coletiva após a publicação do comunicado da autoridade, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que não há “um curso predeterminado” para administrar a taxa de juros e que o banco central americano continua dependente de dados econômicos para adotar suas decisões de política monetária a cada reunião.

No mesmo dia, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por elevar a Selic em 25 pontos-base para 10,75% ao ano, em decisão unânime. Esse foi o primeiro aperto de juros no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu comunicado, a autoridade destacou que o ritmo de ajustes futuros na taxa e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados “pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”

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Após uma Super-Quarta turbulenta, o Ibovespa enfrentou dias negativos, com investidores preocupados sobre os impactos da alta de juros para as empresas locais. “Essa elevação da Selic também desestimula o consumo e o crédito interno, o que afeta o crescimento econômico e, consequentemente, o desempenho das empresas na Bolsa. Além disso, fatores como a desaceleração global, tensões geopolíticas e a valorização do dólar frente ao real também têm contribuído para um cenário de volatilidade, reforçando a aversão ao risco dos investidores”, explica Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest.

Em Nova York, o cenário foi diferente: S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 1,36%, 1,62%, 1,49%, respectivamente. O mercado consolida a aposta de que o Fed entregará uma redução acumulada de 75 pontos-base nas taxas até o final deste ano, o que aumenta o apetite por risco no exterior. A precificação aparece no monitoramento da plataforma Fed Watch, do CME Group.

No mercado doméstico de câmbio, o dólar e o euro caíram 0,83% e 0,08% frente ao real na semana, atingindo os R$ 5,52 e R$ 6,16, respectivamente.

As maiores altas do Ibovespa na semana

As três ações que mais valorizaram na semana foram Azul (AZUL4), São Martinho (SMTO3) e Prio (PRIO3).

Azul (AZUL4): +6,26%, R$ 5,26

As ações da Azul (AZUL4) registraram uma alta de 6,26% na semana, a R$ 5,26, enquanto investidores monitoram os próximos passos das negociações da empresa com seus credores. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa disse que, em linhas gerais, “os credores têm mostrado apoio e as negociações estão avançando”.

A AZUL4 está em baixa de 2,41% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 67,15%.

São Martinho (SMTO3): +3,47%, R$ 27,11

Quem também se deu bem na semana foi a São Martinho (SMTO3), que avançou 3,47% no período, a R$ 27,11. Um dos destaques recentes foi o fato de que o JPMorgan elevou a recomendação da empresa para overweight (equivalente à compra).

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“Embora a empresa tenha sido afetada pelos incêndios florestais que ocorreram no Brasil nas últimas semanas, ela já avaliou os danos e ajustou seu guidance, levando-nos a acreditar que o pior parece estar para trás em termos de fluxo de notícias”, disse o banco, em relatório.

A SMTO3 está em baixa de 2,2% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,01%.

Prio (PRIO3): +2,05%, R$ 44,2

Na lista de maiores altas do Ibovespa na semana, estiveram as ações da Prio (PRIO3), que avançaram 2,05% a R$ 44,2, embaladas pelo desempenho do petróleo. O contrato mais líquido do Brent subiu quase 3,4% esta semana, o maior ganho semanal desde fevereiro, devido aos temores de um conflito cada vez maior no Oriente Médio e à esperança de que a política de flexibilização do Fed e de outros bancos centrais fortaleça a demanda em breve.

A PRIO3 está em baixa de 5,64% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,02%.

As maiores quedas do Ibovespa na semana

As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Brava Energia (BRAV3), Assaí (ASAI3) e Magazine Luiza (MGLU3).

Brava Energia (BRAV3): -17,63%, R$ 18,18

O papel que teve o pior desempenho do Ibovespa na semana foi o da Brava Energia (BRAV3), que cedeu 17,63% a R$ 18,18. As ações da empresa foram prejudicadas pelo adiamento do retorno da produção do campo de Papa Terra, marcado agora para dezembro deste ano.

A BRAV3 está em baixa de 31,06% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 30%.

Assaí (ASAI3): -12,5%, R$ 7,7

Quem também se saiu mal foi o Assaí (ASAI3), que acumulou perdas de 12,5% na semana, a R$ 7,7, após o Bank of America (BofA) rebaixar a recomendação dos papéis para neutro e cortar o preço-alvo para R$ 11.

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A ASAI3 está em baixa de 19,54% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 43,09%.

Magazine Luiza (MGLU3): -10,78%, R$ 10,35

Outro destaque negativo do Ibovespa na semana foi o Magazine Luiza (MGLU3), que tombou 10,78% no período, alcançando o patamar de R$ 10,35. Os papéis da varejista, mais sensíveis aos ciclos econômicos, foram penalizados pelas preocupações dos investidores em relação ao futuro da política monetária nacional.

A MGLU3 está em baixa de 14,88% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 51,79%.

*Com Estadão Conteúdo