Na quarta-feira (6), teve início a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros aos EUA. Para o mercado, o saldo é que a situação ficou menos desfavorável do que parecia no início. Isso porque pelo menos 700 produtos nacionais entraram na “lista de exceções” às taxas, caso dos combustíveis e aeronaves. Agora, mais do que os impactos econômicos das medidas, o principal temor dos investidores é de uma escalada das tensões entre Brasil e Estados Unidos no espectro político, como explicamos nesta reportagem.
Em relação aos balanços, o Itaú (ITUB4), “queridinho” do mercado, voltou a agradar, reportando lucro líquido gerencial de R$ 11,5 bilhões no segundo trimestre de 2025, alta anual de 14,3%. Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco subiu 0,9 ponto porcentual em um ano e 0,8 ponto porcentual no trimestre, para 23,3%. Veja aqui as análises de bancos e corretoras.
Outro resultado bem recepcionado foi o da Eletrobras (ELET3;ELET6). Os números foram sólidos na visão do mercado e vieram acompanhados pelo anúncio do pagamento de R$ 4 bilhões em dividendos intermediários. Investidores com posição acionária na empresa até 15 de agosto terão direito aos valores. O pagamento deve ser feito em 5 de setembro.
Por outro lado, a Petrobras (PETR3;PETR4) decepcionou o mercado ao anunciar proventos menores do que o esperado. O Fluxo de Caixa Livre (FCL) teve queda anual de 39,6% e atingiu R$ 19,2 bilhões no trimestre, comprometendo a remuneração aos acionistas. Explicamos os detalhes aqui.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 2,43%, 1,35% e 3,87%, respectivamente, na semana. O destaque corporativo ficou por conta da Apple (AAPL), que disparou 13,33% no período, no maior ganho semanal desde 2020, com notícias sobre novos investimentos de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar caiu 1,97% na semana e chegou ao patamar de R$ 5,4361. A moeda americana foi pressionada por apostas renovadas por cortes de juros nos EUA já em setembro. Donald Trump anunciou na quinta-feira (7) que escolheu o atual presidente do Conselho de Assessores Econômicos (CEA, na sigla em inglês), Stephen Miran, para ocupar o cargo de diretor no Conselho do Federal Reserve (Fed) até 31 de janeiro de 2026. “Enquanto isso, continuaremos buscando um substituto permanente”, escreveu o republicano na Truth Social.
As maiores altas do Ibovespa na semana
As três ações que mais valorizaram na semana foram RD Saúde (RADL3), Eletrobras (ELET3;ELET6) e SmartFit (SMFT3).
RD Saúde (RADL3): 28,83%, R$ 17,65
As ações da RD Saúde (RADL3) avançaram 28,83% na semana a R$ 17,65, após a empresa reportar lucro líquido ajustado de R$ 402,7 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 12,9% frente ao resultado do mesmo trimestre de 2024.
A RADL3 está em alta de 31,03% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 18,93%.
Eletrobras On (ELET3): 16,9%, R$ 44,28
Eletrobras Pn (ELET6): 15,96%, R$ 47,6
As ações ordinárias da Eletrobras (ELET3) dispararam 16,9% a R$ 44,28 na semana, enquanto as preferenciais (ELET6) registraram alta de 15,96% a R$ 47,6. O mercado repercutiu o balanço e o anúncio de dividendos da empresa.
A ELET3 está em alta de 17,11% no mês. No ano, acumula uma valorização de 32,46%.
A ELET6 está em alta de 16,38% no mês. No ano, acumula uma valorização de 26,09%.
SmartFit (SMFT3): 12,03%, R$ 23,47
Na temporada de balanços, outro destaque foi a SmartFit (SMFT3), que avançou 12,03% a R$ 23,47 na semana. A rede de academias encerrou o segundo trimestre de 2025 com lucro líquido recorrente de R$ 189 milhões, o que representa um crescimento de 32% ante o reportado em igual etapa do ano passado.
A SMFT3 está em alta de 13,27% no mês. No ano, acumula uma valorização de 39,12%.
As maiores quedas do Ibovespa na semana
As três ações que mais desvalorizaram na semana foram GPA (PCAR3), Raízen (RAIZ4) e Hypera (HYPE3).
GPA (PCAR3): -11,46%, R$ 3,09
As ações do GPA (PCAR3) tiveram o pior desempenho do Ibovespa na semana. Os papéis da varejista tombaram 11,46% a R$ 3,09. Além de divulgar os números do segundo trimestre, que podem ser conferidos aqui, a companhia anunciou que deixará de apresentar projeções para a abertura de novas lojas, em função da menor intensidade prevista de inaugurações no segundo semestre de 2025 e ao longo de 2026.
A PCAR3 está em baixa de 12,22% no mês. No ano, acumula uma valorização de 21,18%.
Raízen (RAIZ4): -11,43%, R$ 1,24
Entre os destaques negativos da semana, também estiveram os papéis da Raízen (RAIZ4), que derreteram 11,43% no período, chegando à cotação de R$ 1,24.
A RAIZ4 está em baixa de 12,68% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 42,59%.
Hypera (HYPE3): -10,39%, R$ 23,19
Na lista de principais baixas do Ibovespa na semana, figuraram ainda as ações da Hypera (HYPE3), que afundaram 10,39% a R$ 23,19. A empresa reportou lucro das operações continuadas de R$ 426,1 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 13,4% na comparação com o segundo trimestre de 2024.
A HYPE3 está em baixa de 9,8% no mês. No ano, acumula uma valorização de 31,02%.
*Com Estadão Conteúdo