- Os rumos dos mercados serão definidos pela capacidade das instituições brasileiras de conseguir evitar novos atos de vandalismo, aponta Órama
- Na invasão do Capitólio, há dois anos, os mercados ignoraram a instabilidade política e subiram no mesmo dia e nos pregões seguintes; IBOV caiu
- A percepção de uma instabilidade institucional pode afastar investidores estrangeiros e repetir no Brasil mesma reação da B3 ao Capitólio
Os rumos dos mercados nos próximos dias serão definidos pela capacidade das instituições brasileiras de conseguir evitar novos atos de vandalismo, avalia Lorena Laudares, mestre em Ciência Política da Órama Investimentos, após as invasões golpistas em Brasília neste domingo (9). Para a analista, outro fator determinante será a capacidade de inibir que outras categorias façam adesão aos ataques, como a dos caminhoneiros.
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“O restabelecimento da ordem pública com demonstração de controle e coordenação política se mostram mais importantes que nunca”, afirma Laudares.
Ao fazer um paralelo entre os atos golpistas no Brasil e o episódio das invasões de apoiadores de Donald Trump ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, a especialista relembra que os mercados ignoraram a instabilidade política e subiram no mesmo dia e nos pregões seguintes. Já no mercado doméstico, a invasão pesou negativamente na B3 e fez o Ibovespa inverter o sinal durante o dia.
“O índice encerrou a sessão em leve queda de 0,23%, aos 119.100,08 pontos Contudo, no pregão seguinte (07/01/2021), todas as bolsas operaram em forte alta e Dow Jones, S&P 500, Nasdaq e o IBOV fecharam o dia com valorização de 0,69%, 1,48%, 2,56% e 2,76%, respectivamente. Todos os índices bateram recordes de fechamento.”
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Com os atos de Brasília, o mesmo cenário pode se repetir no Brasil, com a percepção de instabilidade dos investidores estrangeiros, aponta Laudares. “Somos um mercado emergente que depende mais de 50% do volume de operações em bolsa do investidor estrangeiro. A percepção de uma instabilidade institucional pode afastar esses investidores. É esperado um pregão volátil e o panorama vai depender da capacidade de resposta do atual governo”, afirma.