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- As ações do IRB (IRBR3) podem retornar ao Ibovespa no segundo quadrimestre de 2023 (maio a agosto)
- Essa volta acontece em função do grupamento de ações feito pelo ressegurador no dia 25 de janeiro, na ordem de 30 para 1. Além disso, o IRB manteve volume de negociação e liquidez nos últimos 12 meses
- É esperado que os papéis sofram uma alta de curto prazo, caso realmente retornem ao Ibovespa. Ainda assim, as perspectivas para a empresa seguem incertas
O IRB (IRBR3) havia sido excluído do Ibovespa no início deste ano por ter se tornado uma “penny stock’ – empresa cuja ação é negociada por menos de R$ 1 na Bolsa. Entretanto, para surpresa de alguns investidores, o papel IRBR3 pode retornar ao índice no segundo quadrimestre de 2023 (maio a agosto), enquanto Ecorodovias (ECOR3) e Banco Pan (BPAN4) podem deixar a seleção.
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A segunda e terceira prévia devem sair em abril e a carteira definitiva começa a rodar no início de maio. Essa possível volta acontece em função do grupamento de ações feito pelo ressegurador no dia 25 de janeiro, na ordem de 30 para 1. Ou seja, o investidor que tinha 30 ações por R$ 1, passou a ter 1 ação por R$ 30, o que fez a empresa deixar a alcunha de penny stock.
Além disso, o IRB manteve volume de negociação e liquidez nos últimos 12 meses, um dos critérios mais fortes da seleção de ativos para o Ibovespa. Na outra ponta, os papéis da Ecorodovias e Banco Pan experienciam quedas nos volumes de negociações – leia mais sobre isso aqui.
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“A verdade é que estar no índice não significa que a empresa é melhor ou pior. Significa apenas que é um papel líquido, que dá para vender a qualquer momento. Ibov é um índice de liquidez”, afirma Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira.
O especialista pontua que a visão sobre os papéis do IRB continua a mesma. Isto é, que não é o ativo mais atrativo ao investidor e que a empresa segue com perspectivas incertas. Em meados de 2020, o ressegurador identificou fraudes contábeis nos balanços e viu os papéis desabarem 90% desde então.
A companhia também vem reportando prejuízos anuais, de R$ 1,5 bilhão em 2020, R$ 682,7 milhões em 2021 e R$ 630,3 milhões em 2022. “Não tem apresentado resultados tão interessantes ao meu ver. Tem seguradoras bem mais interessantes na Bolsa, como BB Seguridade”, afirma Brasil.
Essa também é a visão de Rodolfo Olivo, professor na FIA Business School. “É uma empresa que não estaria na minha carteira. Houve os problemas de governança no passado recente e faltou transparência: eles fizeram alguns movimentos para melhorar a gestão, mas estamos em um momento macro complicado e vejo que eles ainda não conseguiram dar uma credibilidade maior ao papel”, diz.
Alta de curto prazo
Apesar de teoricamente a entrada ou saída de uma ação do Ibovespa não afetar a análise dos fundamentos daquela companhia, é sempre esperado que um papel que passe a integrar o índice sofra uma alta de curto prazo.
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A explicação para essa valorização acontece em torno dos ETFs, fundos de índice que replicam a carteira do Ibovespa.
“Quando muda a carteira, esses fundos são obrigados a se movimentar. Por exemplo: se o IRB realmente entrar e Ecorodovias e Pan saírem, os fundos teriam que comprar IRBR3 e vender ECOR3 e BPAN4. E como esses fundos são grandes e a nossa Bolsa é pequena em volume de negócios, acontecem essas alterações”, afirma Olivo, da FIA Business School.
O contrário também acontece: ao sair do índice, o papel pode ter uma queda de curto prazo. “Existem fundos estrangeiros institucionais que só podem aplicar em ações de empresas brasileiras que estejam no Ibovespa”, afirma Brasil, da Gava. “Ou seja, caso uma ação deixe o índice, essas aplicações terão que mover capital para outras companhias que continuem dentro da seleção.”