O CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, deu pistas de como deve ser o pagamento dos dividendos do Itaú (ITUB4) em 2025 após o banco renumerar os acionistas com R$ 28,7 bilhões em 2024 com dividendos, recompra de ações e juros sobre o capital. Em entrevista coletiva com jornalistas, o executivo disse que o banco deve manter uma meta inicial de pagar cerca de 27% a 30% do lucro em proventos em 2025.
No entanto, ele afirma que esse pagamento tende a aumentar ao longo do ano. O banco quer avaliar capital e riscos e, se sobrar um espaço adicional no capital, a companhia pode pagar mais proventos aos investidores. “Em caso de excesso de capital, queremos fazer a distribuição adicional, não extraordinária, pois uma distribuição extraordinária que acontece todo ano deixa de ser extraordinária. Então, no fim de 2025, vamos fazer uma distribuição similar ao que fizemos em 2024. O objetivo não é reter nosso excesso de capital”, afirmou Maluhy Filho.
Nos últimos dois anos, o Itaú fez uma distribuição de dividendos extraordinários relevantes aos investidores, com o banco pagando cerca de 60% do seu lucro referente aos resultados de 2023 e 69,4% sobre os resultados de 2024. Ou seja, nos últimos dois anos, os dividendos adicionais mais que dobraram o payout básico do banco, sendo de cerca de 30%.
Crescimento conservador da carteira de crédito deve aumentar os dividendos em 2025?
O banco também projeta um crescimento da carteira de crédito entre 4,5% e 8,5% em 2025. O número é menor que o aumento de 15,5% registrado em 2025, o que também deve fazer com que a companhia tenha um excesso de capital ainda maior. Questionado se esse excesso de capital pode aumentar ainda mais os dividendos e se o pagamento de 70% do lucro em dividendos do Itaú (payout) seria o novo normal do banco, o executivo afirmou que o capital pode aumentar, mas reafirmou a projeção inicial.
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“É natural que, se você cresce a carteira com menor velocidade ao longo do ano, vai ter mais capital. Mas vamos manter a política de aguardar os acontecimentos do ano para definir esse dividendo adicional. Por isso, mantemos a previsão inicial de payout de 27% a 30% do lucro sem o pagamento adicional”, explicou Maluhy Filho.
Ontem, o Itaú anunciou o pagamento de R$ 15 bilhões em dividendos e JCP (juros sobre capital próprio) mais um novo programa de recompra de ações de R$ 3 bilhões, totalizando R$ 18 bilhões em remuneração aos acionistas.
Itaú tem maior lucro da história na B3
O Itaú Unibanco teve o maior lucro já alcançado por uma instituição financeira listada na B3, mostra levantamento da Elos Ayta desta quinta-feira (6). Em 2024, o banco registrou um lucro líquido de R$ 40,2 bilhões. O valor considera as normas contábeis brasileiras pelo BR GAAP, padronização que permite a comparação com os demais players do mercado.
Se considerado o lucro líquido recorrente gerencial do Itaú, o resultado sobe para R$ 41,4 bilhões, consolidando a força do Itaú Unibanco no setor. O banco também se destaca ao deter o maior lucro já registrado tanto em valores nominais quanto em valores ajustados pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em termos nominais, dos dez maiores lucros da história entre os bancos listados na B3, oito pertencem ao Itaú Unibanco. Os outros dois lugares da lista são ocupados pelo Banco do Brasil, que registrou um lucro de R$ 33,8 bilhões em 2023 e de R$ 31,0 bilhões em 2022.
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O cenário se repete quando se ajustam os valores pela inflação até dezembro de 2024. O Itaú Unibanco também lidera com folga, seguido por seus próprios desempenhos em anos anteriores, como os R$ 36,9 bilhões ajustados de 2015 e os R$ 35,4 bilhões de 2019. O Banco do Brasil figura na quarta posição, com um lucro ajustado de R$ 35,4 bilhões em 2023. Esse pode ser um dos pontos que fazem com que os dividendos do Itaú (ITUB4) sejam equivalentes a quase 70% do lucro.