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Funcionário do Santander divulga texto que cita ‘golpe’ contra Lula

Apesar da repercussão, as ações do Santander negociam em alta nesta sexta-feira

Funcionário do Santander divulga texto que cita ‘golpe’ contra Lula
Foto: Edgard Garrido/Reuters
  • A hashtag #Santandergolpista vem chamando a atenção nas redes sociais desde a quinta-feira (12)
  • Um funcionário do banco compartilhou um relatório que flerta com um golpe para evitar o retorno do ex-presidente Lula ao cargo

A hashtag #Santandergolpista vem chamando a atenção nas redes sociais desde a quinta-feira (12) após um funcionário do banco, o economista Victor Candido, compartilhar por engano um relatório que flerta com um golpe para evitar o retorno do ex-presidente Lula ao cargo nas eleições de 2022.

Apesar da repercussão, as ações do Santander negociam em alta nesta sexta-feira, cotadas a R$ 40,07, às 13h06.

A repercussão tem feito as ações oscilarem, mas dentro do que a companhia já vinha apresentando antes da polêmica. Na quinta-feira (12), as ações fecharam cotadas em R$ 39,84, queda de 0,54%, chegando próximo ao mínimo de R$ 39,62. Na quarta-feira (11), quando o relatório veio à tona, as ações fecharam em alta de 0,65% com os papéis cotados a R$ 40,06.

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O relatório, compartilhado com clientes e operadores do mercado, não foi escrito pelo funcionário, mas por uma casa independente. O E-Investidor apurou que foi a CAC Consultoria. Em nota, o Santander diz que “o conteúdo do informe é de autoria de uma consultoria independente, cuja opinião não reflete a visão do Santander.”

A CAC Consultoria confirmou a autoria do relatório e esclareceu que o relatório era privado para clientes, mas houve confusão no compartilhamento.

Reservadamente, uma fonte ligada ao Santander disse que o envio do relatório foi realizado pelo funcionário do banco por um sistema de mensagens da Bloomberg e não pela Instituição.

O documento, enviado a clientes e operadores financeiros, expressa que o retorno do presidente Lula representa uma ameaça ao país e que o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, perderia sua força no governo com a volta de Lula e de seus aliados. “Se o sistema político e judicial, se o establishment político brasileiro acha cômico o governo Bolsonaro, o retorno de Lula e seus aliados representa uma ameaça bem mais séria. Hoje, Lira é o presidente da Câmara, mas sob um governo do PT, seria um modesto aliado abrigado em um cargo menor”, diz um dos trechos do relatório.

O texto flerta claramente com a possibilidade de golpe ao sugerir que “ninguém apoiará um golpe em favor de Bolsonaro, mas é possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula.”

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Em nota, o Santander afirma que “o texto citado não corresponde, sob qualquer hipótese, a uma visão da instituição, que restringe suas análises econômicas a variáveis que impactem a vida financeira de seus clientes, sem qualquer viés político ou partidário.”

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