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Magazine Luiza (MGLU3): alternativa ou risco com os juros altos?

A ação segue entre as mais voláteis da Bolsa, sendo afetada principalmente pela atual curva de juros

Magazine Luiza (MGLU3): alternativa ou risco com os juros altos?
Magazine Luiza. Foto: Divulgação
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  • As ações do Magazine Luiza (MGLU3) estão entre os ativos da Bolsa que mais têm sofrido com a atual curva de juros
  • Desde que atingiu a máxima histórica, o papel acumula baixa de 87,8% até o pregão desta segunda, quando fechou em R$ 3,34
  • O futuro do papel é visto como incerto por analistas, que apontam haver opções do mesmo setor com prognósticos mais claros

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) encerraram o pregão desta segunda-feira (27) com valorização diária de 3,4%, liderando as altas no varejo. No entanto, o papel segue entre os mais voláteis da Bolsa, sendo afetado principalmente pela atual curva de juros. Analistas ouvidos pelo E-Investidor dizem que o futuro do ativo é incerto, sendo considerado até mais arriscado que as ações de outras varejistas.

Desde que atingiu a máxima histórica no dia 6 de novembro de 2020, aos R$ 27,34, a ação acumula baixa de 87,8% até o pregão desta segunda, quando fechou em R$ 3,34. Para o curto e médio prazos, o papel é visto como de risco elevado e só deve voltar a ter desempenho melhor quando a economia do País estiver mais estável.

O analista da Toro Investimentos, Gabriel Costa, estima que os resultados da empresa seguirão pressionados ao longo dos próximos trimestre em função do cenário macroeconômico. “A varejista está exposta a um público sensível à oscilação de renda, o que em um ambiente como o atual pode frear o consumo de bens discricionários”, explica.

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Já para o analista de investimentos da Quantzed, Victor Paganini, recentes declarações da presidente do Conselho de Administração da empresa, Luiza Helena Trajano, teriam levantado maiores desconfianças sobre o futuro da empresa. A fala em questão foi feita em um evento realizado em São Paulo no dia 22. “Juros altos não geram renda, nem crédito, nem emprego”, disse Trajano.

“Se a principal acionista sinaliza que está complicado tomar crédito, isso traz ainda mais incertezas para o mercado. Tivemos cenários recentes de problemas com empresas concorrentes, tudo isso contribui para um ecossistema de maior risco, o que atrai pessimismo”, avalia Paganini.

Um ponto destacado pelos analistas é de que as marcas atingidas pela empresa em 2020 têm relação direta com o crescimento do e-commerce durante a pandemia de covid-19. Dessa forma, ainda que os principais indicadores econômicos entrem em rota de melhoria, não há perspectiva de que as ações retomem a faixa dos R$ 20 em um futuro próximo.

Preço está abaixo do valor real?

A desvalorização como observada pode levantar dúvida sobre o real valor da ação. Os analistas consultados, contudo, consideram que o papel está no valor devido, haja visto que não há perspectivas claras de mudança de cenário econômico. Há ponderações, no entanto, de que o investidor mais disposto pode estar diante de oportunidade.

O analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, diz que para o médio prazo há possibilidade de recuperação mais significativa, o que para ele se explicaria pelos problemas enfrentados pelas Americanas. “Em janeiro e fevereiro as Americanas tiveram queda de fluxo das vendas. Essa dinâmica ruim pode continuar favorecendo o Magalu”, considera.

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Apesar disso, Ferrer afirma que parte dessa perspectiva de crescimento pelo fator Americanas já está precificado pelo mercado, o que reduz a margem de recuperação. “De todo modo, dada a perspectiva atual, não achamos que a ação está descontada, com resultados recentes ruins e prognóstico de um cenário duro. É difícil de reverter rápido”, afirma.

Paganini, que também observa que o ativo não está abaixo do preço real, diz que as atuais incertezas demonstram mais variáveis negativas. “Eu aguardaria alguma mudança de cenário, porque acho bem arriscado. Pode até ser que o risco venha a compensar, que esteja mais barato do que o que vale, mas temos que esperar mudanças no cenário”, explica.

Outros opções do varejo

Para os analistas, existem opções de varejistas que podem representar maior segurança para o investidor.

Costa, da Toro, diz que o momento é para “empresas resilientes”, citando como recomendação Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3). A Renner, segundo ele, apesar dos resultados do último trimestre, tem caixa confortável e perspectivas para melhorias nos próximos períodos. Já a Vivara, em sua visão, está exposta a um público menos sensível aos problemas atuais.

Fernando Ferrer, da Empiricus, diz preferir a proposta de negócio do Mercado Livre (MELI34). “Tem uma proposta boa e tem conseguido crescer”, afirma. No entanto, pondera que ainda considera o papel caro e por isso ainda não faz a recomendação. Outra varejista destacada por ele é a Arezzo (ARZZ3). “Bem nichada, está com perspectiva de crescimento e tem valor atrativo”, destaca.

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Já Victor Paganini menciona a C&A (CEAB3), devido aos resultados recentes interessantes e menor risco. Ele destaca que a receita bruta de 2022 praticamente equivale ao valor da companhia, cerca de R$ 1,2 bilhão. “Tem que avaliar outras coisas, mas é um atrativo que faz sentido”, diz.

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