As ações do Magazine Luiza (MGLU3) recuam 57,2% no acumulado de 2024. Os ativos saíram de R$ 21,47 no fechamento do último pregão de 2023 (em 28 de dezembro) para a faixa dos R$ 9,19 no encerramento das negociações de quinta-feira (5). Em meio à volatilidade do papel, analistas do mercado financeiro ficam recessos em recomendar a compra da ação.
Na visão dos especialistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI, a companhia tem apresentado resultados financeiros dentro do esperado pelo mercado. O Magazine Luiza (MGLU3) teve um lucro líquido contábil de R$ 102,4 milhões no terceiro trimestre de 2024, o que reverteu o resultado negativo de R$ 498,3 milhões visto no mesmo período de 2023. Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 70 milhões no período, revertendo o prejuízo de R$ 143 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 713,5 milhões, revertendo o número negativo de R$ 286 milhões de um ano antes. O Ebitda ajustado do Magazine Luiza, por sua vez, também foi positivo em R$ 171,6 milhões, com alta de 47,2%. A margem Ebitda ajustada atingiu 8%, um aumento de 2,3 pontos porcentuais (p.p.) em relação ao ano anterior.
Na visão da Ágora Investimentos, esse resultado já era esperado pelo mercado. Desse modo, os especialistas dizem que a ação dificilmente pode encontrar gatilhos de alta. Nesse sentido, o ativo pode ficar de lado e não trazer ganhos relevantes para o investidor.
“Reconhecemos que o Magazine Luiza está em direção a resultados positivos e sustentáveis, impulsionados principalmente pela melhora da margem EBITDA e pelo declínio das despesas financeiras. No entanto, os números apresentados chegaram a níveis mais próximos das estimativas do consenso e, portanto, não devem justificar revisões significativas”, dizem Pedro Pinto do Bradesco BBI e Flávia Meireles da Ágora Investimentos, que assina o relatório em conjunto.
A Ágora Investimentos possui recomendação neutra para o Magazine Luiza com preço-alvo de R$ 15 para o fim de 2025, uma potencial alta de 63,2% na comparação com o fechamento de quinta-feira (5), quando a ação encerrou o pregão a R$ 9,19. O Itaú BBA tem uma visão similar. Os analistas classificam o papel como market perform, desempenho dentro da média do mercado, que é equivalente à neutra.
Os especialistas comentam que o papel está sendo negociado a 12 vezes o Preço sobre Lucro (P/L), o que mostra que o ativo está dentro da média do setor. Ou seja, a ação está no preço justo e não deve ter novos gatilhos. Desse modo, o Itaú BBA tem recomendação neutra para o Magalu com preço-alvo de R$ 15 para o fim de 2025, alta de 63,2% na comparação com o fechamento de ontem.
Nem tudo está perdido para o Magazine Luiza
Se para a Ágora Investimentos e o Itaú BBA, as ações do Magazine Luiza não estão atrativas, para a Genial Investimentos a recomendação é de compra para o papel. Os analistas dizem que o resultado da varejista foi acima do esperado no terceiro trimestre de 2024 e que o Magazine Luiza “voltou a ser o Magalu de 2016, com sangue nos olhos”.
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“O resultado foi Sensacional! O Magalu mostrou um trimestre de forte recomposição de margens, superando com folga até as estimativas mais otimistas do mercado com relação ao consolidado de R$ 102,4 milhões — uma cifra quase 4 vezes acima de nossa estimativa, que era de R$ 26 milhões”, salientam Iago Souza e Nina Mirazon, que assinam o relatório da Genial.
Ainda assim, os analistas lembram que a empresa pode enfrentar algumas dificuldades devido ao ciclo de alta de juros no País. Por causa disso, os especialistas esperam um crescimento no preço da ação ao longo de 2025 e decidiram reduzir o preço-alvo de R$ 19,50 para R$ 17 para o fim de 2025. A nova cifra equivale a uma alta de 84,98% na comparação com o fechamento de quinta-feira (5).
Ou seja, o investidor deve analisar os riscos do papel e ver se vale a pena aportar nas ações do Magazine Luiza (MGLU3), que já caíram 57,2% em 2024. A proposta de correr esse risco é para buscar retornos de até 85% em 2025. Duas casas dizem que o melhor é ficar de fora, enquanto uma diz que o investidor deve aproveitar essa oportunidade.