Ações da Magalu (MGLU3) enfrentam queda após balanço do 3º tri. (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)
A Magazine Luiza (MGLU3) reportou, por meio de fato relevante, que identificou incorreções contábeis referentes ao reconhecimento de bônus, relacionados às metas de desempenho dos fornecedores. A investigação iniciou a partir de uma denúncia anônima registrada em março deste ano. Os trabalhos foram realizados sob supervisão do Comitê de Auditoria, Riscos e Compliance da companhia (CARC).
Segundo o comunicado da empresa para o mercado, a apuração conduzida por Tozzini Freire Advogados e PricewaterhouseCoopers concluiu como improcedente denúncia anônima de supostas práticas comerciais em desacordo com o Código de Conduta e Ética da companhia. Ou seja, a investigação não encontrou indícios de que as imprecisões teriam sido causadas de forma proposital.
A identificação das incorreções foi responsável pelo ajuste do patrimônio líquido da varejista de R$ 829,5 milhões para R$ 322,1 milhões. “Em essência, a companhia reconheceu essas receitas de bonificação (que reduziram custos e contas de fornecedores), anteriormente ao cumprimento da respectiva meta de desempenho, fazendo com que o lucro bruto e o lucro líquido fossem maiores”, informou a XP em relatório divulgado nesta terça-feira (14).
Os erros encontrados aumentaram a percepção de risco da empresa mesmo com a comprovação de que a denúncia era improcedente. “A necessidade de reapresentação de lançamentos contábeis e de implantação de medidas visando ao aprimoramento dos mecanismos de controles internos gera incertezas quanto à existência de outras inconsistências porventura ainda não evidenciadas”, ressaltou Georgia Jorge, analista do Banco do Brasil Investimentos.
Diante do caso, a companhia ressaltou que o Conselho de Administração determinou a implantação de medidas para o aprimoramento dos mecanismos do seu controle interno. A repercussão sobre a incorreção contábil foi negativa no mercado. Pela manhã, por volta das 11h, as ações da Magazine Luiza (MGLU) apresentaram uma desvalorização de 9%. As perdas persistiram durante a tarde. Às 14h, os papéis caíram 2,31%, cotados a R$ 1,69.