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Mais cedo, a companhia informou que a CVM solicitou a republicação dos resultados devido às provisões (dinheiro reservado para cobrir os calotes ou rombos) relacionadas a determinados processos tributários envolvendo a M Serviços, que é uma subsidiária da Marisa e opera os serviços financeiros e de crédito para as lojas e clientes.
Segundo a varejista, a perda dos processos tributários é possível e aceitável, por isso, a provisão não foi realizada no balanço, tendo havido, inclusive, recente decisão favorável à companhia na esfera administrativa da CVM.
“A empresa está analisando os termos da decisão da área técnica da CVM e avaliando as medidas a serem eventualmente adotadas, inclusive no que se refere à apresentação de recurso, com pedido de efeito suspensivo da decisão de hoje”, disse a varejista.
Em resumo, a CVM entende que a empresa deve reconhecer algumas provisões referentes aos impostos da M Serviços em seu balanço. No entanto, isso não aconteceu, pois a Marisa enxerga que fez tudo corretamente e deve recorrer ao caso. A empresa não revelou os valores do suposto erro contábil visto pela CVM.
Conforme Marcos Pelozato, advogado com 14 anos de atuação no setor de reestruturação empresarial, o investidor deve entender que não há algo grave, como o caso Americanas. Segundo ele, a empresa pode ter registrado de maneira inadequada determinados ativos e passivos, ou seja, valores que entram e saem do caixa.
“É por isso que a CVM exige a republicação desde 2022: para corrigir toda a série de resultados e restabelecer a transparência para investidores e credores”, diz Pelozato.
Segundo ele, ao corrigir os lançamentos, o resultado pode mostrar uma situação financeira mais frágil do que a apresentada anteriormente. Pelozato salienta que em alguns casos, erros desse tipo reduzem o patrimônio líquido, aumentam o endividamento ou diminuem o lucro reportado. Portanto, ele vê um impacto real e com reflexo na análise da saúde da companhia.
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Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação, reforça a tese. Na visão dele, a alteração desse item tem impacto direto porque pode mudar indicadores importantes, como a geração de caixa e até margens operacionais. Se por um lado, a companhia diz que deve recorrer da decisão da CVM, o economista aponta que o melhor é o investidor ter cautela. Isso porque não foi divulgado quais são os valores a serem provisionados no balanço e quanto isso tende a diminuir o lucro líquido da empresa.
“No caso da Marisa, isso gera um período de maior incerteza até que os novos números sejam publicados, já que analistas e investidores ficam sem base confiável para projeções”, explica Murad.
O pedido feito pelos especialistas é de cautela, visto que o tamanho desse erro contábil ainda não foi revelado. Além disso, a própria companhia trabalha com possibilidade de recurso, o que pode enterrar esse possível problema encontrado pela CVM no balanço da Marisa (AMAR3).
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