JBS oficializou plano para levar suas ações a Nova York. (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O Ibovespa recuou 1% na semana, passando de 118.897,99 pontos para 117.710,54, pontos. No período, o principal índice acionário da B3 voltou a negociar acima dos 119 mil pontos, mas despencou no último dia do pregão. Segundo analistas ouvidos pelo E-Investidor, os principais fatores para a reviravolta nesta sexta-feira (14) foram os dados do varejo que vieram bem abaixo do esperado.
“Vendas no varejo caíram 1% em maio ante abril, enquanto a projeção do mercado era de estabilidade. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda também é de 1%”, salienta Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira, citando que o mercado esperava uma melhora no consumo brasileiro com a inflação mais baixa.
Nesta semana, a virada nas expectativas para a política monetária norte-americana, com o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) sinalizando que deve antecipar o fim da escalada de juros no país, impactou o fortalecimento do real ante o dólar.
“Esse cenário favorece a expectativa de um dólar mais fraco globalmente e deve manter a moeda americana abaixo de R$ 5 até o fim do ano. No Brasil, ajuda a sustentar o real no acumulado da semana as novas entradas de investidores estrangeiros que devem direcionar seus canhões para nossa bolsa de valores.”, comenta Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank.
O dólar caiu 1,46% frente ao real na semana, aos R$ 4,80, enquanto o euro subiu 0,86%, aos R$ 5,38. Em Nova York, na semana, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 2,42%, 2,29%, 3,32%, respectivamente.
A JBS avançou 7,1% cotada a R$ 19,01 na semana. A companhia anunciou, nesta semana, uma dupla listagem no Brasil e nos Estados Unidos, o que animou investidores. Para Bazzo, o foco em ganhar espaço no mercado global para captar mais dinheiro e, consequentemente, aumentar o valor de mercado da companhia, tem surtido efeitos.
“A posição em Nova York também dá vantagem à JBS por superar ‘filtros’ de investidores internacionais, como as restrições em aportes em ações da América Latina ou de mercados emergentes. O movimento deve dar novo fôlego para os papéis na companhia”, explica.
A JBS está em alta de 8,88% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 8,69%.
Prio (PRIO3): 5,51%, R$ 41,52
Os papéis da Prio valorizaram 5,51% na semana, cotados a R$ 41,52. Apesar de despencar mais de 3% nesta sexta, a petrolífera está entre os destaques positivos da semana. Na terça (11) e na quarta (12), ela ficou entre as maiores altas, puxada pelo bom desempenho da cotação do petróleo.
Publicidade
A Prio está em alta de 11,97% no mês. No ano, acumula uma valorização de 11,58%.
Vale (Vale): 4,81%, R$ 68,61
A mineradora se destacou positivamente entre as maiores altas do Ibovespa, com investidores otimistas aos estímulos que a China anunciou na terça-feira (11), destinando mais de US$ 400 bilhões de crédito para o setor imobiliário. As altas do minério de ferro ao longo da semana também contribuíram para o destaque do papel.
A Vale está em alta de 6,84% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 21,11%.