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- O Ibovespa caiu 2,01% na semana, de 124.612,22 pontos para 122.102,15 pontos
- As três ações que mais valorizaram na semana foram MRV (MRVE3), Alpargatas (ALPA4) e Natura (NTCO3)
- As três ações que mais caíram na semana foram CVC (CVCB3), CSN (CSNA3) e Azul (AZUL4)
O Ibovespa na semana caiu 2,01%, passando de 124.612,22 pontos para 122.102,15 pontos. Os cinco pregões foram marcados por instabilidades e um verdadeiro caos no mercado doméstico.
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O impasse em relação às medidas do pacote fiscal na Câmara dominou o noticiário de mercado. O governo tinha até esta sexta-feira para aprovar a propostas de redução de gastos públicos antes do recesso parlamentar. A demora para a discussão da agenda fiscal em Brasília, assim como a desidratação das propostas no plenário fez a Bolsa, o câmbio e a curva de juros viveram pregões intensos.
A piora das condições macroeconômicas faz peso nos ativos de investimento, com o aumento da percepção de que a trajetória da dívida pública pode se tornar insustentável nos próximos anos. Agentes econômicos começaram a falar de “dominância fiscal”, um quadro de crise em que subir ou baixar os juros deixa de ter efeito sobre a inflação em função de um cenário fiscal descontrolado.
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Como mostramos aqui, no auge do estresse o dólar chegou a ser negociado a R$ 6,30. A curva de juros abriu tanto que passou a precificar a Selic na casa de 17%; com isso, o retorno dos títulos do Tesouro Direto bateu inéditos 16% ao ano nos prefixados e IPCA + 8% nos híbridos. A volatilidade nas taxas fez o Tesouro sair do ar nos 5 dias da semana.
A aprovação do pacote fiscal nesta sexta-feira (20), assim como falas de membros do governo defendendo a independência do Banco Central e o compromisso da instituição com a meta de inflação ajudaram a acalmar parte dos ânimos.
O Ibovespa caiu 0,84% na segunda-feira (16) e 3,15% na quarta (18). Na terça (17), quinta (19) e sexta-feira (20) subiu 0,92%, 0,34% e 0,75%, respectivamente.
O dólar também teve uma semana de oscilações intensas. A moeda americana renovou o recorde de fechamento por três dias seguidos, até bater a máxima de R$ 6,26 na quarta-feira. O Banco Central intensificou o ritmo de leilões cambiais para o maior nível para um mês de dezembro da história, conseguindo segurar a disparada da cotação. O dólar encerrou a R$ 6,07, com uma alta de 0,66% em relação aos R$ 6,03 do fechamento da semana anterior.
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O euro também oscilou, mas terminou a semana a R$ 6,34, com uma alta de 0,15%. Na quarta-feira, a moeda europeia foi a R$ 6,50.
As três ações que mais valorizaram na semana foram MRV (MRVE3), Alpargatas (ALPA4) e Natura (NTCO3).
Confira o que influenciou o desempenho dos ativos:
MRV (MRVE3): +10,14%, R$ 5,54
As ações da MRV lideraram as altas do Ibovespa na semana ao subir 10,14%, a R$ 5,54. Sem nenhuma notícia específica sobre a empresa, o processo de reorganização do novo plano estratégico para Resia, nos EUA, anunciado no início do mês, pode ter ajudado o papel a driblar o impacto da alta dos DIs.
A MRVE3 sobe 4,92% no mês, mas cai 50,67% ao ano.
Alpargatas (ALPA4): +6,96%, R$ 6,61
As ações da Alpargatas subiram 6,96%, a R$ 6,16. Ao longo da semana, a B3 informou a saída das ações ordinária da companhia da carteira teórica do Índice Bovespa, válida para o período de janeiro a abril de 2025.
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A ALPA4 sobe 4,92% no mês, mas cai 34,68% em 2024.
Natura (NTCO3): +5,95%, R$ 13,54
As ações da Natura subiram 5,95% na semana, encerrando o período a R$ 13,54.
No mês, a queda é de 2,45%. No ano, de 16,52%.
As maiores quedas do Ibovespa na semana
As três ações que mais caíram na semana foram CVC (CVCB3), CSN (CSNA3) e Azul (AZUL4).
Confira o que influenciou o desempenho dos ativos:
CVC (CVCB3): -15,82%, R$ 1,65
Além da aversão por tomada de risco generalizada no mercado, as ações da CVC foram pressionadas pela alta do dólar, que afeta o setor de turismo. Com isso, caíram 15,82% na semana, a R$ 1,65, liderando a ponta negativa do Ibovespa.
A CVCB3 cai 31,25% no mês e 52,86% no ano.
CSN (CSNA3): -13,00%, R$ 9,30
As ações da CSN caíram 13,00%, a R$ 9,30, penalizadas pela forte aversão à bolsa brasileira, que machuca também as blue chips e pela queda do minério de ferro na China.
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A CSNA3 cai 16,76% em dezembro e 47,61% no acumulado de 2024.
Azul (AZUL4): -12,71%, R$ 3,64
As ações da Azul caíram 12,71%, a R$ 3,64, penalizadas sobretudo pela disparada do dólar. Na semana, a Fitch também rebaixou o rating da companhia para C/C(BRA) após anúncio de oferta de troca de dívida.
O papel tem queda de 26,17% no mês e 77,26% no ano.
*Com Estadão Conteúdo