O Ibovespa encerrou maio com uma valorização acumulada de 1,45%, depois de bater sucessivos recordes no mês. Enquanto isso, o Índice de Dividendos da B3 (IDIV), que mede o desempenho de ações que são boas pagadoras de dividendos, subiu 1,31% no período.
O movimento positivo do mercado brasileiro se apoiou em três pilares principais. O primeiro foi a percepção de que a temporada de balanços do primeiro trimestre trouxe números favoráveis. A Ágora Investimentos destaca que, durante o período, quase 80% das empresas sob sua cobertura apresentaram resultados operacionais – medidos pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) – em linha ou acima do esperado.
Outro fator que impulsionou a alta do Ibovespa foi a perspectiva, por parte do mercado, de que a taxa básica de juros atingiu seu pico no Brasil. Um indicativo disso é o Boletim Focus, que mantém, há quatro semanas consecutivas, a projeção da Selic em 14,75% para o fim de 2025. A taxa está nesse patamar desde 7 de maio, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 0,5 ponto percentual.
O que também favoreceu a Bolsa brasileira foi a entrada de recursos dos investidores estrangeiros, que têm procurado diversificar geograficamente seus portfólios após as incertezas levantadas pelo pacote tarifário de Donald Trump. “Assim como outros players, o Brasil tem conseguido capturar parte deste fluxo, o que é suficiente hoje para garantir a continuidade do momento positivo da nossa Bolsa”, ressalta o time do Itaú BBA.
Para o próximo mês, a casa enxerga que o mercado deve continuar focado nas relações comerciais entre China e Estados Unidos, assim como nos questionamentos relacionados às novas regras de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Dados de atividade e inflação norte-americanos e brasileiros também devem seguir no radar.
As melhores ações para encher o bolso de dividendos
O E-Investidor consultou as carteiras recomendadas com foco em dividendos de nove bancos e corretoras para junho. Quem lidera as indicações é a Petrobras (PETR4), com cinco menções. Porto Seguro (PSSA3) e Copel (CPLE6) completam o pódio, cada uma com quatro citações.
Embora reconheça que a petroleira pode não ser mais o destaque “óbvio” de antes, o BTG acredita que PETR4 continua atrativa. “A combinação de ativos de base sólidos, competitividade em custos de extração e um dividend yield (rendimento de dividendos) razoável ainda oferece valor dentro do setor na América Latina. Estimamos um dividend yield de 12% para 2025 e 14% para 2026″, destaca o banco.
Outra ação que se destaca nas carteiras, a Porto Seguro, é vista como uma opção atrativa para a Ágora Investimentos. A corretora enxerga que os papéis estão cotados a preços baixos. “Atualmente, vemos as ações sendo negociadas com um múltiplo P/L (preço sobre lucro) para 2025 abaixo de sua média histórica, enquanto acreditamos que o atual ciclo de crescimento dos lucros justifica a negociação com um prêmio em relação aos níveis históricos”, diz.
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Já a Copel, que também foi citada por diferentes casas, reúne um valuation razoável e um perfil de baixo risco, na visão do Santander, que acredita que, nos níveis atuais, o sucesso da privatização da companhia ainda não está totalmente precificado pelo mercado. A casa também vê de forma positiva a nova política de dividendos da empresa e estima um dividend yield total de 8,6% para 2025.
Veja a seguir as carteiras de dividendos de bancos e corretoras:
Ágora Investimentos
A Ágora realizou uma mudança em sua carteira recomendada com foco em dividendos para junho. A corretora retirou as ações da BB Seguridade (BBSE3) e incluiu os papéis da Porto Seguro (PSSA3).
Ações
Copel (CPLE6)
CPFL (CPFLE3)
Itaú (ITUB4)
Porto Seguro (PSSA3)
Telefônica Brasil (VIVT3)
BB Investimentos
A carteira trimestral do BB Investimentos é a seguinte:
Ações
Bradesco (BBDC4)
Cemig (CMIG4)
CPFL Energia (CPFE3)
Isa Cteep (ISAE4)
Petrobras (PETR4)
Marcopolo (POMO4)
Porto Seguro (PSSA3)
Sanepar (SAPR11)
Tim (TIMS3)
Vibra (VBBR3)
BTG Pactual
Para junho, o BTG fez quatro modificações no seu portfólio. O banco retirou as ações da Vale (VALE3), Tim (TIMS3), Alupar (ALUP11) e BB (BBAS3), para incluir Gerdau (GGBR4), Marcopolo (POMO4), Cyrela (CYRE3), Vibra (VBBR3) e Auren (AURE3).
Ações
Itaú Unibanco (ITUB4)
Petrobras (PETR4)
Equatorial (EQTL3)
Santander (SANB11)
Eletrobras (ELET6)
Copel (CPLE6)
Auren (AURE3)
Gerdau (GGBR4)
Caixa Seguridade (CXSE3)
Cyrela (CYRE3)
Direcional (DIRR3)
Marcopolo (POMO4)
Vibra (VBBR3)
Empiricus
A Empiricus não realizou alterações em sua carteira.
Ações
Porto Seguro (PSSA3)
Itaú (ITUB4)
Petrobras (PETR4)
Gerdau (GGBR4)
Eletrobras (ELET6)
Genial Investimentos
Em relação ao mês de maio, saíram as ações da Banco do Brasil (BBAS3), Plano & Plano (PLPL3) e Irani (RANI3), com inclusão das ações da Caixa Seguridade (CXSE3), Direcional (DIRR3) e Taesa (TAEE11).
Ações
Caixa Seguridade (CXSE3)
Cemig (CMIG4)
Direcional (DIRR3)
Porto Seguro (PSSA3)
Taesa (TAEE11)
Itaú BBA
O Itaú BBA fez uma mudança para junho, acrescentando os papéis da Marcopolo (POMO4) no lugar das ações do Santander (SANB11).
Ações
Copel (CPLE6)
Marcopolo (POMO4)
Petrobras (PETR4)
Direcional (DIRR3)
Aura Minerals (AURA33)
Planner
A Planner fez cinco alterações na carteira. A corretora retirou os papéis da ENGIE Brasil Energia (EGIE3), Moura Dubeux (MDNE3), Embraer (EMBR3), Eztec (EZTC3) e Gerdau (GGBR4), incluindo os ativos da Caixa Seguridade (CXSE3), Ferbasa (FESA4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Petrobras (PETR4).
Ações
Banco do Brasil (BBAS3)
Caixa Seguridade (CXSE3)
Ferbasa (FESA4)
Itaú Unibanco (ITUB4)
Petrobras (PETR4)
Santander
O Santander fez três alterações na carteira. Excluiu a B3 (B3SA3), Banco do Brasil (BBAS3) e Porto Seguro (PSSA3) e incluiu a Alupar (ALUP11), BTG PActual (BPAC11) e OdontoPrev (ODPV3).
Ações
Alupar (Alup11)
BTG Pactual (BPCA11)
Copel (CPLE6)
CPFL Energia (CPFE3)
Cury (CURY3)
Itaú Unibanco (ITUB4)
OdontoPrev (ODPV3)
Petrobras (PETR3)
Telefônica Brasil (VIVT3)
Vale (VALE3)
Terra Investimentos
Para junho, a Terra não realizou alterações na carteira recomendada de dividendos.