

O Ibovespa terminou fevereiro com uma queda mensal de 2,64%, impactado por fatores internos e externos. No cenário internacional, a maior cautela dos mercados diante da política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, influenciou o desempenho das Bolsas. No Brasil, os investidores acompanharam de perto as pesquisas de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 1º de fevereiro, Trump assinou ordens executivas para impor taxas aos produtos importados do México, Canadá e China. A implementação das medidas, no entanto, foi adiada em um mês e entrou em vigor só em 4 de março. Em relatório, o time do Itaú BBA explica que, de maneira geral, uma postura interpretada como mais inflexível por parte do republicano, combinada à possibilidade de outros países elevarem suas taxas em resposta, causam um efeito desfavorável para os ativos de risco globais.
“Isso acontece porque, quando um país aumenta suas tarifas de importação, há uma tendência de haver maior inflação doméstica, sustentando perspectivas de juros futuros mais elevados. Como ações e juros possuem correlação inversa, o impacto desse movimento para as Bolsas, inclusive para a nossa, tende a ser negativo”, afirma o banco.
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Outro tema que esteve em destaque no mês foi a queda de popularidade de Lula. Em meados de fevereiro, o Ibovespa chegou a saltar 2,70%, após a pesquisa Datafolha mostrar que o governo do petista chegou a uma marca inédita: em dois meses, caiu de 35% para 24%, atingindo o pior índice dos seus três mandatos na Presidência. A reprovação de Lula também foi recorde, passando de 34% para 41%.
Para a equipe da Empiricus, a caminhada até outubro de 2026 não será fácil, com a possibilidade de o atual governo realizar medidas populistas para recuperar popularidade, o que pode pressionar a situação fiscal do País. “Ainda assim, ativos extremamente baratos combinados com a possibilidade de um ambiente reformista, fiscalista e mais pró-mercado a partir de 2027 poderia culminar em um rali sem precedentes para o Ibovespa, o que nos deixa confortáveis em recomendar posição comprada em Bolsa brasileira neste momento, mas não em qualquer ação”, diz em relatório.
A preferência da corretora é por papéis de empresas com balanço sólido, baixo endividamento e que consigam atravessar a ponte até 2027 sem sofrimentos, mesmo que o cenário doméstico piore antes de melhorar. “Se distribuírem dividendos, melhor ainda”, ressaltam os analistas.
As ações mais recomendadas para ganhar dividendos
O E-Investidor consultou nove bancos e corretoras para checar suas carteiras de dividendos para março. Quem liderou o ranking de recomendações com foco em proventos foi o Itaú (ITUB4), com cinco menções no total. A empresa também foi destaque nas preferências gerais de analistas para o mês – confira aqui.
O banco reportou, no quarto trimestre de 2024, lucro líquido gerencial de R$ 10,884 bilhões, um resultado 15,8% superior ao do mesmo período de 2023. “Os resultados foram apoiados por um sólido crescimento de crédito, melhorias na qualidade dos ativos e menores provisões. Além disso, o Itaú reportou seu guidance (projeção) de 2025, implicando em um lucro líquido de R$ 45 bilhões, alinhado com a nossa estimativa”, destaca o Santander.
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Junto ao balanço, a empresa também anunciou R$ 18 bilhões em distribuições adicionais aos acionistas, sendo R$ 15 bilhões em dividendos mais juros sobre capital próprio (JCP) e R$ 3 bilhões em um programa de recompra de ações com duração de 1 ano. O valor total dos repasses também veio em linha com a previsão do Santander.
Outra ação que se destacou nas carteiras de dividendos de bancos e corretoras para março foi a Telefônica Brasil (VIVT3), com quatro citações. “Mantemos uma visão positiva sobre a empresa, já que a maioria dos principais pilares da nossa tese de investimento permanecem intactos. Isso inclui forte crescimento da receita e capex (investimentos) nominal estável, o que deve impulsionar um crescimento de fluxo de caixa de dois dígitos nos próximos anos”, afirma a Ágora Investimentos, que espera um potencial de retorno total de 20% para os acionistas da Telefônica, sendo 12% provenientes da valorização dos papéis e 8% do rendimento de dividendos.
Completam a lista de preferências dos analistas as ações do Banco do Brasil (BBAS3), Copel (CPLE6), Isa Cteep (TRPL4), Porto Seguro (PSSA3) e Vale (VALE3), cada uma com três menções. Veja a seguir as carteiras de dividendos de corretoras e bancos para março:
Ágora Investimentos
A Ágora não realizou nenhuma alteração na composição da sua carteira recomendada com foco em dividendos para março.
Ações |
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BB Seguridade (BBSE3) |
CPFL (CPFE3) |
Copasa (CSMG3) |
Itaú (ITUB4) |
Telefônica Brasil (VIVT3) |
BB Investimentos
Para o trimestre que se inicia em março e que vai até o fechamento de maio de 2025, a carteira de dividendos do BB é composta por:
Ações |
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Cemig (CMIG4) |
CPFL Energia (CPFE3) |
Bradesco (BBDC4) |
Isa Cteep (ISAE4) |
JBS (JBSS3) |
Petrobras (PETR4) |
Direcional (DIRR3) |
Tim (TIMS3) |
Itaúsa (ITSA4) |
Telefônica Brasil (VIVT3) |
Empiricus
Não houve alterações na carteira recomendada de dividendos para março de 2025. A Empiricus manteve os mesmos ativos do mês anterior, com pesos iguais.
Ações |
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Itaú (ITUB4) |
Eletrobras (ELET6) |
Gerdau (GGBR4) |
Porto Seguro (PSSA3) |
B3 (B3SA3) |
Genial Investimentos
Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ações da B3 (B3SA3), Direcional (DIRR3) e Unipar (UNIP6), com entrada dos papéis do Itaú (ITUB4), Porto Seguro (PSSA3) e Sanepar (SAPR11).
Ações |
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Itaú (ITUB4) |
Caixa Seguridade (CXSE3) |
Porto Seguro (PSSA3) |
Sanepar (SAPR11) |
JBS (JBSS3) |
Itaú BBA
O Itaú BBA não mexeu em sua carteira recomendada com foco em dividendos.
Ações |
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Copel (CPLE6) |
Isa Cteep (ISAE4) |
Petrobras (PETR4) |
Direcional (DIRR3) |
Aura Minerals (AURA33) |
PagBank
Para março, o PagBank realizou uma única mudança em sua carteira. O banco retirou os papéis da Petrobras (PETR4) e incluiu os da Vale (VALE3).
Ações |
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Cemig (CMIG4) |
BB Seguridade (BBSE3) |
Isa Cteep (ISAE4) |
Itaú (ITUB4) |
Vale (VALE3) |
Planner
A Planner fez uma alteração em sua carteira focada em dividendos para março. A corretora retirou as ações do BB Seguridade (BBSE3) e incluiu os papéis da Vale (VALE3).
Ações |
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Vale (VALE3) |
Banco do Brasil (BBAS3) |
Copasa (CSMG3) |
Engie (EGIE3) |
Telefônica Brasil (VIVT3) |
Santander
O Santander não realizou nenhuma troca em sua carteira para março.
Ações |
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B3 (B3SA3) |
Banco do Brasil (BBAS3) |
Copel (CPLE6) |
CPFL (CPFE3) |
Cury (CURY3) |
Itaú (ITUB4) |
Petrobras (PETR3) |
Porto Seguro (PSSA3) |
Telefônica Brasil (VIVT3) |
Vale (VALE3) |
Terra Investimentos
A Terra foi outra corretora que optou por não mexer na composição de sua carteira de dividendos.
Ações |
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Itaúsa (ITSA4) |
Telefônica Brasil (VIVT3) |
Bradespar (BRAP4) |
Copel (CPLE6) |
Banco do Brasil (BBAS3) |