As melhores ações para investir em fevereiro, segundo 7 corretoras e bancos

Depois de acumular perdas de 10,36% no último ano, o Ibovespa começou 2025 de forma positiva, registrando uma valorização de 4,86% em janeiro – a primeira alta mensal desde agosto do ano passado. O índice da B3 passou de um patamar de 120,3 mil pontos para chegar aos 126,1 mil pontos, nível não observado desde o começo de dezembro.

O primeiro mês de 2025 foi marcado por um ambiente mais calmo no contexto doméstico, em meio ao recesso parlamentar. Com a falta de notícias ruins sobre o cenário fiscal, o Ibovespa conseguiu se recuperar e interromper a sequência de quatro quedas mensais seguidas, enquanto o dólar acumulou perdas de 5,56% e abandonou o patamar de R$ 6.

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Para o time da Ágora Investimentos, o grande fator que contribuiu para a melhora do humor nos mercados foi a redução das preocupações referentes à agenda de governo do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em sua campanha eleitoral, o republicano defendeu um perfil protecionista, favorável à atividade doméstica do país, ao mesmo em que falou sobre planos de dificultar a concorrência estrangeira por meio da elevação de tarifas para produtos importados.

Após assumir o cargo em 20 de janeiro, no entanto, Trump passou a adotar uma postura considerada mais “branda” pelo mercado. “Embora qualquer conclusão ainda seja prematura, após assumir a presidência, o que se viu foi um Trump menos rígido nos temas sensíveis à economia e mais aberto ao diálogo nas tratativas comerciais, levando os investidores a desmontarem algumas posições feitas anteriormente. O resultado foi um dólar perdendo força em escala global, o que aliviou a pressão nas demais moedas, principalmente de países emergentes”, destaca a equipe da Ágora em relatório.

A piora do humor nos mercados aconteceu na sexta (31), depois que a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que as tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá começarão a valer a partir de sábado (1º), assim como as tarifas de 10% para a China.

Além de monitorar os primeiros passos de Trump em seu novo mandato, os investidores também acompanharam, em janeiro, decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Por lá, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve as taxas inalteradas, entre 4,25% e 4,5% ao ano. Em seu comunicado, a autoridade ressaltou que a inflação nos Estados Unidos continua “um pouco elevada”, omitindo o trecho do texto de dezembro em que citava um “progresso realizado” em relação ao controle dos preços.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a Selic em 1 ponto percentual para o patamar de 13,25% ao ano, conforme esperado pelo mercado. O Copom projetou mais uma elevação de 1 ponto percentual da taxa básica de juros em março, mas não sinalizou quais serão os próximos passos em maio. Agentes do mercado ouvidos nesta matéria destacam que a comunicação adotada pelo Comitê, na primeira reunião sob o comando de Gabriel Galípolo, foi semelhante aos comunicados anteriores, da gestão de Roberto Campos Neto.

Apesar do desempenho positivo do Ibovespa em janeiro, a Ágora acredita ser cedo para interpretar a melhora dos parâmetros técnicos como algo estrutural. Na visão da corretora, os juros futuros ainda seguem significativamente acima da média histórica, as expectativas de inflação continuam desancoradas e não há maior visibilidade em relação ao momento em que a taxa Selic voltará a cair.

Enquanto o cenário macroeconômico permanece desafiador, a casa dá preferência para empresas com maior previsibilidade de resultados e poder de precificação – características que facilitam o aumento de preços e a manutenção da lucratividade em ambientes inflacionários.  Companhias com baixa alavancagem e que, de preferência, vivem um bom momento operacional em seus respectivos setores de atuação também são bem vistas, assim como as boas pagadoras de dividendos.

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As melhores ações para ter na carteira em fevereiro

O E-Investidor consultou as carteiras recomendadas de sete corretoras e bancos para fevereiro. Dois papéis se destacaram nas recomendações. O primeiro foi o da JBS (JBSS3), com quatro menções entre as casas. Na avaliação da Terra Investimentos, a empresa tem mostrado um crescimento robusto, com uma redução significativa em seu endividamento e perspectiva de aumento nas margens de bovinos, principalmente nos Estados Unidos e Austrália. “Com um valuation atrativo e expectativas de crescimento nos próximos trimestres, recomendamos a compra, com um dividend yield (rendimento de dividendo) superior a 5,5%”, destacam os estrategistas da casa.

Outra ação que se destacou nas recomendações foi a do Itaú (ITUB4). O banco deve publicar seus resultados do quarto trimestre de 2024 na próxima quarta-feira (5), após o fechamento do mercado. “Esperamos que o Itaú registre lucro líquido de R$ 10,8 bilhões, com resultado de Tesouraria estável e crescimento anual de 9,8% da carteira de crédito, mas é importante observar também se o banco anunciará seus dividendos extraordinários”, ressaltou a Ágora, indicando que a qualidade dos ativos da empresa provavelmente permanecerá sob controle.

Completam a lista de preferências os papéis da Direcional (DIRR3), Eletrobras (ELET6), Porto Seguro (PSSA3), Suzano (SUZB3), Lojas Renner (LREN3), Weg (WEGE3), Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), cada um com duas recomendações cada. Confira abaixo as carteiras completas de corretoras e bancos:

Ágora Investimentos

A Ágora realizou uma alteração em sua carteira recomendada de ações para fevereiro. A corretora retirou os papéis da EcoRodovias(ECOR3) e incluiu os ativos da Copasa (CSMG3).

Ativa Investimentos

A Ativa fez duas mudanças em sua carteira recomendada para fevereiro. A corretora retirou as ações da Brava Energia (BRAV3) e do Mercado Livre (MELI34), incluindo os papéis da Porto Seguro (PSSA3) e Weg (WEGE3) no lugar.

BB Investimentos

O BB mudou toda a sua carteira para fevereiro. O banco acrescentou os papéis da CSN Mineração (CMIN3), Cogna (COGN3), Hapvida (HAPV3), Lojas Renner (LREN3) e Tim (TIMS3). Em compensação, retirou as ações da B3 (B3SA3), Brava Energia (BRAV3), Hypera (HYPE3), IRB (IRBR3) e GPA (PCAR3).

Empiricus

A Empiricus fez uma troca em sua carteira para fevereiro. A corretora retirou as ações da BR Partners (BRBI11) com a inclusão dos papéis da SLC Agrícola (SLCE3).

Genial Investimentos

Em relação ao mês de janeiro, saíram as ações da Marfrig (MRFG3), Petrobras (PETR4), Porto Seguro (PSSA3), Sanepar (SAPR11), Vulcabras (VULC3) e Weg (WEGE3), com entrada dos papéis da Brasil Agro (AGRO3), BTG Pactual (BPAC11), Cemig (CMIG4), Copel (CPLE6), Irani (RANI3) e Santander (SANB11).

PagBank

O PagBank fez uma troca em sua carteira para fevereiro. Retirou as ações da Petrobras (PETR4) e acrescentou as da Weg (WEGE3).

Terra Investimentos

Para fevereiro, a Terra realizou três modificações em sua carteira. Entraram Petrobras (PETR4), Ambev (ABEV3) e Lojas Renner (LREN3), enquanto Prio (PRIO3), Localiza (RENT3) e Cyrela (CYRE3) saíram.