Veja os motivos para o JPMorgan ter o mercado acionário brasileiro entre os seus favoritos (Foto: Adobe Stock)
O mercado acionário brasileiro segue como um dos favoritos para se investir no segundo semestre entre os emergentes, dizem analistas do JPMorgan em relatório publicado na quinta-feira (26). O Brasil divide esse título de preferido com outros países, como Índia, Coreia do Sul, Filipinas, Grécia, Polônia e Emirados Árabes.
Os analistas dizem que o desempenho das ações nos mercados emergentes se concentraram na guerra comercial no acumulado do ano. Eles comentam que embora as tarifas de Trump provavelmente permanecerão mais altas do que antes, eles ainda enxergam espaço para surpresas positivas nos mercados emergentes no segundo semestre de 2025, à medida que a incerteza diminuir.
“Portanto, estamos adotando nosso cenário otimista anterior para o MSCI EM como nosso cenário base para o final de 2025, revisando nossa meta para o índice de ações dos mercados emergentes (MXEF) para 1250 pontos, proporcionando um retorno potencial de 16% para o ano inteiro”, dizem Rajiv Batra, Emy Shayo Cherman e Anindita Gandhi, que assinam o relatório do JPMorgan.
Eles comentam que em um contexto amplo, o JPMorgan tem recomendação de compra para as ações dos países emergentes, visto que a região permanece barata, beneficiando-se da fraqueza do dólar e com o potencial de alta de uma possível resolução comercial.
“Esperamos ganhos de um dígito médio para o índice de ações dos países emergentes no 2º semestre, mas a desaceleração dos lucros devido à guerra tarifária do 1º semestre pode impedir que o índice atinja nosso cenário otimista”, argumenta a equipe do JPMorgan.
Eleições com derrota de Lula e queda de juros tornam Brasil um dos preferidos
Para o Brasil, os analistas lembram que as eleições estão previstas para acontecer até o fim do próximo ano, com mudanças políticas que podem ser positivas para os mercados. “Embora a 14 meses de distância, a narrativa eleitoral é vital. Pesquisas evidenciam crescente rejeição ao presidente Lula e aumento da competitividade dos candidatos da oposição para a corrida de outubro”, afirmam os analistas.
A equipe do banco também comenta que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve desacelerar no segundo semestre de 2025 devido às altas taxas de juros, mas a inflação em queda deve permitir que o Banco Central alivie as taxas até o final do ano. O JPMorgan prevê uma Selic a 10,50% ao ano no término de 2026.
“Essa flexibilização pode beneficiar significativamente o mercado acionário brasileiro, especialmente as empresas de alta alavancagem. De modo geral, as ações brasileiras continuam muito subavaliadas, por isso as estimativas apontam que os ativos locais ainda são atraentes”, argumentam os analistas.