A agenda econômica desta terça-feira (4) acompanha a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de janeiro e a partifipação da presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Magda Chambriard, no Fórum Brasil de Energia após o relatório de produção do 4º trimestre. Em meio ao retorno dos trabalhos no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nos EUA, mercado financeiro hoje traz os indicadores de abertura de vagas Jolts e de encomendas à indústria.
Ainda na agenda econômica hoje, o Tesouro faz leilão de Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros) e Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e divulga o relatório mensal da dívida (RMD) e o Plano Anual de Financiamento da Dívida Pública (PAF) de 2025.
Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) que vão discursar são: Raphael Bostic, de Atlanta; Mary Daly, de São Francisco; e o diretor, Philip Jefferson. O balanço da PepsiCo (PEPB34) sai antes da abertura das bolsas de NY, enquanto Alphabet (GOGL34) e AMD, após o fechamento. Ainda são esperados os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) composto e de serviços do Japão e da China.
O que movimenta o mercado financeiro hoje?
Bolsas reagem às tarifas de Trump e às retaliações da China
As bolsas europeias e os futuros de Nova York reduzem suas perdas nesta terça-feira, após os EUA anunciarem a suspensão por um mês das tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México. Essa suspensão ocorre em troca de maior controle nas fronteiras para combater o tráfico da droga fentanil.
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O foco agora está nas conversas entre os presidentes americano, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, com Pequim adotando medidas retaliatórias após o início das tarifas americanas de 10%. O carvão e o gás liquefeito terão tarifas de 15%, enquanto petróleo, máquinas agrícolas e veículos terão 10% a partir de 10 de janeiro.
Os juros dos Treasuries (títulos da dívida americana) sobem e o dólar se mantém instável, enquanto aguardam ainda dados e declarações do Fed. A expectativa é que o diálogo reduza os riscos de uma guerra comercial mais ampla, mas a incerteza persiste. O dirigente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, alerta para a necessidade de cautela na redução dos juros devido aos riscos inflacionários pela política de Trump.
Ata do Copom reforça alta da Selic na próxima reunião
O foco dos investidores está na ata do Copom nesta terça-feira, após a elevação da taxa Selic de 12,25% para 13,25% e um tom mais ameno no comunicado da última reunião. No documento divulgado esta manhã, o comitê repetiu que o tamanho total do ciclo de aumento da taxa Selic será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Essa sinalização já constava no comunicado da última quarta-feira (29).
O colegiado reiterou o forward guidance (projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado) de mais uma elevação de 1 ponto porcentual nos juros na sua próxima reunião, de março, que levaria a taxa Selic a 14,25%.
O Copom também citou as projeções de inflação. Ele espera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atinja 4,0% no acumulado de quatro trimestres até o terceiro trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária. A estimativa está acima do centro da meta, de 3%, e considera elevação de 3,8% para os preços livres e de 4,6% para os administrados.
O Banco Central (BC) espera que o IPCA encerre 2025 em 5,2%, acima do teto da meta, de 4,5%. A estimativas consideram altas de 5,2% nos preços livres e de 5,2% nos administrados este ano.
Commodities: petróleo cai mais de 1%; minério sem negociação
Entre as commodities, o petróleo opera em queda expressiva nesta terça-feira. O barril do tipo WTI cai 1,87%, enquanto o Brent recua 1,12%. O minério de ferro segue sem negociação nos mercados de Dalian, devido ao feriado do Ano Novo Lunar mantém mercados fechados na China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) mostravam estabilidade no pré-mercado de Nova York por volta das 8h20. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 0,28%.
Expectativa do mercado para Ibovespa hoje
Os ajustes nos mercados continuam a depender da evolução das negociações sobre tarifas, com a possibilidade de um acordo entre Trump e a China melhorando o clima de negócios.
No entanto, as perdas no petróleo tendem a afetar a Petrobras e o Ibovespa hoje, que também reagirá aos dados de produção e vendas da estatal e à sinalização do presidente Lula sobre a liberação dos estudos para exploração de petróleo na Margem Equatorial.
No câmbio, as pequenas altas do dólar em relação ao peso mexicano e ao dólar canadense podem influenciar a abertura no mercado financeiro hoje, mas um possível acordo com a China poderia favorecer moedas emergentes ligadas a commodities, incluindo o real. Na véspera, o dólar à vista caiu pela 11ª sessão seguida, a 5,8160 (-0,35%) – ainda nos menores valores desde fins de novembro e com desvalorização acumulada de 5,89% em 2025.
* Com informações de Cícero Cotrim e Fernanda Trisotto, do Broadcast
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