Azul enfrenta recuperação judicial nos EUA (Foto: Adobe Stock)
Em dia de agenda corporativa cheia, os investidores devem estar atentos no mercado financeiro hoje aos papéis de Azul, Brava Energia e Braskem. A companhia aérea entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, o Chapter 11, dias depois da Gol anunciar sua porta de saída do processo. A Azul tem dívida de US$ 2 bilhões.
Outro papel que deve movimentar o mercado nesta quarta-feira (28) é o da Brava Energia, após o fundo Yellowstone, que detém aproximadamente 5,3% do capital social, pedir mudanças no estatuto da companhia. Já a Braskem, que está envolta à negociações de venda de participações de acionistas importantes teve sua classificação de risco rebaixada pelas agências S&P e Fitch.
No mercado doméstico, a agenda traz divulgação do indicador de emprego do mês passado. Pelo Projeções Broadcast, em abril, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deve ter um salto líquido de 170,5 mil vagas. Em março, o saldo foi de 71.576 vagas. O Banco Central (BC) também fará uma oferta de até R$ 4 bilhões em compromissadas de três meses, uma operação em que a instituição vende títulos públicos federais com o compromisso de recompra.
Na agenda internacional, as atenções do mercado recaem sobre a ata do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos). Na última reunião, a instituição manteve os juros básicos da economia americana entre 4,25% e 4,5% ao ano.
Entra as commodities, o minério de ferro vem se recuperando em maio depois do tombo de quase 10% em abril. Com isso, o contrato mais negociado no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, na China, para setembro de 2025, fechou em queda de 0,14%, cotado a 698,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 97,07. Já o petróleo Brent opera em alta nesta quarta-feira a 0,84%, enquanto o WTI sobe 0,89%.
A Yellowstone, fundo detentor de aproximadamente 5,3% do capital social da Brava Energia, solicitou à empresa que o Conselho de Administração analise a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para retirar do estatuto social a obrigatoriedade de realização de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) – processo em que grupo de acionistas propõe a compra das ações de uma empresa listada na Bolsa de Valores – em caso de aquisição de participação relevante. A Yellow argumenta que nesse momento os dispositivos podem representar entraves desnecessários à flexibilidade estratégica e à atração de novos investimentos.
O Citi elevou a recomendação do Bradesco de neutra para compra e o preço-alvo em ações preferenciais (PN) de R$ 13,60 para R$ 19,50, visando potencial valorização de 21,5% ante o fechamento de ontem. As novas recomendações levam em conta fatores que impulsionaram a melhora doretorno sobre o patrimônio (ROE) do banco no curto e no médio prazo.
O banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Master, acertou a venda de R$ 1,5 bilhão de ativos para o BTG Pactual. A informação foi antecipada pelo Estadão e confirmada pela assessoria do banco. Estão no pacote participações nas empresas Light (15,17% do capital social) e Méliuz (8,12% do capital social).
A transação inclui aquisição de imóveis, créditos, direitos creditórios, outras ações listadas em porcentuais inferiores a 5% e participações societárias privadas detidas, direta ou indiretamente, por Vorcaro. A lista inclui o Hotel Fasano do Itaim, participação no grupo Hapvida e precatórios.
O Magazine Luiza anunciou um novo programa de recompra de até 10 milhões de ações ordinárias (ON). O montante equivale a 3,17% das ações em circulação. O prazo máximo para aquisição é de 18 meses, encerrando em 26 de novembro de 2026.
Siderúrgicas
O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) decidiu manter a alíquota de 25% do Imposto de Importação para 19 Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) de aço já contemplados pela medida e estendê-la para mais quatro itens, totalizando agora 23 NCMs. As medidas valem por 12 meses.
A Allos informou que a Helloo, sua subsidiária, e a Neooh foram declaradas vencedoras da concorrência realizada no segmento de mídia out of home (OOH), promovida pela Aena Brasil. O negócio envolverá a assunção, pelos próximos dez anos, da gestão e comercialização dos inventários de mídia em 17 aeroportos do País. A confirmação final do negócio depende ainda de análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que analisa a concorrência entre empresas no Brasil.
A Sabesp vem realizando negociações com desenvolvedoras no setor de energia renovável para a criação de consórcios voltados à exploração de projetos de autoprodução de energia de fontes renováveis, cuja energia limpa gerada será utilizada principalmente nas operações da própria Sabesp.
O Assaí anunciou a 13ª emissão de debêntures simples não conversíveis em ações, da espécie quirografária (que não disfruta de privilégios ou preferências), em série única e no valor total de R$ 1,5 bilhão.
A S&P rebaixou a classificação de emissor em escala global da Braskem de ‘BB+’ para ‘BB’. A decisão decorre do fraco dolucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e diante das métricas de crédito nos últimos trimestres. Ao mesmo tempo, a Fitch rebaixou o rating de emissor em default (IDR, na sigla em inglês) de ‘BB+’ para ‘BB’.
A Azul protocolou o pedido de Chapter 11, equivalente à recuperação judicial, na Justiça dos Estados Unidos. A notícia já era aguardada pelo mercado diante das dificuldades recentes da companhia para levantar capital e renegociar dívidas. A recuperação contempla aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento durante o processo, eliminação de mais de US$ 2,0 bilhões em dívidas e previsão de até US$ 950 milhões em novos aportes de capital no momento da saída, segundo fato relevante divulgado há pouco pela Azul.
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