

A agenda econômica desta terça-feira (11) segue focada no desempenho da economia e na inflação dos EUA e do mundo, em meio à imprevisibilidade gerada pelas políticas tarifária e imigratória do presidente norte-americano, Donald Trump. Os dados da produção industrial de janeiro no Brasil e o relatório Jolts de vagas nos EUA são os principais indicadores do mercado financeiro hoje.
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Ainda na agenda econômica hoje, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, se reúne com representantes da Embaixada da China e participa da abertura da cerimônia do “Diploma de Mérito Coaf 2025”, ambos fechados à imprensa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta a Minas Gerais, onde participa de cerimônias de inauguração de investimentos dos setores automotivo e do aço.
O Tesouro realiza leilões de venda de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e de Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
No setor corporativo, a Azzas (AZZA3), resultante da fusão do Grupo Soma (SOMA3) e Arezzo&Co (ARZZ3), divulga balanço após o fechamento da B3.
Mercado financeiro hoje: os principais assuntos do dia
Recessão nos EUA: como o mercado está reagindo?
Os índices futuros das bolsas de Nova York apresentam leves altas após o pior dia do Nasdaq desde 2022, em meio a temores sobre inflação e recessão nos EUA devido às tarifas de Trump.
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As ações da Tesla (TSLA34) subiam 3,85% no pré-mercado, após caírem 14% com a queda nas vendas na China. No entanto, a recuperação é limitada por balanços corporativos negativos, como o da Delta Airlines, que caía 10,87% no pré-mercado na manhã desta terça-feira (horário de Brasília), após reduzir suas previsões para o primeiro trimestre. A American Airlines também recuava 10,59%, e a Oracle perdia 5,16% devido à receita abaixo das expectativas.
Os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) seguem em queda e o dólar hoje devolve os ganhos contra o euro e a libra, enquanto os investidores aguardam o relatório Jolts sobre o mercado de trabalho nos EUA e monitoram os efeitos da guerra comercial de Trump.
Produção industrial vem abaixo das expectativas
A produção industrial ficou estável em janeiro ante dezembro, na série com ajuste sazonal, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da mediana das previsões de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava aumento de 0,4%. O intervalo das estimativas ia de queda de 0,3% a uma alta de 1,1%.
Em relação a janeiro de 2024, a produção subiu 1,4%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um avanço de 0,5% a 2,8%, com mediana positiva de 2,0%. No acumulado em 12 meses, a produção subiu 2,9%.
Commodities: petróleo sobe e minério cai
O petróleo sobe após cair 1,5%, com o Cazaquistão discutindo cortes na produção para alinhar a oferta com as metas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). No início desta manhã, o barril do petróleo WTI para abril subia 0,73%, enquanto o do Brent para maio avançava 0,78%.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em leve queda de 0,06%, cotado a 774,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 106,67 nos mercados de Dalian, na China.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 1,41% no pré-mercado de Nova York, por volta das 7h53 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 1,49% no mesmo horário.
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Impacto no Brasil: como o Ibovespa vai reagir?
O Ibovespa hoje deve se ajustar à volatilidade das bolsas americanas, em meio aos dados industriais, sinais mistos das commodities e alguns balanços corporativos.
O mercado de juros se prepara, ainda, para o leilão do Tesouro, que pode continuar ofertando lotes menores do que nos primeiros dois meses do ano, enquanto a queda dos rendimentos dos Treasuries pode trazer alívio às taxas.
No câmbio, o mercado financeiro hoje tende a acompanhar a desvalorização externa do dólar ante moedas principais e emergentes, com investidores ponderando os efeitos da política tarifária americana e aguardando os dados de inflação ao consumidor nos EUA e no Brasil, que saem na quarta-feira (12) e devem guiar as apostas para a política monetária.
* Com informações do Broadcast
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