A votação no Senado da Medida Provisória (MP) da Subvenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) fica sob os holofotes nesta quarta-feira (20), que traz também a promulgação da reforma tributária no Congresso, IBC-Br – índice chamado de prévia do Produto Interno Bruto (PIB) – de outubro e arrecadação federal de novembro.
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Pela manhã, será apresentado ainda o relatório final do orçamento de 2024 para ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO). No exterior, as atenções ficam em dois indicadores americanos: confiança do consumidor e vendas de moradias usadas.
O sinal negativo prevalece nos futuros de Nova York e maioria das bolsas europeias nesta manhã, após o rali dos últimos dias diante da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central estadunidense) corte juros agressivamente a partir de março. O petróleo avança mais de 1% e os retornos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) operam em baixa.
Na Europa, a Bolsa de Londres é exceção e sobe após a desaceleração da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no Reino Unido impulsionar as expectativas por cortes de juros do Banco da Inglaterra (BoE). O CPI avançou 3,9% em novembro ante igual mês do ano passado, de 4,6% em outubro e abaixo da previsão de analistas (4,4%).
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Na Alemanha, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caiu 7,9% em novembro ante igual mês do ano passado, enquanto o índice GFK de confiança do consumidor subirá para -25,1 pontos em janeiro, ante -27,6 pontos em dezembro, melhor do que a previsão (-27 pontos).
No Brasil
O aumento da nota do Brasil pela Standard & Poor’s (S&P) pode seguir ecoando positivamente, mas há espaço também para uma realização após o rali da última terça-feira (19), em sintonia com o exterior.
O EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) do Brasil negociado em Nova York, caía 3,17%, às 7h30 no pré-mercado. Os ADRs (recibos permitem a investidores comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3; PETR4) também recuavam. Agora a expectativa é a de que o passo seguinte seja a melhora do rating de várias grandes empresas pela mesma agência.
Além disso, o investidor estará atento na sessão para votar a MP da Subvenção, fundamental para o governo tentar atingir a meta de zerar o déficit primário no ano que vem. Com a meta fiscal no foco, os números da arrecadação de impostos serão olhados com atenção.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que as agências de classificação “percebem” quando há coordenação entre os Poderes em torno de um “objetivo maior” e avaliou que o novo arcabouço fiscal já é uma “garantia” de que o governo continuará perseguindo a consolidação fiscal.
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Já o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que os primeiros meses de 2024 serão fundamentais para a consolidação da melhora na qualidade dos indicadores econômicos divulgados no Brasil.
Agenda
A agenda desta quarta-feira traz a divulgação do IBC-Br de outubro (9h) e dos dados de arrecadação federal de novembro (10h30). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz reunião ministerial (9h) e participa da promulgação da reforma tributária no Congresso (15h).
O Senado vota a MP da Subvenção (16h). Deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP) apresenta, às 10 horas, relatório final do orçamento de 2024 para ser votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Nos EUA, destaque para dados da confiança do consumidor (12h) e das vendas de moradias usadas no país norte-americano (12h).