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Mercado hoje: votação do arcabouço e fala de dirigentes do Fed guiam mercados

Ainda ficam no radar dados da arrecadação federal e votação final do arcabouço fiscal

Mercado hoje: votação do arcabouço e fala de dirigentes do Fed guiam mercados
Painel da B3. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Os dados de arrecadação federal em julho e um evento do Santander com a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, devem repercutir nos mercados nesta terça-feira (22). Expectativas por uma nova reunião de líderes e a votação final do arcabouço fiscal no plenário da Câmara até quarta-feira (23) também ficam no radar.

O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, tem reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). As atenções ficam ainda no Senado, onde o relatório da reforma tributária e o projeto do Carf serão analisados em comissões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participam de fórum empresarial do Brics, na África do Sul.

Pronunciamentos de três dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Thomas Barkin (Richmond), Austan Goolsbee (Chicago), além da diretora Michelle Bowman, vão guiar ainda as expectativas de política monetária nos EUA, antes do simpósio de Jackson Hole.

Uma queda dos juros dos Treasuries e do dólar ante outros pares rivais e divisas emergentes nesta manhã permite ganhos aos mercados de ações em Nova York e na Europa em dia de agenda mais modesta.

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Os sinais foram positivos também nas bolsas asiáticas, com os índices chineses subindo em meio a expectativas por novas medidas de apoio à economia, após reagirem ontem em baixa à decisão do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de cortar juros para um ano, pois era esperada uma postura mais agressiva do BC.

No Japão, o índice Nikkei beneficiou-se por ações de bancos em meio ao avanço nos bônus de longo prazo do governo, com o retorno do bônus de 10 anos do país atingindo máxima desde janeiro de 2014 em meio a expectativas pelo simpósio de Jackson Hole, que o Fed realiza nesta semana nos EUA. Diante dos sinais de resiliência da economia dos EUA, o mercado avalia que o Fed terá que manter uma política restritiva por um período prolongado.

Conforme plataforma de monitoramento do CME Group, a curva precifica relaxamento apenas em maio do ano que vem. A expectativa é de que Powell foque em temas amplos sobre economia, sinalize intenção de manter a taxa dos Fed Funds restritivas, segundo analistas americanos.

No Brasil

Os investidores ficam de olho em Campos Neto e na arrecadação do governo com impostos e contribuições federais, em meio a apostas no mercado de manutenção do ritmo de 0,50 ponto porcentual da Selic num contexto fiscal incerto, a desaceleração da economia da China e a chance de manutenção de juros restritivos nos EUA por mais tempo.

A mediana esperada pelo mercado é de arrecadação de R$ 204,784 bilhões em julho, após R$ 180,475 bilhões em junho, segundo o Projeções Broadcast.

Também será observada uma reunião da Aneel para tratar da recomendação da área técnica de um corte de até 36,9% na bandeira tarifária de energia.

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Sobre o arcabouço, a reunião desta segunda-feira, 21, entre a Câmara e o Ministério da Fazenda terminou sem acordo sobre a permissão, incluída no texto pelo Senado, para o governo prever despesas condicionadas no Orçamento de 2024. Mesmo assim, a expectativa de líderes partidários e do relator, Claudio Cajado (PP-BA), é que o projeto seja votado no plenário até quarta-feira (23).

Agenda

O presidente do BC, Roberto Campos Neto (9h), o ministro do STF, Gilmar Mendes (10h), presidentes de grandes bancos (14h30) e economistas-chefes (16h30) falam em evento anual do Santander , em São Paulo. O Ministério do Planejamento promove seminário de Avaliação e Melhoria do Gasto Público, com as presenças da ministra da pasta, Simone Tebet, e do secretário do Tesouro, Rogério Ceron (9h).

A Aneel discute revisão dos valores das bandeiras tarifárias (9h); a Receita Federal divulga a arrecadação de julho (10h30) e o chefe na Receita, Claudemir Malaquias, dará entrevista (11h); e o Tesouro realiza leilão de LFT e de NTN-B (11h).

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, cumpre agenda em São Paulo, na cidade de Mauá (9h30) e com representantes da Gerdau, Vamos e Volkswagen (16h).

O diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo (10h), e o ministro dos Transportes, Renan Filho (14h), participam de reuniões na Fiesp. O presidente Lula realiza a sua live semanal, que será transmitida da África do Sul (8h30) e fala em painel do Fórum Empresarial do Brics (11h). No Congresso, a Câmara tem reunião de líderes sobre o arcabouço fiscal (12h30).

No Senado, o relator do PL do Carf, Otto Alencar (PSD), faz a leitura do relatório na Comissão de Assuntos Econômicos (9h); e a Comissão de Constituição e Justiça realiza audiência pública sobre a reforma tributária (14h). No exterior, três dirigentes do Federal Reserve fazem comentários: Thomas Barkin (8h30), Austan Goolsbee e a diretora Michelle Bowman (15h30). As prévias de PMIs de agosto do Japão serão divulgadas à noite (21h30).

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*Com informação do Broadcast