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Mercado hoje: falas de Campos Neto no Brasil e de Lagarde na Europa ficam no radar em meio a feriado nos EUA

Presidente do Banco Central faz palestra em evento do JP Morgan, em São Paulo, nesta segunda-feira (4)

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central desde 2019. (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

A semana começa nesta segunda-feira (4) com os mercados fechados nos Estados Unidos pelo feriado do Dia do Trabalho. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, faz palestra em evento do JP Morgan, em São Paulo, nesta segunda.

Aqui, os destaques na agenda de indicadores nos próximos dias são a produção industrial de julho e Índice Geral de Preços (IGP-DI) de agosto. Lá fora, tem discursos da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e do economista-chefe do BCE, Phillip Lane.

Ao longo da semana serão divulgados o Livro Bege nos EUA, vendas no varejo da zona do euro, PIB da zona do euro no 2º trimestre, índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China e índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços e compostos da Alemanha, zona do euro, Reino Unido, EUA e Brasil.

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O sinal é positivo nas bolsas europeias, mas a liquidez nos mercados globais tende a ser afetada pelo feriado nos EUA. As atenções estão no discurso de Lagarde nesta segunda-feira. A dirigente disse há 10 dias, em Jackson Hole, que a instituição manterá os juros em níveis restritivos pelo tempo que for necessário para trazer a inflação de volta à meta de 2% na zona do euro.

Nos EUA, apesar das incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em relação ao período pelo qual as taxas de juros permanecerão em patamares elevados, o sentimento dos gestores e estrategistas de investimentos é de que a reação da maior economia do mundo ao aperto monetário será o chamado pouso suave (soft landing, em inglês).

Na Ásia, a incorporadora chinesa em dificuldades Country Garden realizou um pagamento de cupom de um bônus denominado em ringgits malaios, segundo fontes ligadas ao assunto, em seu mais recente esforço para evitar um default, o que ajudou a impulsionar as bolsas na região.

E o dólar ganhou força ante a lira, logo após a inflação avançar mais que o esperado em agosto. A Capital Economics considera que o “salto” na inflação pode fazer o banco central do país optar por mais uma elevação “grande” nos juros neste mês, após a alta de 750 pontos-base vista no mês passado.

No Brasil

A falta de negócios em Wall Street deve limitar o fôlego dos ativos locais, em dia de agenda fraca de indicadores, que deixa as atenções voltadas para Campos Neto e para o Congresso. Campos Neto disse na sexta-feira que a inflação brasileira vem mostrando melhora lentamente – embora a batalha não esteja ganha.

Por causa do feriado na quinta-feira (7), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) determinou que os deputados federais estejam em Brasília nesta segunda. A expectativa é que a Casa vote, antes do feriado, os projetos governamentais do Desenrola, que pretende auxiliar na renegociação de dívidas da população, e a da taxação das apostas esportivas que visa uma maior arrecadação de impostos.

A reforma tributária também fica no radar. O investidor também monitora o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que começou a tramitar no Congresso na última quinta-feira. No momento o texto está na fase de discussão na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Agenda

A semana mais curta aqui, com feriado na quinta, começa com o relatório Focus (8h25). Na terça-feira (5) tem produção industrial de julho e PMI do setor de serviços. Na quarta-feira tem o IGP-DI de agosto e produção e venda veículos da Anfavea.

No exterior, a presidente do BCE, Christine Lagarde discursa (10h30) e o economista-chefe do BCE, Phillip Lane, preside painel (11h00). Na terça, tem PMI composto da Alemanha, zona do euro, Reino Unido. Na quarta-feira serão divulgadas as vendas no varejo na zona do euro, PMI composto e de serviços dos EUA e Livro Bege do Fed.