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Mercado hoje: payroll, falas de presidentes de BCs e crise imobiliária na China estão no foco do último pregão da semana. Confira a agenda econômica

No cenário local, serão monitorados os dados de inflação e o desempenho da Vale e Petrobras

Mercado hoje: payroll, falas de presidentes de BCs e crise imobiliária na China estão no foco do último pregão da semana. Confira a agenda econômica
Imagem: Adobe Stock

O relatório oficial de emprego dos Estados Unidos de maio, o payroll, indicador-chave para a calibragem das apostas para a política monetária americana, é o destaque na agenda econômica desta sexta-feira (7) nos mercados. Também será monitorado um discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, após a decisão de cortar juros em 25 pontos-base – confira detalhes do ajuste neste texto. Atenções domésticas se voltam ainda a palestras do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e dos diretores Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos).

As bolsas chinesas subiram nesta sexta-feira, após dados divergentes da balança comercial. As exportações chinesas avançaram em maio acima das expectativas, com um salto anual de 7,6%, mas as importações ficaram aquém do previsto, com aumento de 1,8%. O ING diz que é provável que o ambiente comercial da China siga enfrentando ventos contrários devido a novas tarifas que devem ser criadas sobre produtos do país.

Em Nova York, os índices futuros de ações exibem sinais difusos, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem levemente e o dólar oscila ao redor da estabilidade em meio à espera do payroll.

Nos últimos dias, uma sequência de dados mais fracos de atividade em Nova York afastaram os temores de mais aperto monetário e sugerem que há espaço para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começar a reduzir os juros em algum momento neste ano. Por ora, as chances são maiores de uma redução acumulada de 50 pontos-base da taxa básica neste ano.

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A expectativa no mercado é de que o payroll mostre geração de 185 mil postos de trabalho no mês passado, segundo o Projeções Broadcast, de 175 mil vagas em abril.

Na Europa, o euro e a libra têm ganhos marginais frente ao dólar e os mercados acionários recuam, em uma realização de lucros, depois de acumularem ganhos nos dois pregões anteriores. As bolsas europeias caem com a possibilidade de interromper sequência de altas.

Na última quinta-feira, o BCE anunciou seu primeiro corte de juros desde 2019. Em discurso mais cedo, Isabel Schnabel ecoou a presidente do BCE, Christine Lagarde, ao dizer que a instituição não pode se comprometer antecipadamente com uma trajetória específica para os juros, visto que a perspectiva da inflação na zona do euro “continua incerta”. O presidente do BC alemão, Joaquim Nagel, por sua vez, disse que o BCE não toma decisões de política monetária no “piloto automático”.

Mais cedo, dados econômicos europeus também foram monitorados. A produção industrial da Alemanha decepcionou, ao cair 0,1% em abril ante março, contrariando projeções de alta de 0,3%. Já a leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no primeiro trimestre, confirmando duas estimativas preliminares anteriores e em linha com as previsões. Na Rússia, o banco central manteve a taxa básica de juros em 16% ao ano.

Agenda econômica no Brasil

O ambiente mais negativo no exterior e as importações chinesas abaixo do esperado podem inibir o Ibovespa, que venceu a maré de baixas e conseguiu se firmar na parcela positiva na quinta-feira (6). A alta do petróleo e de 0,72% do minério de ferro podem amenizar os ajustes nesta manhã.

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Notícias corporativas devem repercutir também em Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3). Sinais de que a demanda da China por minério atingiu o pico e que a procura pode diminuir dada a crise imobiliária no país podem ainda afetar os papéis da mineradora.

E no caso da Petrobras, fica no foco a decisão da diretoria executiva da estatal, que aprovou o retorno das atividades operacionais da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (ANSA), subsidiária integral da companhia.

Cresce ainda a movimentação de entidades e associações contrárias à Medida Provisória 1.227/2024 apresentada pelo governo federal, que limita o uso de créditos do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Os mercados de juros e câmbio podem reagir ainda à leve alta dos rendimentos dos Treasuries e à acomodação relativa do dólar nesta manhã. Também será olhado o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), cuja projeção mediana do mercado indica desaceleração, a 0,69% em maio, após alta de 0,72% em abril, devido ao arrefecimento dos preços agropecuários no atacado.

Agenda do dia

Além do relatório de emprego (payroll) dos EUA de maio (9h30), serão publicados os dados americanos de abril sobre estoques no atacado (11h) e crédito ao consumidor (16h). A presidente do BCE, Christine Lagarde (11h15), e a diretora do Fed, Lisa Cook (13h), também discursam.

Na agenda doméstica estão previstos o IGP-DI de maio (8h) e os números de produção e vendas de veículos em maio (10h). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (10h30), e os diretores Paulo Picchetti (9h) e Gabriel Galípolo (12h), proferem palestras em eventos públicos.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reúne-se nesta sexta-feira, às 14 horas, com o CEO do Santander (SANB11), Mário Leão, e gestores de fundos de investimentos em São Paulo para discutir perspectivas e estratégias para a condução da economia.