- Mercado financeiro hoje reage a PIB do Brasil, PCE dos EUA e tarifas de Trump; veja os destaques
Os principais indicadores de Nova York terminaram, majoritariamente, em queda. Enquanto o S&P 500 caiu 0,01%, o Nasdaq teve baixa de 0,32%. O Dow Jones, por sua vez, subiu 0,13%. Já o dólar hoje fechou em alta de 0,93%, a R$ 5,7195.
Na quarta-feira, o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA havia bloqueado as chamadas “tarifas recíprocas” impostas por Washington a parceiros comerciais, com o argumento de que o presidente Donald Trump havia excedido sua autoridade no assunto.
A Casa Branca recorreu e conseguiu, nesta quinta-feira (29), uma decisão favorável no Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito Federal. O órgão julga recursos de processos em tribunais distritais e territoriais americanos, principalmente em casos de patentes e registro de marcas, embora também analise recursos em casos nos quais os EUA ou suas agências são réus.
No entanto, também nesta quinta o Tribunal Distrital em Columbia decidiu que o tarifaço é ilegal. Nos dois casos, a Justiça entendeu que o uso da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (Ieepa, na sigla em inglês) é irregular.
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A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, criticou as decisões. Segundo ela, houve um “exagero judicial” e as sentenças eram parte de “uma tendência preocupante e perigosa de juízes não eleitos se intrometendo no processo de tomada de decisões presidenciais”. De acordo com Karoline, “a justificativa do presidente para impor essas tarifas pesadas era juridicamente sólida e baseada no bom senso”.
Ibovespa hoje atento aos dados do PIB e IOF
A agenda econômica desta sexta-feira (30) traz como destaques o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do primeiro trimestre de 2025. O indicador subiu 1,4% na comparação com o quarto trimestre de 2024. A mediana encontrada em pesquisa feita pelo Projeções Broadcast era de expansão de 1,5% no período, ante o quarto trimestre de 2024, quando subiu 0,2%.
A confirmação de crescimento robusto do PIB empurrou os juros para cima, dado que uma atividade aquecida tende a dificultar a convergência da inflação à meta e requer que a taxa Selic permaneça elevada. Isso também pressionou o Ibovespa hoje, visto que juro elevado é um entrave para os mercados acionários.
No cenário político, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu conter a oposição na reunião do Colégio de Líderes que tratou do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo relatos feitos à Coluna do Estadão por participantes do encontro, deputados contrários ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) queriam votar ainda ontem pelo menos a urgência para derrubar o decreto, em recado ao Planalto. Mas Motta vetou a iniciativa. Ficou estabelecido, então, que no dia 10 de junho as lideranças discutirão novamente o tema, o que trouxe um certo alívio para o governo.
Ações europeias sobem em tom de recuperação pela guerra tarifária
As bolsas europeias encerraram o pregão em alta, após dois dias seguidos de quedas, apesar das incertezas geradas pela judicialização em torno das tarifas do governo Trump. Comentários de um representante do governo americano, de que as negociações com a União Europeia estão “no caminho certo”, ajudaram a sustentar o movimento positivo.
Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,64%, aos 8.772,38 pontos, e acumulou alta semanal de 0,62%. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,27%, aos 23.997,48 pontos, impulsionado por dados de inflação em linha com o esperado, com avanço semanal de 1,56%. Já em Paris, o CAC 40 cedeu 0,36%, aos 7.751,89 pontos, embora tenha encerrado a semana com alta de 0,23%. O FTSE MIB, de Milão, teve ganho de 0,26%, aos 40.087,40 pontos, acumulando valorização semanal de 1,55%. Em Madri, o Ibex 35 avançou 0,25%, aos 14.152,20 pontos, mas fechou a semana com perda de 0,34%. Já o PSI 20, de Lisboa, subiu 0,17%, aos 7.388,45 pontos, com ganho semanal de 0,79%. Os dados são preliminares.
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No noticiário macroeconômico, o setor varejista da Alemanha decepcionou com uma queda maior do que se previa nas vendas de abril.
Bolsas da Ásia caem por incertezas na guerra comercial
As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta sexta-feira (30), diante das incertezas da guerra judicial em torno das tarifas do governo Trump e da falta de sinais de avanços nas conversas tarifárias entre EUA e China.
Liderando as perdas na região, o índice japonês Nikkei caiu 1,22% em Tóquio, a 37.965,10 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 1,20% em Hong Kong, a 23.289,77 pontos, e o sul-coreano Kospi teve perda de 0,84% em Seul, a 2.697,67 pontos.
Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,47%, a 3.347,49 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 1,06%, a 1.971,86 pontos.
Em Taiwan, não houve negócios hoje em função de um feriado. Na Oceania, a bolsa australiana contrariou o tom negativo da Ásia e avançou pelo segundo pregão seguido, com alta de 0,30% do S&P/ASX 200 em Sydney, a 8.434,70 pontos.
Esses e outros dados movimentaram o Ibovespa hoje. Veja a cobertura completa aqui.
*Com informações do Broadcast