O Ibovespa chegou a ultrapassar nesta sexta-feira (2) os 112 mil pontos, mas a piora dos mercados norte-americanos retirou fôlego local. Às 14h21, o índice tinha alta de 0,63%, aos 111.099 pontos, em clara tendência de desaceleração dos ganhos.
Destaque da agenda econômica da semana, o Payroll, relatório oficial de empregos nos Estados Unidos, confirmou a tendência de desaceleração do número de novas vagas, com saldo positivo de 315 mil postos de trabalho em agosto, um pouco acima da previsão de 300 mil.
Embora tenha superado as estimativas, os demais indicadores do mercado de trabalho norte-americano decepcionaram. A taxa de desemprego do país avançou de 3,5% em julho para 3,7% na leitura de agosto, enquanto o crescimento do salário médio por hora foi de 0,31% na comparação mensal e de 5,2% em 12 meses, abaixo das expectativas de 0,4% e 5,3%, respectivamente.
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Tais dados ajudaram na melhora do humor dos investidores, uma vez que parte do mercado passou a prever um Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) mais moderado no seu processo de elevação de juros, eventualmente subindo a taxa em 0,5 ponto porcentual na reunião de setembro e não em 0,75 p.p., patamar onde estavam concentradas as apostas antes da divulgação do Payroll, hoje.
Na Europa, por sua vez, a inflação ao produtor (PPI) da zona do euro subiu 37,9% em julho na comparação anual, acima da previsão de 37%, o que reforça a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) pode ser mais duro em sua decisão sobre os juros da próxima semana.
Nos mercados acionários, os índices se firmaram em alta após o Payroll, com ganhos expressivos de 3,3% na bolsa da Alemanha. Em Nova York, os índices mostraram volatilidade: em um primeiro momento as bolsas reagiram em alta, mas o tom de cautela voltou a prevalecer no início da tarde com os índices migrando para o território negativo.
No Brasil, os investidores também reagiram com melhora do humor, atentos ao cenário norte-americano. Destaque para a leitura da produção industrial de julho, que mostrou alta de 0,6% no mês, dentro do esperado, reforçando uma percepção de que a economia dá sinais de resiliência.
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