A maior parte dos mercados globais mostrou maior aversão ao risco durante a manhã da primeira sessão do mês de junho, com perdas entre as bolsas e alta generalizada do dólar ante os pares. No geral, como pano de fundo, os investidores reagem a dados econômicos ainda mistos, com PMIs ainda mostrando a expansão da atividade industrial nos Estados Unidos e na Europa, mas com investimentos em construção a abertura de vagas na maior economia do mundo mais tímidos que o esperado.
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Entre as commodities, o petróleo subia mais de 1% por volta das 14h, enquanto os preços do minério de ferro encerram a sessão em queda de 0,18%, aos US$ 135,91/tonelada, à despeito da liberação das restrições impostas à população de Xangai, na China.
Aqui no Brasil, em meio a falta de maiores direcionadores para os negócios, o Ibovespa teve pouco fôlego pela manhã, mas sustentando uma leve alta de 0,08% por volta das 14h, 111.482 pontos. Entre os destaques da sessão, as ações de Vale e siderúrgicas subiam, enquanto os ativos de companhias aéreas, varejo e elétricas operavam na direção oposta. A maior alta, até o momento, fica para as ações da Hypera (HYPE3), depois que a empresa anunciou ontem (31) que chegou a um acordo de leniência, relacionado a pagamentos indevidos de ex-executivos a políticos que se tornaram públicos em junho de 2016, cujas investigações internas foram concluídas em maio de 2020.
A empresa concordou em: (i) pagar R$ 110 milhões; e (ii) dar continuidade ao seu Programa de Integridade, que será monitorado nos próximos 18 meses pelas autoridades. Segundo a empresa, o fundador João Alves de Queiroz Filho (principal acionista, com 21,4% de participação) financiará integralmente a multa. A notícia foi, claramente, positiva para as ações, uma vez que colocou um fim às preocupações relacionadas a uma multa bilionária ou até mesmo ao risco de benefícios fiscais – sem mencionar que a multa não será paga pela empresa, e sim pelo acionista controlador, e que o acordo confirma que a empresa não se beneficiou das irregularidades.
Nos preços atuais, as ações estão sendo negociadas ao redor de 15x o múltiplo P/L para 2022, em linha com a média histórica de 15x, o nos que parece injustificado, dado uma projeção de crescimento anual ponderado do lucro por ação de 21% no período entre 2022 e 2024, os fortes fundamentos de crescimento de longo prazo e nenhum risco adicional em relação à leniência.