Os receios em torno da inflação global se fortaleceram na manhã desta sexta-feira. A principal agenda econômica do dia reservou a divulgação do CPI (inflação ao consumidor) dos EUA no mês de maio, que avançou 1%, acima das projeções que apontavam para 0,7%. O indicador surpreendeu negativamente, com a taxa anual atingindo 8,6%, no maior nível desde 1981. É valido lembrar que o indicador de inflação norte-americano foi divulgado um dia depois do tom hawkish (postura mais austera) no comunicado do Banco Central Europeu (BCE), que sinalizou que deve iniciar sua trajetória de alta de juros no mês de julho.
O indicador trouxe maior incerteza se o ritmo atual adotado pelo Federal Reserve (Fed) será mantido, ou se terá de acelerar o passo em sua próxima decisão de política monetária. Desta forma, alguns analistas já projetam que o Fed possa aumentar 0,75 p.p. na reunião da próxima semana. Diante do cenário adverso para ativos de risco, as principais bolsas da Europa encerraram o dia com perdas significativas. O DAX da Alemanha, por exemplo, encerrou com queda de 3,08%. Em NY, no início desta tarde, os índices acionários também apresentavam quedas fortes, com o índice Nasdaq, caracterizado por ativos de tecnologia e de longo duration (mais sensíveis ao juros), caia cerca de 3,5%, ao passo que as taxas dos Treasuries tinham forte avanço.
Aqui no Brasil, nem mesmo o avanço de 0,9% do indicador de atividade de vendas no varejo, acima das estimativas, blindou o Ibovespa. Com a postura de aversão ao risco dominando os mercados globais, o Ibovespa apresentou queda durante toda a manhã. No início da tarde, o principal índice da bolsa brasileira caia 1,13% cotado aos 105.879 pontos. No mercado de câmbio, o dólar contra o real voltou a negociar ao redor de R$ 5 e, próximo das 13h35, avançava 1,67%.
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