Após um dia de maior aversão ao risco e perdas acentuadas ontem, os mercados de Nova York e da Europa buscam alguma recuperação mais consistente nesta manhã de quinta-feira. Em meio a uma dinâmica que tem se sido bastante fluída ao longo da sessão, ora em baixa, ora em alta, a leitura dos dados de inflação em outubro nos Estados Unidos, trazendo números ligeiramente abaixo do esperado, foi o ponto no qual os investidores parecem ter se agarrado para assumir uma postura mais otimista.
Ainda que o comportamento dos preços na maior economia ainda não mostre claros sinais de arrefecimento, o resultado menor do que o previsto para o mês de outubro reforçou a ideia de que o Federal Reserve possa subir os juros do país “apenas” 0,50 ponto porcentual em dezembro, e não 0,75 ponto como foram as últimas decisões.
De qualquer forma, por aqui, sem grandes novidades com relação à transição de Governo e o anúncio da equipe econômica, os mercados locais operam na direção oposta. Além do avanço do IPCA além do que se esperava, um possível envio de uma PEC ao Congresso para financiar os benefícios sociais, sem valores oficialmente fechados, mas que poderiam ficar entre R$ 150 bilhões e R$ 175 bilhões além do limite do teto de gastos em 2023, é o principal motivo por trás do avanço das principais taxas de juros futuros – com impacto inversamente proporcional em outros ativos, em especial nas ações.
Por volta das 13h20, o Ibovespa apresentava queda de 2,85%, aos 110.356 pontos, com giro financeiro projetado de R$ 63,4 bilhões para a sessão – uma cifra não muito comum, mesmo em dias de maior euforia/aversão ao risco.
Entre quedas generalizadas, apenas poucas histórias micro se descolam em alta dentro do Ibovespa hoje, notadamente as ações de empresas exportadoras (VALE3, SUZB3, GGBR4, etc), mas sem força suficiente para reverter a tendência geral da bolsa.
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