Após as fortes quedas das bolsas internacionais na véspera, as Bolsas da Europa fecharam sem direção única e os índices acionários em Nova York operam mistos nesta sexta-feira (17). Pela manhã, predominava o clima positivo no exterior, mas as declarações do presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, que sinalizou que pode apoiar nova alta de 75 pontos-base nos juros dos Estados Unidos em julho, contribuiu para limitar a recuperação observada nos mercados acionários globais.
O posicionamento impulsionou os retornos dos Treasuries, o dólar se fortaleceu ante rivais e pesou sobre o petróleo, cujas perdas chegaram a mais de 5%. Ainda no exterior, em dia de agenda mais fraca, saiu a produção industrial dos EUA, que subiu 0,2% em maio ante abril. O resultado veio mais tímido do que o esperado, o que alimenta os temores de recessão.
Aqui no Brasil, o pregão é de forte queda para o Ibovespa, que se ajusta ao tombo de ontem sofrido pelos ativos no exterior, com destaque para as ADRs de empresas brasileiras em Nova York. Além disso, o desconforto interno com o imbróglio em torno da Petrobras também penaliza o principal índice da Bolsa brasileira. A empresa anunciou novo reajuste no preço dos combustíveis. Após 99 dias congelado, o preço da gasolina será reajustado amanhã, passando a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias da estatal, uma aumento de 5,2%. O diesel, há 39 dias sem aumento, passou a custar R$ 5,61 o litro, alta de 14,2%.
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Com isso, o mercado precifica o impacto na inflação, e se ajusta também ao comunicado do Copom, que aumentou a Selic na quarta-feira (15) e mencionou inflação abaixo do centro da meta em 2024. O mercado agora espera uma nova alta de 50 pontos-base da taxa básica em agosto. Sendo assim, o Ibovespa chegou a tocar o patamar dos 98 mil pontos, em dia de forte queda das commodities e sem indicadores econômicos relevantes da agenda. Às 14h10, o Ibovespa tinha queda de 3,55% aos 99.152 pontos. O dólar avançava 2,02% aos R$ 5,13.