A sessão desta sexta-feira é de aversão ao risco generalizada nos mercados, com queda das commodities, dólar se fortalecendo ante moedas principais e recuo das bolsas. A cautela dos investidores tem como pano de fundo, dúvidas em relação à condução da política monetária na Europa e nos Estados Unidos. Na Europa, o índice de preços ao produtor (PPI) da Alemanha avançou 37,2% em julho na comparação anual, e ficou bem acima do esperado por analistas, que projetavam alta de 31,5%. Além disso, as vendas no varejo do Reino Unido também ficaram acima do esperado, o que pode levar a um aperto monetário mais duro pelo Banco da Inglaterra em setembro.
A exceção fica por conta da Bolsa de Londres, que fechou com alta modesta, destoando de outros mercados acionários na Europa, com a ajuda das ações de grandes petrolíferas britânicas. Nos Estados Unidos, os juros dos treasuries avançam, refletindo a busca por segurança, enquanto o índice Nasdaq registra o maior recuo entre as bolsas de Nova York.
Aqui no Brasil, os mercados são contaminados pela aversão ao risco no exterior. No mercado de ações, no início da tarde, das ações que compõem o Ibovespa, apenas 7 papeis apresentavam alta. A falta de fôlego de setores com grande peso no índice, como bancos e commodities, pressionam o Ibovespa, enquanto o vencimento de opções sobre ações também adiciona volatilidade ao pregão.
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Às 13h25 o Ibovespa tinha queda de 1,97% aos 111.570 pontos em dia de agenda tímida de indicadores. No mercado de juros futuros, as taxas dos principais contratos avançam refletindo o movimento dos títulos norte-americanos e o receio com a trajetória fiscal após as eleições. Com isso, as ações de varejo, construtoras, e de tecnologia, setores mais sensíveis aos DIs estão entre os destaques negativos na Bolsa. No câmbio, em linha com o movimento registrado no exterior, a moeda americana se aprecia frente ao real, com alta de 0,37%, cotada a R$ 5,19.
Na agenda de indicadores, foi divulgado o IGP-M, que recuou 0,57% na segunda prévia de agosto, após registrar alta de 0,52% na mesma prévia de julho. A desaceleração reforça a percepção de encerramento do ciclo de altas da taxa Selic, mas ficou em segundo plano em um dia de aversão ao risco no cenário internacional.