

Os papéis da Minerva (BEEF3) lideram os ganhos do ibovespa, principal índice da B3, no pregão desta quinta-feira (20). Por volta das 13h (horário de Brasília), as ações da companhia avançam 10,33%, sendo negociadas a R$ 6,17. As altas surgem após a companhia ter reportado prejuízo líquido de R$ 1,567 bilhão no quatro trimestre, revertendo o lucro de R$ 19,8 milhões em igual período de 2023.
Contudo, o ponto de atenção do mercado se concentrou no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 943,7 milhões no trimestre encerrado em dezembro. O volume representa uma alta de 55,8% em comparação aos R$ 605,9 milhões apurados no quarto trimestre de 2023. “Ebitda reportado superou o consenso da Bloomberg em 21% (+20% em relação às estimativas do Goldman Sachs), com o Brasil novamente sendo o principal responsável pelas surpresas no trimestre”, disse o Goldman Sachs ao avaliar o balanço da companhia.
A receita líquida também surpreendeu o mercado ao reportar um volume de R$ 10,714 bilhões no apurado entre os meses de outubro a dezembro do ano passado. Os números representam uma valorização de 73,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, além de representar um recorde para o trimestre. “O crescimento robusto da receita da Minerva foi apoiado pela sólida execução comercial, ou seja, uma mudança no mix de exportação favorecendo a América do Norte em relação à Ásia”, informou o Citi em relatório.
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A dinâmica de preços que vieram mais fortes também ajudou no resultado operado. Os preços médio de venda da carne bovida atingiram o valor de US$ 5,3/kg no trimestre. O valor é significativamente mais alto do que a média de US$ 4,35/kg em um ano. O aumento também ocorre devido à dinâmica da conversão cambial, especialmente na Argentina. “Na Argentina, onde ocorreu a maior parte da surpresa positiva na receita, o preço médio foi de US$ 7,2/kg, beneficiado pela combinação da contabilidade de hiperinflação e de uma desvalorização mais lenta do peso argentino desde o final de 2023”, informou o BTG Pactual.
Já o prejuízo líquido na ordem de R$ 1,5 bilhão se deve ao impacto financeiro da marcação a mercado da dívida cambial e dos derivativos da companhia que anulou os ganhos de hedge cambial da Minerva de R$ 930 milhões. Além disso, a empresa encerrou o último trimestre com uma dívida líquida de R$ 15,6 bilhões, contra R$ 8,9 bilhões no terceiro trimestre. Para o BTG, o aumento já era esperado com a aquisição dos ativos da Marfrig.
“A situação do endividamento poderia ter sido pior sem a liberação substancial de capital de giro, que totalizou R$ 692 milhões. Isso foi particularmente inesperado em um trimestre no qual a Minerva estava ampliando a capacidade recém-adquirida e os preços do gado, assim como os preços da carne bovina, dispararam”, informaram os analistas do banco.
Diante dos resultados, o BTG Pactual mantém recomendação neutra para o papel com um preço-alvo de R$ 7 para os próximos 12 meses. O Citi também segue com a mesma indicação. Para o banco, a reclassificação das ações da Minerva (BEEF3) dependeria da capacidade da empresa em reduzir a sua alavancagem e estabilizar sua estrutura financeira.
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Com informações do Broadcast